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Em homenagem a Bruno e Dom, ato inter-religioso é realizado em SP

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Com a Catedral da Sé lotada, no centro da capital paulista, um ato em homenagem ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista britânico Dom Phillips, mortos em uma emboscada no Vale do Javari, no Amazonas, reuniu representantes de diversas religiões para pedir justiça, democracia e respeito aos direitos dos povos indígenas. 

Durante o evento, foi lido o manifesto assinado pelas organizações que convoca a sociedade a dar um “basta” para a violência contra os povos tradicionais e a cobrar o fortalecimento dos órgãos de fiscalização e respeito aos territórios indígenas.

“Honrar a memória desses defensores de direitos humanos exige dar continuidade à sua bem-aventurada missão. Assim, devemos relatar e denunciar a violência que se impõem sobre esses povos, exigir que sejam tomadas as providências devidas para a sua proteção, e transformar todas as crenças e estruturas que dão espaço para a violência”, diz um trecho do manifesto.

Em uma mensagem enviada por vídeo, o indígena Beto Marubo, integrante da coordenação da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), convocou a sociedade a refletir sobre a necessidade de que essas mortes “não tenham sido em vão”. 

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“Não devemos aceitar que pessoas como essas sejam vítimas de uma forma tão cruel e achar que isso é um problema regional. Quero convidar vocês a refletir sobre isso e sairmos do nosso ponto de conforto e atuarmos para que a vida de Bruno Pereira e Dom Phillips tenha valido a pena”, declarou Marubo.

Alessandra Sampaio, esposa do jornalista Dom Phillips, participou do ato e pediu cooperação com as comunidades indígenas como forma de honrar a vida do jornalista e de Bruno. “O que podemos fazer ativamente é conhecer mais sobre a Amazônia, essa riqueza, essa biodiversidade. Só quando se conhece é que se pode proteger e lutar por ela”, pediu. 

Para a antropóloga Beatriz Matos, viúva de Bruno, são fundamentais as investigações feitas com o intuito de esclarecer o crime. “Mas acho que justiça é a garantia dos direitos e dos territórios dos povos indígenas, do Vale do Javari e todos os territórios indígenas do país”, defendeu. Ela destacou ainda que, mesmo com a grande repercussão do crime, o clima no Vale do Javari é de insegurança entre indígenas e indigenistas. 

O evento contou também com a participação de artistas indígenas e da cantora Daniela Mercury e do cantor Chico César. “Quero registrar aqui algo que considero fundamental que é o rechaço ao Marco Temporal, para que a gente consiga proteger os povos indígenas e acabar com essa insegurança jurídica. Quando eles não têm seus direitos respeitados, todo brasileiro está fragilizado”, disse a cantora baiana.

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Aumento do efetivo no Vale do Javari

Em reunião na terça-feira (12) com uma comitiva de servidores da Funai, o secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Antonio Ramirez Lorenzo, que participou do encontro como ministro interino da pasta, disse que nos próximos dias mais agentes da Força Nacional de Segurança Pública devem chegar à região do Vale do Javari. 

O encontro foi solicitado pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, Orlando Silva (PCdoB-SP). Segundo informações divulgadas pela comissão, no encontro, Lorenzo também informou que existe o compromisso de tentar viabilizar um concurso público para a Funai ainda em 2022.

Edição: Claudia Felczak

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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