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Domo de Araguainha é um dos 100 sítios que são patrimônio geológico

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Uma comissão de avaliadores da União Internacional das Ciências Geológicas (UICG) selecionou três sítios do patrimônio geológico do mundo, entre os 100 propostos por 55 países. Os três sítios incluídos na lista são o Domo do Araguainha, entre Goiás e Mato Grosso; o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro; e a região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais.

A professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás (FCT/UFG), Joana Sánchez, que integra a comissão, destacou hoje (26), em entrevista à Agência Brasil, que a cratera de impacto de Araguainha foi a única do gênero aprovada entre os projetos propostos.

“Não que não tenham outras espetaculares, mas a que foi aprovada foi ela”, disse. A cratera, ou Domo de Araguainha, foi formada pela queda de um asteroide na divisa de Goiás e Mato Grosso, entre as vilas de Araguainha e Ponte Branca, há cerca de 250 milhões de anos. Com um diâmetro de 40 quilômetros (km), é a maior cratera de impacto da América do Sul e uma das poucas do mundo que tem toda a sua estrutura preservada.

Em toda a América do Sul, há apenas dez crateras de impacto, das quais sete estão no Brasil: Domo de Araguainha (GO-MT), Serra da Cangalha (TO), Vargeão (SC), São Miguel do Tapuio (PI), Colônia (SP), Cerro Jarau (RS) e Piratininga (SP). Outras duas crateras ficam na Argentina (Campo del Cielo e Rio Cuarto) e uma terceira no Chile (Monturaqui).

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Primeiro projeto

Joana é a única representante do Brasil na comissão de avaliação do Patrimônio Geológico da UICG, formada por 34 pessoas. Ela figura, ainda, entre os quatro principais autores do projeto do patrimônio geológico mundial da entidade internacional.

A professora informou que tudo começou quando a UICG, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), abriu oportunidade para apresentação de projetos para financiamento. Joana foi convidada para participar do primeiro projeto, que consistia em escrever e elaborar a metodologia para os primeiros 100 geossítios mundiais. “Eu sou parte da equipe do projeto e avaliadora”, contou.

Os geossítios são locais bem delimitados geograficamente e que concentram formações geológicas com grande valor científico, estético, ecológico, turístico, cultural e educativo. Rochas, fósseis ou até mesmo o solo podem estar entre as características próprias desses locais que ajudam a contar a história da Terra.

Quarto sítio

A etapa seguinte foi o convite para que professores brasileiros propusessem sítios para a lista. Joana não foi proponente porque fazia parte da comissão de avaliação.

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A relação foi preparada em conjunto com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e incluía quatro sítios, dos quais três foram aceitos. O quarto sítio era uma mina de scheelita, localizada em Seridó (RN).

Apesar de ser considerada patrimônio geológico, a mina não foi escolhida, mas Joana acredita que deverá fazer parte das próximas listas. A scheelita é um tungstato de ocorrência restrita. Depois da wolframita, é o segundo mais importante minério de tungstênio, metal considerado estratégico.

“A gente ficou muito contente porque foram três geossítios brasileiros incluídos, apesar de o Brasil não ter muito essa cultura geológica. A gente é muito novo dentro da geologia para ter sido contemplado assim”, comentou.

Ainda não há perspectiva para a elaboração de uma segunda lista de patrimônio geológico mundial. Joana está, no momento, na Espanha, acompanhando a apresentação dos sítios, propostos por 200 especialistas de 55 países de todos os continentes. Ela retorna ao Brasil no próximo dia 29.

Edição: Kleber Sampaio

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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