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Cultura hip-hop ganha espaço como importante setor cultural do Brasil

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Da transição da arte marginal para um concorrido espaço no mercado criativo. A cultura hip-hop cresce e se consolida como um importante setor cultural no país. No ano que se comemora 40 anos do movimento no Brasil, unindo os elementos do breake (a dança), DJ (a música), MC (rima e poesia) e o grafite (a arte visual), o hip-hop busca espaço no mercado e nas políticas públicas.

Durante o 3º Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MICBR), evento que ocorre até este domingo em Belém, no Pará, o hip-hop conquistou um espaço relevante, sendo incluído como setor criativo específico, junto com outros 15 segmentos, como teatro, dança, música, audiovisual e o circo, por exemplo.

O DJ Raffa Santoro, pioneiro do hip-hop no Distrito Federal, produz artistas em diversos estados do país. No MICBR ele busca vender seus serviços de produção musical e também promover artistas do seu selo musical. Para ele, o movimento ainda está engatinhando no mercado.

“Infelizmente (o hip-hop) ainda é marginalizado, ainda tem muita marginalização em cima do tipo de arte que a gente faz. Mas todas essas coisas que estão acontecendo aqui (MICBR), por exemplo, de você estar nessas reuniões de negócios, só mostra que o hip-hop está começando a estar em outro patamar, sendo valorizado de uma outra maneira, com as empresas apostando, vários festivais. Estamos começando a engatinhar e melhorar essa situação de deixar de ser marginalizados, mas o caminho ainda é uma longa estrada”, relata DJ Raffa.

A consultora de negócios do MICBR, Udi Santos, de Salvador, afirma que a cultura hip-hop tem uma identidade própria, uma multilinguagem, que permite uma valorização do segmento.

“Estamos começando a virar a chave, entendendo como se funciona dentro da indústria criativa. Porque a gente já faz isso muito bem de forma separada. Você vê o grafite dentro das artes visuais, nós temos, por exemplo, hoje, o break nas olimpíadas, a gente vê os rappers fazendo maiores sucessos, os DJs também. Todos esses elementos, que o público vê de forma separada, eles fazem parte dessa cultura. Então a gente consegue estar dentro dessa economia criativa e vender mesmo a nossa arte quanto produto”, propõe Udi.   

O produtor cultural e MC Subversivo esteve no evento buscando parcerias para o projeto Crianças do Gueto, voltado a formação na cultura hip-hop na periferia de Manaus (AM). Para ele, o mercado é bastante focado na região sudeste, o que acaba dando pouca divulgação para artistas do Norte do país.

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“Mas também falta o incentivo à cultura, do próprio governo do meu estado, temos algumas movimentações culturais para pleitear editais e fomento para que a gente possa ter captação de recursos para o movimentando. Tanto de quem está começando agora quanto os mais experientes têm uma certa dificuldade. Temos uma certa dificuldade de ser Mc Norte e tentar expandir o trabalho, mas seguimos aí nessa caminhada”, afirma Subversivo.

Intercâmbio

Presente no MICBR, esteve também o produtor John Rodrigues, que organiza o maior festival latino-americano dessa cultura, o Hip-Hop al Park da Colômbia. Ele destaca importância do movimento, que além de ser uma ferramenta de transformação social pela paz no país, hoje tem uma grande aceitação no país. Rodrigues defende um intercâmbio entre artistas brasileiros para o crescimento do mercado.

“Estamos estabelecendo relações para poder gerar intercâmbios entre o hip-hop do Brasil e o hip-hop da Colômbia. Nosso festival é o mais importante da América Latina. É um festival para 150 mil pessoas, onde temos convidados dos Estados Unidos México, Chile, Venezuela, mas temos tido muito pouca participação de Brasil. Então queremos mostrar a importância deste público, mostrar que o hip-hop é global”, afirma.

O argentino Pablo Vergara, produtor musical da Milo Records, diz que o hip-hop também passa por um momento de crescimento no seu país, com grande fomento também por políticas públicas. Apesar da barreira da linguagem, ele também busca realizar encontro entre artistas para superar essas barreiras.

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“Vim buscar fazer a conexão com artistas daqui para poder misturar a cultura da Argentina com a cultura do Brasil. Estou ouvindo a música (hip-hop) feita aqui, com raízes do Brasil, para poder então fazer essa relação, trazer artistas da Argentina para cá e brasileiros para lá”, diz Pablo.

Edital

O Ministério da Cultura lançou, em outubro, um edital específico para premiar 325 iniciativas da cultura hip-hop. O Prêmio Cultura Viva – Construção Nacional do Hip-Hop vai apoiar pessoas físicas, grupos ou coletivos e instituições sem fins lucrativos em um total de 6 milhões de reais. As inscrições são até 11 de dezembro.

*O repórter viajou a convite do MinC

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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