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Especialistas alertam para medidas associadas às sirenes de desastres

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O governo paulista anunciou no último dia 23, logo após o temporal no litoral Norte de São Paulo que deixou 65 mortos, que instalará sirenes na região, em locais onde há risco de desabamentos e enchentes. A medida emergencial, no entanto, é vista com cautela por especialistas. Eles afirmam que a adoção dos equipamentos precisa ocorrer em conjunto com uma série de ações, como o treinamento da população, a elaboração de rotas de fuga e a realização recorrente de simulados.

“Esse sistema de alerta tem que estar dentro do sistema de gestão de risco do município. Você tem que ter um mapeamento das áreas de risco e das áreas que vão receber essas pessoas em caso de desastre, em caso de acidente. Essas pessoas têm que ser direcionadas para locais que sejam seguros”, destaca o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro e diretor da Federação Brasileira de Geólogos, Fábio Augusto Reis

De acordo com o pesquisador, o treinamento da população é outra etapa importante do sistema de alerta, e deve contar com as lideranças de bairro. “O treinamento até parece simples, mas não é. É um processo que tem que ter o convencimento da população. As pessoas têm que ser convencidas que aquele sistema funciona e, para esse convencimento, você tem que ter líderes da comunidade local participando”, afirma.

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Segundo Reis, a sirene é o último elemento, a última coisa a ser instalada dentro desse sistema de gestão de risco. A crítica dele sobre a instalação de sirenes é que existe a ideia de solução pela pura e simples instalação do equipamento. Mas, ele reforça, existe a necessidade de uma série de ações em conjunto.

Ele explica que o sistema de sirenes é bastante eficiente no Japão, onde há treinamentos recorrentes e já faz parte da cultura do país. “Tem que ter treinamento anual. Por isso que no Japão funciona a sirene. Eles treinam a população há mais um século. As leis deles de Defesa Civil sobre desastres naturais têm mais de 100 anos”.

Para o professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Paulo Canedo, o processo de implementação das sirenes precisa, antes de tudo, levar em conta que as entre as pessoas que serão alertadas pelo equipamento estão idosos, crianças, doentes, pessoas com deficiência, e com dificuldade de locomoção.

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“O que fazer para socorrer aqueles que não podem sair, pessoas idosas, pessoas que estejam doentes, com dificuldade locomoção. Vai ter que ter pessoas treinadas para ir no contrafluxo. Todo mundo descendo e vai ter que ter pessoas especializadas para subir, retirar aquelas pessoas que são cadeirantes, que são doentes do coração. É tudo uma grande confusão. Não é só tocar o apito e está resolvido”.

O professor acrescenta que o desastre pode ocorrer em um horário em que a maioria dos adultos esteja trabalhando fora de casa. “Quem vai subir e pegar as crianças e idosos?”, questiona. “Plano de contingência para evacuação é algo muito difícil de ser feito. Mas é extraordinariamente mais difícil de ser conduzido. E é por isso que tem que ser muito bem planejado”.

Edição: Marcelo Brandão

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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