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Brasileiro relata misto de alívio e preocupação ao chegar ao Brasil

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Alívio por estar de volta ao seu país e preocupação com os amigos que deixou na Ucrânia. Assim o estudante de medicina Rony de Moura explicou o que estava sentindo ao finalmente pousar, em segurança, na Base Aérea de Brasília, junto com outras 67 pessoas de diferentes nacionalidades resgatadas da guerra na Ucrânia.

“Estou me sentindo aliviado, mas, ao mesmo tempo, estou preocupado com os ucranianos que conheço. O dono da casa onde eu vivia de aluguel e outras pessoas que não sei onde e como estão”, disse Moura após desembarcar de uma das duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) empregadas na Operação Repatriação. Natural de Niquelândia (GO), Moura vivia há três anos na capital ucraniana, Kiev, e também já viveu na Rússia.

Aos jornalistas que acompanhavam a recepção oficial ao grupo, o estudante contou um pouco das incertezas e privações que as pessoas vêm enfrentando na Ucrânia. Segundo ele, a venda de produtos essenciais está sendo racionada e há filas “gigantescas” nos estabelecimentos comerciais que seguem abertos.

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“Medo de morrer eu não senti, mas foi um choque de realidade quando eu entrei em um supermercado e não tinha mais água à venda. Esse foi, talvez, o pior momento para mim, pois vi as pessoas desesperadas”, disse Moura, explicando que, por residir longe do centro de Kiev, não chegou a testemunhar os ataques russos.

“Como o local em que eu vivia, em Kiev, fica fora da cidade, o máximo que escutei foram duas bombas que caíram perto da minha casa. Naquele momento, senti muito medo. Mas outros brasileiros tiveram mais contato [com o conflito]”, disse, lembrando ter sido necessárias cerca de 13 horas para percorrer um trajeto de aproximadamente 440 quilômetros entre Kiev e a cidade de Lviv, onde foi recebido nas dependências da Embaixada do Brasil.

“De Lviv à fronteira [com a Polônia] foi mais tranquilo. Tínhamos escolta policial, acompanhamento da Cruz Vermelha. Mas na fronteira foi dramático. Havia uma fila gigantesca de pessoas tentando deixar a Ucrânia. Nós passamos por estarmos com o pessoal da embaixada, mas havia muitas crianças e mulheres à espera”, relembrou o estudante, acrescentando querer abraçar a namorada e o filho assim que fosse autorizado a deixar a Base Aérea.

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Além de Moura, o grupo resgatado é formado por outros 42 brasileiros, 19 ucranianos, cinco argentinos e um colombiano. Entre eles, há 14 crianças, além de oito cachorros e dois gatos de estimação.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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