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Atores, diretores de cinema, poeta despedem de Arnaldo Jabor, no Rio
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De seu sítio, no interior do estado, onde se encontra recolhida, a atriz Fernanda Montenegro lamentou a morte do amigo Arnaldo Jabor, responsável por fazê-la ingressar de vez no meio cinematográfico, com o filme Tudo Bem. “Jabor, querido, que criador, que homem de cultura você é. Há três filmes seus que são antológicos, fazem parte da nossa história cultural cinematográfica, que são Eu te Amo, Tudo Bem e Eu Sei que Vou te Amar. Nosso elenco extraordinariamente aproveitado. Está aí para provar; é só querer ver”, indicou a atriz, que será empossada este ano como nova imortal da Academia Brasileira de Letras.
Fernanda lembrou da personalidade de Jabor como jornalista, pensador, cronista, ensaísta, “com a coragem política de se propor. Um grande adeus, um demorado adeus, um eterno adeus. Eu amo o filme que fizemos juntos, louco, mas de uma transcendência poética, como toda a sua obra cinematográfica. Um grande abraço, meu amigo querido, detonador de uma vida cinematográfica para a qual eu, de repente, me vi levada. Devo a você essa confirmação de que eu poderia fazer cinema, que vinha desde A Falecida, mas com você se consolidou. Um grande abraço. Para sempre um grande abraço. Um grande agradecimento”, concluiu a primeira-dama do teatro brasileiro em sua despedida do amigo.
Arnaldo Jabor morreu ontem (15), aos 81 anos de idade, no Hospital Sirio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado desde o dia 17 de dezembro, depois de sofrer um acidente vascular cerebral. De acordo com a família, a causa da morte foram complicações do AVC.
Homenagens
Hoje (16), está acontecendo o velório de Jabor no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM). Companheiros de cinema, amigos e fãs do cineasta, entre os quais os diretores cinematográficos Bárbara Paz e Zelito Viana, e a diretora de televisão Amora Mautner, percorrem o espaço desde as 11h, para suas últimas homenagens ao carioca Jabor, nascido a 12 de dezembro de 1940, no então Distrito Federal, filho do oficial da Aeronáutica Salomão Jabor Sobrinho, e da dona de casa Diva Hess. Os três filhos do cineasta – João Pedro, Carolina e Juliana – estiveram presentes ao velório no Rio.
Um dos fundadores do Cinema Novo, o cineasta Cacá Diegues disse à Agência Brasil que Jabor foi uma das pessoas mais importantes da cultura brasileira moderna. “Ele viu o Brasil do jeito que a gente gostaria de ver também. É um amigo inigualável, uma pessoa da qual jamais esquecerei. É um amigo inesquecível. Já estou com muita saudade dele”.
A cineasta Lúcia Murat, embora só tenha conhecido Jabor socialmente, disse à Agência Brasil que o importante hoje é pensar nele como grande cineasta, que fez obras fundamentais.”Não tinha grande proximidade, mas acho que foi uma perda imensa para o cinema brasileiro e é uma pessoa que tem de ser lembrada pelos grandes filmes que fez”.
Nas redes sociais, a atriz Fernanda Torres, afirmou que “o Brasil perde um provocador maravilhoso, um grande revolucionário. Grande Jabor!”. Aos 20 anos, Fernanda Torres ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, por seu papel no filme de Jabor Eu Sei que Vou te Amar.
O ex-presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), professor e poeta Marco Lucchesi, destacou, em entrevista à Agência Brasil, que “Arnaldo Jabor representa parte da história do cinema brasileiro recente. Alma inquieta trazia dentro si todos os ventos. Mansos e bravios. Um temporal. Um estado permanente de alerta e combate”.
Edição: Valéria Aguiar


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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