BRASIL
Famílias carentes acampadas em Brasília ficam indiferentes à Copa
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A Copa do Mundo afetou pouco a rotina de centenas de brasileiros carentes acampados ao longo da Avenida das Nações, ou L4 Sul, como é popularmente conhecida a via que abriga boa parte das embaixadas estrangeiras instaladas em Brasília.
Acomodadas em barracas de lona montadas não muito longe da Praça dos Três Poderes, famílias inteiras, muitas com crianças de colo, permaneciam indiferentes à euforia dos ocupantes dos veículos que passavam velozmente na pista a poucos metros.
Sem poderem deixar os poucos pertences sozinhos, e sem uma TV ou rádio por perto, os adultos que a Agência Brasil entrevistou nesta sexta-feira (9) tinham outras preocupações em mente além do desempenho da seleção.
“Eu gosto de futebol, mas estou mais preocupado com a alimentação da minha família. Se o Brasil ganhar, ok. Vou ficar feliz, mas o futebol não vai me dar comida”, disse o trabalhador agrícola avulso, Cleison Monteiro da Silva, 44 anos, enquanto segurava a filha de pouco mais de um ano para que ela não corresse para a avenida.
Morador de Luziânia e pai de três crianças, Silva assegura que este é o segundo ano consecutivo em que ele e a família se veem forçados a passar semanas sob uma lona, contando com a generosidade de terceiros para complementar a quantia que a família recebe do Auxílio Brasil.
“O trabalho anda fraco e a chuva está atrapalhando a colheita. Por isso viemos para Brasília. Aqui, no fim do ano, as pessoas sempre dão cestas básicas e roupas para quem precisa”, acrescentou Silva, contando que pretende permanecer acampado no coração da capital federal até pelo menos o próximo dia 22.
“Até lá, vamos arrecadar o que recebermos para, às vezes, ajudar outros [moradores de Luziânia] que estão até pior do que nós, mas não tem coragem de vir”, disse Silva.
Por diferentes motivos, a maioria das pessoas com quem a reportagem conversou se negou a conceder entrevista. Um grupo reunido ao redor de 14 pequenas barracas reclamou da indiferença da imprensa em relação à ação do Poder Público, que recorrentemente os retira do local – apenas para voltarem a montar suas barracas na sequência.
A poucos quilômetros do local onde Silva está com a família, a aposentada Tereza de Jesus Costa Lima contou que ela e o marido têm que se revezar para não deixar sozinho o material reciclável que ele recolhe pelas ruas de Brasília para complementar as aposentadorias e, assim, conseguir pagar as prestações de R$ 262 do apartamento que receberam do governo.
“Se tivéssemos onde deixar tudo guardado, protegido, poderíamos voltar para casa. Eu poderia assistir os jogos e não teríamos que ficar aqui, expostos ao tempo e aos olhares de quem passa e pensa que estamos sujando a cidade, guardando lixo”, disse Tereza.
“Aqui, não temos nem como ter um radinho. Como meu marido gosta muito de futebol, ele costuma ir assistir em um barzinho da Asa Sul ou com um vigia que o conhece. Só que ele aproveita o movimento para, na volta, apanhar mais coisas para vendermos. E eu fico aqui, cuidando de tudo”, comentou Terezinha, referindo-se às pilhas de papelão e plástico reunidas diante da barraca onde aguardava o marido chegar com o resultado da partida.
“Acredito que o Brasil vai ganhar”, apostou a corintiana, levando em conta os relatos que o marido fez das partidas anteriores para elogiar o desempenho dos jogadores convocados pelo técnico Tite. Quando a reportagem deixou o local, no início do segundo tempo, o jogo permanecia zero a zero. Nos pênaltis, contudo, o Brasil perdeu para a Croácia por 4 a 2.
Edição: Bruna Saniele
Fonte: EBC Geral


BRASIL
Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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