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Sedec e Famato percorrem cinco municípios de MT para promover práticas sustentáveis para agropecuária

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Capacitação de produtores e acesso a tecnologias de baixo carbono são os principais objetivos do evento que reúne especialistas e agricultores.

A primeira parte do circuito “ABC+ em Ação”, realizada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) em conjunto à Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), passou por cinco municípios entre 12 e 26 de setembro.

Os eventos reuniram produtores rurais, técnicos e projetistas com o objetivo de promover práticas sustentáveis e aumentar a produtividade no setor agropecuário do Estado. Os municípios visitados foram Canarana, Barra do Garças, Nova Mutum, Colíder e Nova Monte Verde.

Os assuntos abordados durante o circuito “ABC+ em Ação” incluem o Plano Agrícola Pecuário 2024/2025, linhas de crédito disponíveis, recuperação de pastagens degradadas e práticas sustentáveis como o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), Sistemas Agroflorestais (SAF) e manejo de resíduos de produção animal.

Os participantes também tiveram a oportunidade de interagir e trocar experiências com especialistas da área, além de adquirir conhecimentos práticos e discutir estratégias para a implementação dessas práticas em suas propriedades.

Para a superintendente de Agronegócio da Sedec, Linacis Silva, o evento destacou o compromisso do Estado de Mato Grosso em liderar práticas agrícolas sustentáveis e promover adaptação às mudanças climáticas.

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“Estamos levando informações sobre o Plano ABC+ aos municípios de Mato Grosso, com foco na capacitação de produtores rurais, projetistas e técnicos. Durante os dias de evento, os participantes tiveram a oportunidade de entender como o programa funciona, quais linhas de crédito estão disponíveis por meio das instituições financeiras parceiras e como acessar esses recursos para implementar tecnologias de baixo carbono. É um esforço conjunto, que busca promover a adoção de práticas sustentáveis e produtivas na agropecuária”, explicou Linacis Silva.

O Analista de Pecuária da Famato, Marcos Carvalho, apontou que o plano ABC+ utiliza tecnologias que ajudam a beneficiar financeiramente os produtores, além de colaborar para a redução da emissão de gases e proteção do meio ambiente.

“O ABC+ trabalha com essas tecnologias que ajudam o produtor financeiramente, mas também ajudam o meio ambiente porque diminui a emissão de gases do efeito estufa, por exemplo. Aqui em Nova Mutum, estamos trabalhando a bovinocultura de corte, mas o plano trabalha todo o setor do agro no Estado”, pontuou.

Após a passagem por Juína, nesta quinta-feira (26.09), o projeto irá retornar no dia 23 de outubro em Cáceres e passar por mais outras quatro cidades.

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Veja a programação das próximas cidades que completam o circuito:

– 23/10 – Cáceres
Local: Sindicato Rural de Cáceres
Horário: 16h às 22h

– 25/10 – Mirassol D’Oeste
Local: Sindicato Rural de Mirassol D’Oeste
Horário: 7h30 às 13h30

– 04/11 – Nossa Senhora do Livramento
Local: Sindicato Rural de Nossa Senhora do Livramento
Horário: 16h às 22h

– 05/11 – Rondonópolis
Local: Sindicato Rural de Rondonópolis
Horário: 16h às 22h

Sobre o Plano ABC+
O ABC+ é uma iniciativa estratégica desenvolvida e apresentada pelo governo brasileiro, com intuito de dar visibilidade e garantir adesão às práticas sustentáveis, bem como auxiliar o enfrentamento de mudanças climáticas no setor agropecuário dentre o período de 2020 a 2030. Em Mato Grosso, o Grupo Gestor Estadual do Plano ABC+MT é composto por 41 instituições do Estado e presidido pela Sedec.

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A Moratória da Soja e a narrativa de caos ambiental: uma crítica à ABIOVE e ao Impacto no Desenvolvimento do Mato Grosso

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Nesta semana, Bernardo Pires, diretor de sustentabilidade da ABIOVE, lançou duras críticas contra o Governador, prefeitos, vereadores e a Assembleia Legislativa do estado de Mato Grosso. Em tom ofensivo, o Diretor acusou o Governador de atender a interesses “extremistas” da bancada ruralista e de promover a destruição ambiental. Tal discurso, no entanto, desvia o foco das verdadeiras intenções e práticas de entidades como a ABIOVE, que, ao invés de promover a sustentabilidade de forma justa e transparente, tem construído uma narrativa de caos ambiental para lucrar com a venda de uma “solução sustentável” imposta aos produtores brasileiros.

A ABIOVE representa mais de 94% do mercado comprador de soja, e suas restrições afetam a vida de milhares de famílias que vivem em propriedades rurais do bioma amazônico, tratados como “sub-cidadãos” sob a ótica da ABIOVE. Esse controle da oferta de soja, que nenhuma relação tem com incentivo à preservação, restringe o direito constitucional à livre iniciativa, especialmente daqueles que cumprem todas as exigências do Código Florestal Brasileiro, um dos mais rigorosos do mundo. Dessa forma, a ABIOVE aufere ganhos financeiros com a soja “sustentável” no exterior, vendendo a imagem de preservação sem compartilhar os benefícios econômicos com os produtores brasileiros que seguem essas regras restritivas.

O modelo imposto pela ABIOVE desconsidera o impacto econômico e social nas regiões onde a produção agrícola é uma das principais fontes de desenvolvimento. Em vez de criar um sistema de certificação e rastreabilidade que permita atender aos anseios de clientes mais exigentes, como aqueles que demandam soja de áreas convertidas para a agricultura anteriormente a 2008, a ABIOVE aplica uma regra única a todos. Isso gera desigualdades sociais e regionais, prejudicando municípios do bioma amazônico que poderiam levar melhor qualidade de vida aos seus cidadãos. Ao desprezar essas comunidades, a ABIOVE cria uma segregação injusta entre municípios que já se desenvolveram e aqueles que, segundo sua visão egocêntrica, deveriam pagar o preço para que as empresas apresentem aos compradores o famigerado certificado de soja livre de desmatamento. Não bastassem todos os impactos sociais que o acordo comercial da Moratória da Soja causa à população desses municípios, a crueldade da ABIOVE não se limita, utilizando-se de fóruns importantes para demonizar quem produz no Bioma Amazônia.

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A ABIOVE nunca destacou publicamente os resultados positivos alcançados pelos produtores brasileiros em preservação e sustentabilidade. Mato Grosso é um exemplo notável: apenas 14% do seu território é usado para a produção de soja, sendo que os agricultores locais respeitam uma legislação que exige a preservação de 80% de áreas nativas no bioma amazônico e 35% no Cerrado. Com práticas avançadas de conservação, os produtores mato-grossenses não só mantêm a vegetação nativa em suas propriedades, mas também aplicam o plantio direto, rotação de culturas e uso de bioinsumos, técnicas que aumentam a matéria orgânica do solo, reduzem sistematicamente a adição de insumos químicos e promovem o sequestro de carbono. Estudos da ESALQ comprovam que a agricultura brasileira é capaz de sequestrar até 1,6 tonelada de carbono por hectare ao ano, transformando a produção agrícola em uma atividade que contribui para a mitigação de emissões.

O projeto Guardião das Águas, desenvolvido pela APROSOJA em Mato Grosso, atesta o compromisso ambiental dos produtores. Com mais de 105 mil nascentes monitoradas, o estudo apontou que 95% dessas nascentes estão em bom ou ótimo estado de conservação, evidenciando o cuidado dos agricultores com os recursos hídricos. Essa prática é rara globalmente, especialmente quando comparada a regiões agrícolas da Europa e dos Estados Unidos, onde a preservação de áreas agricultáveis é mínima.

Com o discurso de que é a paladina da preservação, única e capaz de “erradicar o desmatamento,” a ABIOVE vende uma narrativa que não representa a realidade do agronegócio brasileiro, promovendo uma imagem injusta e depreciativa dos produtores. Além disso, o modelo de moratória imposto por essas empresas se mostra contrário ao desenvolvimento econômico de Mato Grosso e do Brasil, uma vez que restringe o livre comércio e nega aos produtores a oportunidade de usar suas terras de forma produtiva e dentro da legalidade.

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Se o objetivo fosse realmente incentivar a sustentabilidade, as empresas signatárias da moratória deveriam assumir os custos de uma logística de segregação de produtos e implementar um sistema robusto de rastreabilidade, repassando esses custos operacionais aos compradores internacionais que exigem produtos com qualidades específicas. No entanto, o que ocorre na prática é a imposição de barreiras para o desenvolvimento do mercado interno, limitando o acesso dos produtores a compradores e concentrando o poder econômico nas mãos de poucos. Ao captarem recursos com taxas de juros mais atrativas no exterior, alegando vender produtos sustentáveis, essas empresas maximizam seus lucros sem compartilhar esses ganhos com os produtores que cumprem as normas impostas pela moratória.

Em resumo, a Moratória da Soja, ao invés de ser uma medida que valorize e promova a sustentabilidade real, vem se tornando um instrumento de controle de oferta que prejudica o desenvolvimento de estados como Mato Grosso, cria barreiras para a redução das desigualdades sociais e projeta uma imagem equivocada do agronegócio brasileiro. O produtor rural brasileiro, principalmente o de Mato Grosso, já é modelo em preservação ambiental, conservação do solo e boas práticas agrícolas. O Brasil, com apenas 7,6% do seu território destinado à agricultura e mais de 66% do território nacional preservado com vegetação nativa, é um exemplo para o mundo, mas essa realidade é frequentemente desconsiderada no discurso de representantes da ABIOVE em conferências importantes, como no último congresso de crédito do agronegócio.

É hora de questionar se a moratória realmente cumpre o propósito de promover um desenvolvimento sustentável e inclusivo ou se tem sido usada como ferramenta para criar um problema que as empresas vendem como solução, beneficiando-se financeiramente às custas da sociedade brasileira e da imagem do país na comunidade internacional.

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