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Festival de Gramado se abre para séries e amplia aposta em documentais

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Em sua 51ª edição, o Festival de Gramado irá reiterar sua aposta em uma programação que transita por diversos formatos. Além de ampliar a aposta no cinema documental, o evento abrirá espaço pela primeira vez para o lançamento de uma série, em parceria com a plataforma Amazon Prime. Nesta terça-feira (4), foram divulgadas as principais novidades deste ano, as homenagens e a seleção dos filmes que serão exibidos na cidade gaúcha entre 12 e 18 de agosto.

A sessão de abertura levará para as telas o documentário Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho. O diretor tem uma trajetória bastante vinculada ao Festival de Gramado, onde lançou ficções como O Som ao Redor (2012) e Bacurau (2019). Seu novo trabalho foi apresentado em maio no Festival de Cannes, na França, e foi bem recebido: ao fim, a plateia o aplaudiu de pé.

“Vocês estão percebendo como o documentário tem crescido em qualidade e em quantidade no universo brasileiro. E o Kleber nos brindou com um documentário que, pela primeira vez, vai abrir o Festival de Gramado. Vocês devem se lembrar que a gente costuma abrir com ficções”, observou o crítico Marcos Santuario. Ele integra a curadoria do evento há mais de dez edições e, neste ano, tem ao seu lado o ator Caio Blat e a atriz argentina Soledad Villamil.

O crescimento do cinema documental brasileiro já havia levado o Festival de Gramado a criar, no ano passado, uma categoria específica para o gênero. Na ocasião, cinco filmes selecionados foram exibidos no Canal Brasil, emissora de televisão por assinatura e uma das parceiras do evento. Nesta edição, a categoria está mantida com uma novidade: os documentários poderão ser vistos presencialmente pela plateia em Gramado. A seleção envolve uma diversidade de temas abordam desde as trajetórias do escritor Luis Fernando Veríssimo e do cineasta Roberto Farias até conflitos sociais, efeitos da pandemia de covid-19 e impactos ambientais.

Outra novidade desta edição é a abertura para as séries. “A gente não poderia deixar de dar esse passo importante. A gente acompanha também outros festivais tradicionais do mundo. Quem acompanhou o Festival de Cannes neste ano viu que estrearam lá dois episódios de uma série da HBO com atuação da filha do Johnny Depp. E a gente está fazendo isso em Gramado com uma série brasileira. A Amazon Prime é nossa primeira parceira e outras virão. Essa série, que se chama Novo Cangaço, tem um protagonismo do Alan Souza e promete um envolvimento com um Brasil para ser conhecido pelo Brasil”, diz Marcos Santuário.

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Ele lembrou ainda que o Festival de Gramado já dialoga com o mundo do streaming desde 2017, quando decidiu incluir em sua programação o longa-metragem O Matador. Dirigido por Marcelo Galvão, ele foi produzido pela plataforma Netflix.

Além do filme de abertura, dos cinco documentários e da série, a programação será composta por seis longas-metragens brasileiros, cinco longas-metragens gaúchos, 12 curtas-metragens brasileiros e 23 curtas-metragens gaúchos. Um pré-requisito para os curadores é o ineditismo no Brasil, o que impede a seleção de trabalhos que já estiveram presentes em outros festivais nacionais. Finalizando a programação do evento, serão anunciados no dia 19 de agosto os vencedores em diversas categorias: filme, roteiro, edição, fotografia, diretor, ator e atriz, entre outros. Os agraciados recebem o troféu Kikito, símbolo do festival.

Referência da agenda anual do audiovisual brasileiro, o Festival de Gramado é organizado pela Gramadotur, autarquia criada em 2012 pela prefeitura para gerir o calendário oficial de eventos do município e realizar outras ações. Desde 2021, ela é presidida por Rosa Helena Volk, que também anunciou novidades para esta edição.

“Eu sou a primeira mulher presidindo a Gramadotur. Eu acho que nós mulheres temos ocupado cada vez mais os espaços que temos direito por mérito, por merecimento, por dedicação. E a gente tem visto como as mulheres do cinema são importantes e têm feito trabalhos diferenciados em todas as áreas, na frente e atrás das câmeras. Para confirmar essa posição relevante no cinema e no audiovisual brasileiro e mundial, nós teremos apenas homenageadas mulheres este ano”, revelou.

Homenagens

Entre as homenageadas está a atriz Alice Braga, que receberá o Kikito de Cristal pela sua carreira sólida no cinema, tendo participado de mais de 30 produções no Brasil e no exterior. Aos 40 anos, ela cresceu em uma família de artistas – incluindo a mãe Ana Braga e a tia Sônia Braga – e responde por atuações em filmes como Cidade de Deus (2002), Cidade Baixa (2003) e Eduardo e Mônica (2022). Fora do país já trabalhou em produções ao lado de atores renomados como Anthony Hopkins, Margot Robbie e Matt Damon.

O troféu Oscarito será entregue a duas atrizes nonagenárias que ainda estão em atividade. Laura Cardoso, com 95 anos, e Léa Garcia, com 90 anos, serão homenageadas pela grande contribuição ao cinema nacional. Ainda serão posteriormente divulgadas as agraciadas com o troféu Eduardo Abelin, entregue a diretores e entidades com trabalhos relevantes, e com o troféu Cidade de Gramado, concedido a pessoas que têm ligação com a história do município e do evento.

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Ao longo de sua história, o Festival de Gramado contou com a presença de grandes nomes não apenas do cinema brasileiro, mas também internacional. No ano passado, o evento chegou a 50 edições realizadas anualmente de forma ininterrupta. Não deixou de ser realizado nem mesmo durante a pandemia de covid-19, quando adotou, em 2020 e 2021, formato híbrido, com exibição online de filmes. A iniciativa influenciou outros grandes eventos a seguirem o mesmo caminho, como a Mostra de Cinema de Tiradentes e o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

De acordo com Rosa Helena Volk, houve diversos momentos em que o Festival de Gramado precisou se repensar, e a 51ª edição é mais um marco nessa trajetória. “Nos reinventamos há pouco tempo por conta da pandemia de covid-19, onde misturamos o remoto e o digital com o presencial. E foi uma iniciativa que acabou pautando outros eventos do gênero no Brasil. Agora, com a 51ª edição, estamos iniciando o primeiro ano de uma nova década. A marca desta edição é trazer novos formatos para dentro do festival”, destaca.

Confira os longas-metragens e os documentários selecionados:

ABERTURA
Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho (PE)

LONGAS BRASILEIROS
Angela, de Hugo Prata (SP)
O Barulho da Noite, de Eva Pereira (TO)
Uma Família Feliz, de José Eduardo Belmonte (PR)
Mais Pesado É o Céu, de Petrus Cariry (CE)
Mussum, o Filmis, de Silvio Guindane (RJ)
Tia Virgínia, de Fabio Meira (RJ)

LONGAS GAÚCHOS
Céu Aberto, de Elisa Pessoa (RS)
Hamlet, de Zeca Brito (RS)
O Acidente, de Bruno Carboni (RS)
Sobreviventes do Pampa, de Rogério Rodrigues (RS)
Um Certo Cinema Gaúcho de Porto Alegre, de Boca Migotto (RS)

DOCUMENTÁRIOS
Anhagabaú, de Lufe Bollini (SP)
Roberto Farias – Memórias de um Cineasta, de Marise Farias (RJ)
Luis Fernando Verissimo – O Filme, de Luzimar Stricher (RS)
Da Porta pra Fora, de Thiago Foresti (DF)
Memórias da Chuva, de Wolney Oliveira (CE)

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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