POLITÍCA NACIONAL
Deputado defende aumento de orçamento para combater a tuberculose no Brasil
POLITÍCA NACIONAL
Em audiência pública da comissão da Câmara que estuda maneiras de eliminar a tuberculose como problema de saúde pública, o coordenador do grupo, deputado Antonio Brito (PSD-BA), defendeu a necessidade de aumentar o orçamento para o combate à doença. O parlamentar ressaltou que o Brasil registra mais de 80 mil casos de tuberculose por ano. Apesar disso, o deputado destacou que o governo passado deixou apenas R$ 14 milhões para essa finalidade.
Antonio Brito relatou que já se reuniu com o relator-geral do Orçamento de 2024, deputado Luiz Carlos Motta (PR-SP), e com o relator da área de saúde, senador Marcelo Castro (MDB-PI), para tratar do assunto.
“Houve o compromisso do senador Marcelo Castro, e nós deveremos, sim, ampliar o orçamento. Nós fizemos uma proposta ousada para ele, mas precisaremos do apoio do Ministério da Saúde e dos deputados e deputadas desta Casa para que a gente apresente uma coisa concreta, não só essas reuniões, mas algo concreto de ampliação de orçamento e programas do Ministério da Saúde”, disse.
O dia 7 de fevereiro é a data provável do lançamento, pelo Governo Federal, do plano nacional de eliminação da tuberculose e das doenças determinadas socialmente, em solenidade no Palácio do Planalto.
Retrocesso
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, confirmou que, no ano passado, o Brasil registrou 81.538 casos de tuberculose, o que significa 9 pessoas contaminadas a cada hora. No mesmo período, foram 5.824 óbitos em consequência da enfermidade. Segundo a secretária, esse foi o pior cenário de mortalidade pela doença nos últimos 20 anos.
“A gente retrocedeu duas décadas em relação aos óbitos por tuberculose no Brasil, e morrer por tuberculose no século 21, quando temos um medicamento que cura praticamente 100% dos casos, é inaceitável.”
E o cenário real pode ser ainda mais grave. A Organização Mundial da Saúde estima que o Brasil diagnostique apenas cerca de 80% das pessoas contaminadas com tuberculose. Assim, de acordo com o coordenador de Prevenção e Controle de Doenças Transmissíveis da Organização Pan-Americana de Saúde, Miguel Aragón, o órgão calcula que ocorram, de fato, cerca de 105 mil novos casos da doença a cada ano no país.
Pobreza e fome
Outro desafio no enfretamento da tuberculose, conforme Ethel Maciel, é a aderência dos pacientes ao tratamento. Segundo disse, hoje somente 66% deles tomam os medicamentos até o final. O fator determinante para o abandono do tratamento é a pobreza, sustentou a representante do Ministério da Saúde.
“Isso é outro dado inaceitável, e que a gente precisa mudar radicalmente a forma como nós estamos fazendo o acompanhamento, o monitoramento dessas pessoas que estão em tratamento por tuberculose no Brasil. Um fator importante é a pobreza: a fome faz com que haja um aumento de eventos adversos devidos ao medicamento. Então, a pessoa que não tem o comer acaba deixando o tratamento porque o medicamento faz ela se sentir mais mal do que a doença.”
Por isso, na opinião de Ethel Maciel, além de ofertar os medicamentos, é fundamental que o governo adote medidas voltadas às pessoas em maior vulnerabilidade – como a população em situação de rua. Segundo a especialista, pesquisas mostram que ações simples, como a oferta de transporte e alimentação gratuitos, asseguram a adesão ao tratamento até o final.
A meta do governo federal é chegar a 2030 com menos de 10 casos de tuberculose por 100 mil habitantes por ano. Atualmente, a proporção é de 37 ou 38 a cada 100 mil pessoas. Além disso, o Brasil assumiu o compromisso de reduzir a mortalidade dos atuais 5.824 casos anuais para menos de 230.
Para desenvolver as ações necessárias para atingir esses objetivos, de acordo com Ethel Maciel, o Ministério da Saúde precisa de um orçamento de pelo menos R$ 650 milhões.
Reportagem – Maria Neves
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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