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Carolina de Jesus deve receber novo memorial, diz filha da escritora

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A escritora Carolina Maria de Jesus deverá receber um novo memorial no município de Sacramento, Minas Gerais, onde nasceu. Segundo a filha da autora, Vera Eunice, o projeto deve ser anunciado nas próximas semanas, com apoio do Ministério da Cultura. Carolina de Jesus, célebre pelo livro Quarto de Despejo, que retrata o cotidiano em uma favela na zona norte paulistana, deixou a cidade mineira aos 23 anos, em 1937.

Para Vera Eunice, o novo espaço poderá acolher melhor o acervo da escritora, já que o local que abriga atualmente parte dos manuscritos de Carolina não tem condições adequadas para preservar o material e permitir o acesso ao público. “A gente já está lutando faz muitos anos pra poder tirar a Carolina da prisão. Ela está na prisão? Eles falam que é um arquivo, mas está na prisão”, ironiza Vera, sobre o prédio onde atualmente está o acervo, que é uma antiga cadeia.

Vera destaca a importância de reunir todo o acervo da autora, como fotos e manuscritos, que estão, como herança, com as famílias de pessoas que participaram de processos de edição e publicação. “Eu não quero nada para mim. Eu quero para o brasileiro, para o indígena, para as meninas detentas com problemas psiquiátricos lá em Franco da Rocha [Grande São Paulo]. Eu quero para as mães solo, para as negras. Eu quero para os brancos. Eu quero para os estrangeiros”, enfatizou, ao defender a disponibilidade do material ao público.

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Uma parte do material está no Museu Afro Brasil, na capital paulista, onde, na avaliação de Vera, está bem conservado. “Está do mesmo jeito que eu cedi. Também aqui é um lugar muito importante, que também poderia ficar. O que eu não quero é que fique em gavetas, nem em guarda-roupa, nem na minha casa”, acrescenta a respeito dos originais.

Trajetória

Carolina Maria de Jesus (1914-1977) era moradora da favela do Canindé, zona norte de São Paulo. Trabalhava como catadora e registrava o cotidiano da comunidade em cadernos que encontrava no lixo, sendo que deixou manuscritos anotados também em papel de pão.

Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960, teve três edições, com um total de 100 mil exemplares vendidos, tradução para 13 idiomas e vendas em mais de 40 países. Carolina de Jesus publicou ainda o romance Pedaços de Fome e o livro Provérbios, ambos em 1963.

Feira Literária

Vera Eunice foi a palestrante da primeira mesa da I Feira Literária Afro-Brasileira Carolina Maria de Jesus, do Museu Afro Brasil. O evento ocorre na sede da instituição cultural, no Parque Ibirapuera, zona sul paulistana neste sábado (11) e domingo (12).

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Também estão na programação o poeta e dramaturgo Cuti, o escritor Oswaldo de Camargo, a escritora Esmeralda Ribeiro e os quadrinistas May Solimar e Marcelo D’Salete.

Estão presentes com seus catálogos diversas editoras independentes, como a Aziza, Editora Feminas o selo Dandaras, a Livraria Africanidades, a editora Malê, a Quilombhoje e o Selo Elo da Corrente.

Há ainda contação de histórias e discotecagem na área externa do museu.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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