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Caminhos da Reportagem mostra hospitais que atendem pelo SUS
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Para mostrar as alternativas oferecidas pela rede pública que estão ao alcance de toda a população, o Caminhos da Reportagem deste domingo (14) revela os hospitais que oferecem atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que são referências em saúde no país. Entre eles, está o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). O programa vai ao ar às 22h na TV Brasil.

A oncologista Maria Del Pilar Estevez, diretora do corpo clínico do instituto, contabiliza: “Temos 45 mil pacientes ativos, em tratamento dentro do instituto”. Ela diz que é importante trazer esperança para todos eles.
Foi lá que conhecemos a paciente Cintia Adelita, que estava cercada pelos funcionários do hospital. Tocando o sino que anuncia a cura de quem enfrentou a doença, ela nos contou sobre o seu alívio. “Várias vezes, quando eu chegava aqui, eu via gente tocando. E eu falei: Um dia eu vou chegar lá também. Eu vou tocar [o sino]”. Depois de passar por sessões de quimioterapia, perder parte dos cabelos, enfrentar cirurgia e radioterapia, Cintia comemora: “Foi uma vitória muito grande. Hoje estou curada”.
Outro centro de referência reconhecido dentro e fora do país é o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, ligado à Universidade de São Paulo (USP), de Bauru. Conhecido por Centrinho, dedica até hoje 100% de sua capacidade instalada aos usuários do SUS.
“Nós somos o maior centro SUS do Brasil, um dos maiores na América Latina. Somos pioneiros nessa área de reabilitação, e entre essa anomalia craniofacial, a mais comum é a fissura labiopalatina. E isso interfere na fala, na comunicação, na estética, e, obviamente, na alimentação”, explica Luiz Fernando Manzoni, diretor clínico do Centrinho.
Thaís Souza, mãe de paciente do Centrinho, relembra os percalços enfrentados pelo filho, que está em tratamento no hospital. “Ele se alimentava e saía pelo nariz. Como era aberto o céu da boca, voltava tudo. Ele fechou o céu da boca e fechou os lábios”, explica.
“Ao longo da vida, outras cirurgias vão sendo feitas a depender do tamanho da fissura e do comprometimento da fissura. Outras modalidades de tratamento são necessárias, como aparelhos ortodônticos para corrigir a posição dos dentes e terapias de fala. Muitas vezes o paciente tem que aprender a engolir corretamente. E para isso é necessária uma equipe bem grande de profissionais de diferentes áreas da saúde”, disse Carlos Santos, superintendente do HRAC/USP.
Hoje, o Centrinho já ultrapassou a marca de mais de 100 mil pacientes atendidos nas áreas de fissuras labiopalatinas, anomalias craniofaciais congênitas e deficiência auditiva.
Ali também encontramos Clívia Donza, mãe do menino Arthur. Ela disse que com apenas 3 meses de vida, por conta da má formação do coração e complicações posteriores, ele perdeu a audição dos dois ouvidos. “Eu desconfiei da perda auditiva porque ele não tinha nenhuma reação aos sons. Eu nem imaginava que uma criança surda poderia falar. Quando eu cheguei aqui e eu vi uma criança implantada, eu fiquei maravilhada com a possibilidade do meu filho poder ouvir”. E completa: “Se eu fosse fazer isso de forma particular, eu não teria condições de fazer”.
O menino Arthur Donza também expressa os resultados do tratamento por meio de uma fala clara e firme: “Eu estou aqui escutando, lendo, falando, graças ao Centrinho. E eu sou muito grato”.
Na cidade de Jaú, interior de São Paulo, o Hospital Amaral Carvalho, referência em tratamento oncológico e transplante de medula óssea, é outro centro que traz boas histórias de recuperação. Wanderson Paiva, que teve um longo tratamento para transplantar a medula, já comemora. “Você se sente nascendo de novo, depois de 6 meses internado”. Ele explica que recebeu a medula de seu irmão. “Não dói nada”, disse, acrescentando o lema para outros possíveis doadores: “Salvar uma vida é muito importante”.
Já a Rede de Reabilitação Lucy Montoro, que atende pelo SUS, realiza mais de 100 mil atendimentos por mês. Ela fornece órteses, próteses e meios auxiliares para a locomoção dos debilitados. É referência no uso de terapias de alta tecnologia que envolvem a robótica. A realidade virtual associada ao exoesqueleto é uma grande aliada que permite uma interação lúdica do paciente e reduz o tempo de tratamento. “O paciente veste a armadura e ele tem uma incrível segurança e uma ajuda nesse sistema para começar a desenvolver o padrão de marcha”, explica a idealizadora da Rede Lucy Montoro, Linamara Battistella.
O paciente do instituto Antônio Carlos Mangueira conta sobre os seus resultados. “Eu vim para cá praticamente arrastado. Depois passei para cadeira de rodas, consegui a bengala de quatro pontas e depois uma [bengala] de uma ponta só. Hoje consigo andar poucos passos sem usar nada”, disse.
Depois do AVC que afetou o lado esquerdo do corpo, Oswaldo Tanaka acabou ficando na mão com o convênio que tinha e passou a ser tratado no centro de reabilitação.
“Se não fosse a rede pública, eu estaria perdido. Eu senti que o que esse centro de reabilitação faz é um acolhimento muito importante. Eles conhecem a gravidade, avaliam direitinho, e colocam o esforço possível para você começar a acreditar na recuperação, na reabilitação. Acho que esse apoio e vínculo socioafetivo e psicológico foi muito importante. Porque em algum momento, à medida que você não consegue comer, você fica desesperado. Eles conseguiram através de um trabalho multiprofissional também não deixar que eu entrasse em desespero e nem desistisse”, conclui Oswaldo.
Reportagem
Sarah Quines
Isabel Série
Produção
Sarah Quines
Deise Machado
Apoio à produção
Acácio Barros
Leonardo Catto
Imagens
Pedro Gomes
Gilmar Vaz
Auxílio técnico
João Batista de Lima
Jone Ferreira
Roteiro e edição de texto
Sarah Quines
Edição de imagem
Fábio Pousa
Finalização
Fábio Pousa
Arte
Pâmela Lopes
Fonte: EBC Geral
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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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