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Brasil registra mais de 800 mortes por raios em 10 anos e lidera ranking de incidência de descargas elétricas, aponta Inpe

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Mais de 800 pessoas morreram atingidas por raios no Brasil nos últimos 10 anos, segundo um levantamento inédito feito pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de São José dos Campos (SP).

Mais precisamente, foram 835 mortes registradas entre 2013 e 2022Pará (88) e Amazonas (78) lideram o ranking levantado pelo estudo, que teve como objetivo analisar o impacto dos raios no país na última década.

Coordenador do Elat, o Dr. Osmar Pinto Júnior explica que o número de mortes provocadas por raios tem relação, principalmente, com três fatores:

  • maior número de raios na região;
  • maior número de pessoas na região;
  • mais informação/conscientização da população na região.

 

Raios registrados no céu do país — Foto: Léo Caldas

Raios registrados no céu do país — Foto: Léo Caldas

Segundo o pesquisador, o último fator é determinante. Os casos têm correlação inversa com o Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, os estados com menor PIB tendem a apresentar um maior número de vítimas por raios.

“Quanto maior o PIB, maior o grau de informação da população, que é mais consciente e entende os perigos das descargas elétricas”, afirma em entrevista ao g1De acordo com ele, o número de mortes é menor em países desenvolvidos.

O Elat aponta ainda que as principais vítimas são pessoas em áreas abertas na zona rural (27%) e pessoas dentro de casa, em contato com objetos ligados a rede elétrica ou telefônica (24%).

Confira o número de mortes a cada ano da última década:

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  • 2013: 101
  • 2014: 99
  • 2015: 107
  • 2016: 72
  • 2017: 79
  • 2018: 72
  • 2019: 83
  • 2020: 75
  • 2021: 79
  • 2022: 68
  • Total: 835

 

Raio durante chuva em São Paulo — Foto: Renata Bitar/g1

Raio durante chuva em São Paulo — Foto: Renata Bitar/g1

Brasil no topo do ranking mundial

 

O ranking mostra que 2022, último ano do levantamento, teve o menor número de brasileiros mortos atingidos por raios. Mesmo assim, os dados são alarmantes e considerados altos em relação aos outros países do mundo.

De acordo com o Elat, a cada 50 óbitos no mundo, um acontece no Brasil. O país é o segundo na América Latina com o maior índice de mortes causadas por raio, atrás somente do México

É ainda o sétimo com mais casos no mundo. O número de mortes em solo brasileiro é o dobro do número de mortes na República Democrática do Congo e o triplo do número de mortes nos Estados Unidos, os dois países que aparecem logo após o Brasil no ranking mundial.

Tocantins tem muita atração de raios pela posição geográfica e clima — Foto: Divulgação

Aumento no número de raios

Apesar da queda no número de mortes em 2022, os dados de descargas elétricas atmosféricas registradas no país têm aumentado. Campeão mundial de incidência de raios, o Brasil registra cerca de 78 milhões de descargas elétricas por ano.

Osmar Júnior afirma que a alta é clara e tem tendência de ser ainda maior nos próximos ano. O principal motivo são as mudanças climáticas.

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“As ondas de calor, que têm sido muito frequentes nesse ano, influenciam muito. Durante a onda de calor, o tempo é seco e não chove. Mas depois dela, a condição fica muito favorável para tempestades. Temos notado um número muito grande de raios depois das ondas de calor”, explica.

Um caso recente que comprova esse aumento aconteceu na Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, no dia 20 de novembro – logo após a incidência de uma forte onda de calor sobre o país

Na ocasião, um guia de turismo morreu ao ser atingido por um raio no local. Um vídeo registrou o momento em que a descarga atinge e mata Leilson Souza, de 36 anos. Assista abaixo:

Turista de MT grava momento em que raio cai e mata guia durante passeio

Ainda segundo o coordenador do Elat, outras condições relacionadas ao clima influenciam a alta do número de raios, como as os tornados e chuvas torrenciais que têm atingido o Sul do país, e o fenômeno El Niño, por exemplo.

Morte de gado

O braço do Inpe levantou ainda as mortes de gado provocadas por raio. Segundo a pesquisa, foram registradas 3.262 mortes de cabeças de gado causadas por descargas elétricas na última década.

O Mato Grosso lidera o ranking, com 477 casos. Em seguida vem São Paulo, com 416, e Mato Grosso do Sul, com 338 óbitos. O Ceará aparece em último, com 23.

Gado morreu após queda de raio em Colméia, Goiás — Foto: Divulgação
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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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