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Exposição permite que público faça uma imersão pela Capela Sistina
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Uma exposição imersiva, inaugurada no final de janeiro no MIS Experience, em São Paulo, faz com que o público tenha a sensação de como é visitar a Capela Sistina, no Vaticano. A mostra Michelangelo: o mestre da Capela Sistina fica em cartaz até o dia 30 de abril e apresenta não somente uma experiência imersiva de uma das maiores obras da história da arte, mas traz também reproduções de obras famosas do mestre renascentista como a escultura de Davi. Há também reproduções de manuscritos, estudos e desenhos feitos por Michelangelo.
Segundo o Museu da Imagem e do Som (MIS-SP), os itens da mostra foram homologados pelas instituições italianas que preservam o legado artístico de Michelangelo.
São 14 salas expositivas. Além da sala dedicada à imersão, há também uma que reproduz o ateliê do artista. As demais salas mostram detalhes sobre a arquitetura e os desenhos e pinturas feitos para a Capela Sistina. Há, inclusive, uma sessão dedicada a explicar o Conclave, a reunião de cardeais que decide sobre a escolha de um novo papa e que ocorre no interior da Capela Sistina.
Os conteúdos das salas foram elaborados pelo professor e historiador da arte Luiz Cesar Marques Filho. “Michelangelo era basicamente um escultor, com exceção da Capela Sistina, do Tondo Doni [que é reproduzida na exposição] e uma outra obra inacabada que é atribuída a ele. A Capela Sistina e a Capela Paulina são esses dois grandes monumentos da pintura mural ou de afresco”, explicou Marques Filho, em entrevista à Agência Brasil.
Capela Sistina
A Capela Sistina é uma capela situada no Vaticano e é famosa por sua arquitetura e também por sua decoração em afrescos. Os primeiros afrescos foram feitos nas laterais da capela e retratam figuras bíblicas. De um lado, eles representam a vida de Moisés. Do outro, Jesus Cristo. “Estão lá [obras de] Boticelli, Perugino, Cosimo Rosselli, Lucas Signorelli, grandes pintores florentinos dessa geração”, disse o historiador.
Mas são os afrescos do teto, pintados por Michelangelo, que a fizeram ainda mais famosa. “A capela tinha um teto que era apenas estrelado. E quando [papa]Julio II assumiu o poder, ele chamou o Michelangelo para fazer o seu túmulo. Mas ele mudou de ideia e convocou o Michelangelo para fazer a abobada da capela. Michelangelo não queria porque nunca tinha feito um afresco na vida. Ele tinha feito apenas um aprendizado de afresco com o Domenico Ghirlandaio, que também tinha pintado a Capela Sistina”, explicou Marques Filho.
“Michelangelo pintou a abóbada da Capela Sistina entre 1508 e 1512. As partes mais elevadas da abóbada ele pintou em pé. As partes mais rebaixadas da abóbada ele pintou deitado. É um trabalho extremamente laborioso. Essa foi a maior superfície pintada da história da pintura ocidental. A abóbada dista 20 metros do chão. Ele pintou as figuras projetando como elas seriam percebidas a 20 metros de distância, com distorções de perspectiva”, disse o historiador. Em 1535, anos depois de concluir a pintura da abóbada, Michelangelo começou a pintar a parede do altar, conhecida como Juízo Final.
Todo esse trabalho de Michelangelo na capela é reproduzido na exposição, com apresentação detalhada e também muitos textos de apoio, que ajudam o público a entender, por exemplo, a dificuldade que foi pintar as paredes e o teto da Capela Sistina. “O afresco é uma técnica muito complicada. No afresco, você passa a argamassa mais ou menos crespa, de cimento, na parede de tijolo. Depois se desenha com uma técnica chamada sinopia, que é uma espécie de giz. Então se passa mais uma camada de argamassa, mais fina, sobre este desenho, somente na pintura que seria feita naquele dia já que, no afresco, a argamassa precisa estar fresca. Isso significa que ela tem que estar suficientemente seca para não borrar, mas precisa estar suficientemente úmida para que a pintura penetre na parede”, explicou Marques Filho.
Toda a grandiosidade dessa obra só poderia ser observada e apreciada, de fato, com uma visita ao Vaticano. Mas a exposição em São Paulo pretende, ao menos, dar um gostinho do que é estar lá.
“Deu para vivenciar muito. Foi um saborzinho de querer ver [a obra] ao vivo e a cores”, disse a aposentada Rita de Cássia, 60 anos, em entrevista à Agência Brasil. Rita de Cássia visitou a exposição na quinta-feira (9) e se atentou aos detalhes da obra majestosa de Michelangelo. “Os painéis mostrando a história, contando a evolução da arte, foi a parte que gostei mais [da exposição]”, disse.
“Foi uma exposição ótima, muito educativa. Achei muito interessante. No Brasil, esse tipo de exposição [imersiva] ainda é novidade”, disse Maria Amélia Martins, que ainda não teve a oportunidade de conhecer o Vaticano.
Já Catia Maria, 67 anos, viveu a experiência de visitar a verdadeira Capela Sistina. “Foi uma experiência fantástica. Só vendo ao vivo mesmo, de onde ele ficava para criar as obras, de onde vinha a inspiração. Ele [Michelangelo] é um monstro sagrado”, disse, quando se preparava para visitar a exposição em São Paulo. “Gosto muito dessas exposições imersivas. Acho bem interessante. O contato com a obra é ainda maior”.
A exposição Michelangelo: o mestre da Capela Sistina tem entrada gratuita às terças-feiras. Crianças de até 7 anos também têm entrada gratuita.
Outras informações sobre a mostra podem ser obtidas por meio do site da exposição.
Edição: Fernando Fraga
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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