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Etnias ciganas pedem acesso a políticas públicas e reconhecimento pelo Censo

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Vítimas de preconceitos e desconhecimento por grande parte da população, os ciganos vivem no Brasil desde o século 16, mas são invisibilizados e não conseguem acesso a políticas públicas.

Para tentar mudar essa situação, a Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados realizou nesta quinta-feira (24) audiência pública com integrantes do governo e com representantes dos ciganos.  Durante a reunião, foi discutido o Estatuto do Povo Cigano (PL 1387/22), proposta que está sendo analisada na Casa.

O representante da Associação Nacional das Etnias Ciganas, Wanderley da Rocha, afirmou que os ciganos querem ser reconhecidos e, para isso, é preciso que eles façam parte do Censo demográfico brasileiro. “Nós somos sim invisibilizados e sonhamos em sair da invisibilidade porque sabemos que é direito nosso e dever do Estado”, afirmou.

A proposta do estatuto prevê o combate à discriminação e à intolerância e determina que cabe ao Estado garantir a igualdade de oportunidades e defender a dignidade e os valores religiosos e culturais dos ciganos, por meio de políticas públicas de desenvolvimento econômico e social e também através de ações afirmativas.

Renato Araujo/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - PL 1387/2022 (Estatuto dos Povos Ciganos). Presidente administrativo da Associação Nacional das Etnias Ciganas - ANEC - Associação Nacional das Etnias Ciganas - ANEC, Wanderley da Rocha.
Wanderley da Rocha: é dever do Estado tirar os ciganos da invisibilidade

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O projeto torna obrigatória a coleta periódica de informações demográficas sobre os povos ciganos, para que sirvam de subsídios na elaboração de políticas públicas.

Segundo o texto, caberá ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial a organização e a articulação de políticas e serviços federais.

O representante do Ministério da Igualdade Racial, Ronaldo dos Santos, afirmou que o Estatuto do Cigano vai colocar o Brasil na vanguarda do reconhecimento dos direitos dessa população marginalizada no mundo inteiro, mas antes é preciso fazer o levantamento da realidade dessas pessoas para poder executar as políticas públicas necessárias.

“O Brasil não se conhece, o Brasil insiste em não se conhecer. E todos os dias, quando o Brasil se conhece mais um pouquinho, dá a impressão de que o Brasil precisa se esforçar mais para se conhecer mais e melhor, porque ninguém cuida ou respeita aquilo ou aquele que não conhece”, declarou.

A presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputada Luizianne Lins (PT-CE), lembrou que, apesar de habitarem o Brasil há mais de 400 anos, os ciganos ainda são invisíveis para a maior parte da população.

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“Esses grupos honram sua ancestralidade, lutam por direitos para manterem suas origens, uma vez que hábitos nômades dificultam seus registros e organização. Hábitos nômades muitas vezes seguidos de expulsões para manter a invisibilidade e silenciar a população, quando não se trata muitas vezes de conflito de terra”, alertou.

O povo cigano, é representado no Brasil por três etnias: Rom, Calon e Sinti.

Violência
O procurador do Ministério Público Federal, José Godoy, denunciou a violência perpetrada pelo Estado brasileiro contra os ciganos, o que deveria ser levado a uma corte internacional de direitos humanos.

“O que une todos esses grupos, sejam calons, sinti ou roms, sejam ciganos com condições financeiras confortáveis, sejam pobres ou na extrema pobreza, é a violência policial. Essa não tem discriminação e ela bate, ela atira, ela afeta todos os ciganos no Brasil”, lamentou.

Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Pierre Triboli

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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