BRASIL
Hidrogênio verde avança para se tornar commoditie energética no país
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O hidrogênio, gás que pode ser usado como fonte de energia para veículos, indústrias e até mesmo para usinas termelétricas, tem despertado cada vez mais interesse do mercado externo – em especial na Europa, de forma a substituir o gás importado da Rússia.
Diante dessa expectativa de aumento de demanda, aumentou também o interesse de empresas brasileiras em investir nessa “nova commoditie energética”, conforme disse o presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), Paulo Emílio Valadão.
“Há um ano tínhamos apenas sete empresas associadas. Hoje temos 43, e outras oito em processo de associação. Isso mostra o interesse nessa área, com possibilidades muito interessantes do ponto de vista ambiental e de saúde da população”, disse Valadão em uma das sessões do primeiro Simpósio Global sobre Soluções Sustentáveis em Água e Energia, em Foz do Iguaçu (PR).
O encontro, que reúne autoridades, sociedade civil, setor privado e especialistas em água, energia, ecossistemas terrestres e mudanças climáticas, começou hoje (13) e vai até o dia quarta-feira (15).
Para ser produzido na forma combustível, o hidrogênio requer uma grande quantidade de energia. Caso o processo de produção deste gás não faça uso de fontes energéticas danosas ao meio ambiente, dá-se a ele o nome de “hidrogênio verde”, formato que tem despertado, cada vez mais, o interesse estrangeiro.
Entre as possibilidades planejadas pelas autoridades brasileiras para dar conta dessa demanda crescente por energias alternativas e sustentáveis, está a de usar a energia obtida a partir de offshores (estruturas instaladas no mar), para a produção desse hidrogênio combustível, que pode ser exportado via terrestre (por dutos ou caminhões) ou via marítima (embarcações).
Potencial
Segundo o presidente da ABH2, o país dispõe de outros potenciais de produção não danosos – ou pouco danosos – ao meio ambiente, que vão além da energia gerada por hidrelétricas e fontes eólica e solar.
“Temos potencial muito grande do uso de energias eólica e solar, e temos uma costa muito grande que nos permite desenvolver energia dos oceanos. Além disso, temos uma grande produção de etanol, biogás, biodiesel e de rejeitos de biomassa, que são outras fontes para a produção de hidrogênio”, disse.
Custos
Segundo Valadão, atualmente o custo do hidrogênio produzido a partir de combustíveis fósseis é de cerca de US$ 1,4 por quilo de hidrogênio produzido. Já o produzido a partir da eletrólise [processo que retira hidrogênio da água] tem custo que varia entre US$ 5 e US$ 7 dólares por quilo.
“Existem também perspectivas interessantes de uso de biomassas, que podem produzir a custo competitivo; e, também, de se começar a explorar o hidrogênio natural. Estima-se que este custo seja menor do que o produzido a partir de combustíveis fósseis”, detalhou o presidente da ABH2.
Ele acrescenta que há registros de ocorrências de hidrogênio natural em pelo menos quatro localidades do país. “Isso significa que, no futuro, teremos poços produzindo hidrogênio natural no Brasil”, disse.
Regulação, normas e padrões
A fim de favorecer esse cenário, a associação informou ter criado um conselho, no qual reúne “empresas, academia e órgãos do governo com objetivos como o de regulação, normas e padrões para poder facilitar a abertura de mercado dessa nova commoditie energética no Brasil”.
Valadão acrescentou que 10 unidades federativas já podem ser consideradas hubs [locais que concentram iniciativas inovadoras] em hidrogênio verde: Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Organizado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da Organização das Nações Unidas (UN Desa) e pela Itaipu Binacional, o Simpósio Global sobre Soluções Sustentáveis em Água e Energia pretende “compartilhar e explorar as melhores práticas em relação ao uso sustentável de água e energia”.
*O repórter viajou a convite da Itaipu Binacional
Edição: Denise Griesinger


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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