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África, Nordeste e humor marcam desfile das escolas de São Paulo
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A chuva que não parou durante a madrugada não tirou a alegria das escolas de samba que desfilaram na Sambódromo do Anhembi, na segunda noite do Grupo Especial do carnaval de São Paulo em 2023. As escolas mostraram seus sambas-enredo que falaram de humor, da musicalidade e dos samurais africanos, do Nordeste e de questões existenciais.
As sete escolas que desfilaram no Anhembi entre este sábado (18) e a madrugada do domingo (19) contaram com o mesmo desafio: a chuva oscilante, que ora vinha mais forte, amenizava e voltava a cair na avenida. Apesar disso, as escolas não tiveram problemas técnicos significativos e puderam desfilar suas alegorias e carros.
A primeira a desfilar foi a Estrela do Terceiro Milênio, que estreou no Grupo Especial com o samba enredo Me dê a sua tristeza que eu transformo em alegria! Um tributo à arte de fazer rir.
A escola levou para a avenida muito humor e alas diferentes, com tema sobre palhaços e sua vocação de sorrir e alegrar o público, fazendo um paralelo ao gesto de sorrir para encarar a repressão.
O desfile homenageou personagens emblemáticos do cinema, como O auto da Compadecida, e de rádio e televisão, como Jô Soares, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias de Os Trapalhões. A comissão de frente mostrou que o humor é o remédio para a dor e surpreendeu com trocas rápidas de fantasias.
Acadêmicos do Tucuruvi
A Acadêmicos do Tucuruvi foi a segunda escola a entrar na passarela do samba com homenagem ao cantor, compositor, violonista, percussionista e intérprete Bezerra da Silva. Com o enredo Da Silva, Bezerra. A voz do Povo!, a escola mostrou, em seus carros e alegorias, a história do artista, que fez samba contra a fome e a opressão.
A figura do malandro, cantada na música Malandragem dá um tempo, foi o tema a fantasia dos ritmistas da bateria. A comissão de frente representou brasileiros cantados nos versos de Bezerra da Silva. A escola homenageou também moradores das favelas.
Mancha Verde
A Mancha Verde entrou na avenida com o enredo Oxente- Sou Xaxado, Sou Nordeste, Sou Brasil, e mostrou as culturas e tradições do sertão pernambucano no passo do xaxado, a dança de comemoração de vitória das batalhas de Lampião e seu bando.
A dança criada no sertão pernambucano foi popularizada pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que foi para a avenida representado por um boneco gigante em um dos carros da escola.
O carro abre-alas fez alusão à caatinga e o carro Fé no Padim Ciço e a arte de Mestre Vitalino homenageou Padre Cícero. Todo o desfile foi marcado por referências ao Nordeste e a suas tradições, como as festas de São João.
Império de Casa Verde
A Império de Casa Verde entrou na avenida com o samba-enredo que exaltou o batuque e os tambores como expressões de religiosidade, tradição, cultura e musicalidade vindos da África à Casa Verde, reduto de sambistas.
O samba enredo Império Dos Tambores — Um Brasil Afromusical levou para a avenida uma viagem aos sons e tradições africanas e surpreendeu com a comissão de frente, ao mostrar o parto de um bebê quase real surgido da flor de Baobá, e o rito musical que envolve esse nascimento.
O desfile foi marcado pela musicalidade africana, mas também traçou um paralelo entre o continente e as periferias brasileiras, com um carro que retratava os bailes funk de São Paulo e do Rio de Janeiro. As alas ainda homenagearam as mulheres do samba, como Dona Ivone Lara, Elza Soares e Clara Nunes.
Mocidade Alegre
A Mocidade Alegre mostrou na avenida o samba-enredo Yasuke, um paralelo entre o Japão e a África com a história do samurai Yasuke, que saiu da África e virou guerreiro no Japão no século XV.
O samba mostrou o samurai em armadura preta, para enfrentar guerrilhas e adversidades cotidianas do mundo contemporâneo, como o preconceito racial.
Com os versos todo preto pode ser o que quiser, o desfile mostrou os desafios de se tornar um samurai. Um dos carros retratou um templo samurai e as tradições religiosas e culturais do Japão, mostradas nos carros e alegorias.
Águia de Ouro
A Águia de Ouro fez em seu desfile alusões às questões existenciais com o samba-enredo Um Pedaço Do Céu. O carro abre-alas mostrou o mundo encantado na visão dos sonhos das crianças, com bailarinas em um carrossel e muita cor do universo infantil.
A escola apresentou um grupo com sacerdotes e guerreiros gregos, com foliões cadeirantes usando a fantasias de sacerdotes e conduzidos pelos guerreiros.
Também mostrou momentos de encantamento e magia com suas alegorias e carros. Uma das alas mostrou a força da mulher e no fim do desfile, o carro do Olimpo, que representa o céu de conquistas para quem seguir os sonhos.
Dragões da Real
A Dragões da Real foi a última a entrar na avenida sob forte chuva, mas não perdeu a empolgação e apresentou o samba-enredo Paraíso Paraibano — João Pessoa, A Porta Do Sol Das Américas.
A cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, foi para o Anhembi com a representação das praias, artesanato, xaxado e cariri e diversas tradições nordestinas da cidade.
Durante o desfile, a escola mostrou manifestações culturais da capital paraibana, e principalmente, da festa de São João, uma vez que João Pessoa também é capital da quadrilha junina.
Edição: Maria Claudia
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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