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Exposição em São Paulo mostra fotografias da Primeira República

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Uma nova exposição em cartaz a partir de hoje (13) no Instituto Moreira Salles (IMS), na Avenida Paulista, em São Paulo, apresenta fotos e filmes pouco conhecidos, produzidos no Brasil entre os anos de 1890 e 1930, no período conhecido como Primeira República. A mostra chamada Moderna pelo Avesso: fotografia e cidade, Brasil, 1890-1930, tem entrada gratuita e fica em cartaz até 26 de fevereiro de 2023.

Naquele período, poucos profissionais e amadores tinham câmeras fotográficas. Mesmo assim, a curadoria da mostra, feita por Heloisa Espada com assistência de Beatriz Matuck, conseguiu encontrar um vasto material produzido em capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife e Belém. As fotos, muitas delas tiradas nas ruas, apresentam não só imagens dessas capitais se modernizando, mas são também registros da expansão da fotografia e do cinema, duas expressões artísticas que foram deixadas de lado na Semana de Arte Moderna de 1922.

“A Semana de 22 não foi suficiente para pensar a arte brasileira moderna. Ela foi um evento importantíssimo, mas que não falou de tudo. Deixou muita coisa de fora, inclusive a fotografia e o cinema”, disse Heloisa Espada. “Os vanguardistas ainda tinham muito preconceito em relação à fotografia na década de 20. A fotografia era vista como um registro mecânico e científico, não como uma possibilidade de se refletir sobre o mundo”, acrescentou.

Para a mostra, foram selecionadas quase 320 itens que apresentam, por exemplo, imagens da derrubada do Morro do Castelo no Rio de Janeiro, a transformação do Recife Velho, as ressacas no Rio, o Círio de Nazaré em Belém, a festa do Centenário da Independência e cenas de trabalho infantil no cinema silencioso.

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A ideia da exposição é buscar um contraponto entre as imagens oficiais das reformas urbanas, associadas à belle époque e à modernização da República, e o que se tentou esconder, destruir, apagar ou deixar de lado sobre esse período. “A ideia foi trazer coisas pouco conhecidas, misturando fotografia e cinema e colocar também coisas conhecidas, lado a lado, para a gente poder pensar sobre esse período de maneira mais ampla”, afirmou Heloísa.

“Quando se fala em moderno, a primeira coisa que vem à cabeça é algo que é atual, que é desenvolvido, que representa o progresso. Mas o moderno também pressupõe a destruição do passado. Moderno pelo Avesso é um pouco a ideia de se pensar, por meio da fotografia e um pouco do cinema, o que significa essa modernidade no Brasil, que foi um processo ambíguo e contraditório. Ao mesmo tempo em que [as fotos] mostram sofisticação técnica e tecnológica, elas mostram pessoas descalças nas ruas, uma vida muito precária e uma população que não foi incorporada a essa sociedade moderna”, ressaltou a curadora.

A seleção para a mostra inclui revistas ilustradas, projeções em lanterna mágica, estereoscópios e fotografias em diferentes formatos, como cartões-postais. Serão exibidos também filmes silenciosos. “A maior parte da fotografia nesse período era oficiosa. O Poder Público no Brasil imediatamente notou o poder de persuasão na fotografia e no cinema. No caso do cinema brasileiro, a maior parte da produção da época que sobreviveu é de filmes encomendados pelo Poder Público estatal, como os eventos sociais, que eram passados no cinema antes ou depois dos filmes de ficção. Essa era uma forma de demonstração de poder”, contou a curadora.

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Os materiais exibidos provêm do acervo do IMS e de mais 28 coleções, entre privadas e institucionais, como da Fundação Joaquim Nabuco, Biblioteca Nacional, Museu Paraense Emílio Goeldi e Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo.

O conjunto inclui desde imagens produzidas por fotógrafos já reconhecidos, como Vincenzo Pastore, Alberto de Sampaio e Augusto Malta, até nomes menos conhecidos, como Francisco Rebello, que registrou a vida nas ruas e o Carnaval do Recife nos anos 1920; e Olindo Belém, autor de uma vista panorâmica de 527 centímetros de largura de Belo Horizonte, feita em 1908.

A seleção também apresenta produções cinematográficas, como os filmes silenciosos Lábios sem beijos (1929) e Limite (1931), que trazem closes e enquadramentos distorcidos, típicos das vanguardas europeias, realizados por Edgar Brasil, diretor de fotografia de ambos.

“Espero que a mostra seja uma maneira de refletirmos sobre essas estruturas, o que nos faz, aqui no Brasil, estarmos presos ao passado e nunca sermos esse país do futuro que se prometeu e nunca chega”, disse a curadora.

Como parte da programação paralela, a exposição contará ainda com uma série de atividades, como um curso sobre lanternas mágicas. A programação também incluirá uma sessão do filme Tormenta, com trilha sonora ao vivo. Mais informações podem ser obtidas no site do IMS .

Edição: Graça Adjuto

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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