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Maior território quilombola do país recebe Mostra de Teatro Afro Cena
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O município de Cavalcante (GO), um dos destinos mais procurados da Chapada dos Veadeiros, será palco da 2ª Mostra de Teatro Afro Cena. As atrações, que vão até domingo (12), são gratuitas e incluem espetáculos de teatro, rodas de conversa, apresentações de dança e oficinas.
Realizado pela ONG Teatro, Educação e Responsabilidade com as Raízes Afro-Brasileiras (T.E.R.R.A), o evento leva à comunidade local a oportunidade de entrar em contato com essas expressões artísticas, já que o cinema e o teatro mais próximos de Cavalcante ficam em Brasília, a 300 quilômetros (km) de distância.
“A Mostra de Teatro Afro Cena é de fundamental importância para o município de Cavalcante e para a sociedade brasileira como um todo. Aqui temos localizado o maior território quilombola do Brasil, que são as comunidades Kalunga, e o convite é para refletir a cidade por meio das artes negras, potencializando toda ancestralidade da cultura afro-brasileira e local”, diz Edymara Diniz, realizadora e idealizadora do evento, que teve sua primeira edição em 2018.
Programação
Nesta sexta-feira, a partir das 18h, a programação é voltada para a criançada. O grupo Nutra apresenta a peça circense Clown ou Palhaço, se preferir… Como te Gusta?, na Praça Diogo Telles Cavalcante, no centro da cidade.
Em seguida, às 21h, o Bando de Teatro Olodum, da Bahia, que tem mais de 30 anos de carreira, apresenta o espetáculo Erê, que conta com a concepção cênica de Lázaro Ramos (ex-integrante do Bando).
Encerrando a programação de hoje, às 22h30, o grupo local Flores e Frutos do Quilombo Kalunga apresenta o resultado de mais de 10 anos de trabalho junto a crianças e adolescentes quilombolas na dança sussa, uma manifestação típica e reconhecida como patrimônio nacional.
Amanhã (11), os eventos começam às 8h30, com a oficina Performance Negra, do Bando de Teatro Olodum. “É muito importante voltar para Cavalcante em um festival como esse, onde existem povos remanescentes de quilombo. Somos agentes multiplicadores de nossos fazeres, do teatro, da dança, música, percussão, capoeira. Entendemos que a arte educa, transforma, enaltece, diz Ednaldo Muniz, um dos integrantes do Bando.
Às 14h, a escritora, atriz e produtora Cristiane Sobral conduz sua oficina de Escrita Criativa, uma oportunidade que o público terá de destravar e aprender técnicas de escrita.
Amanhã à noite, a praça central da cidade recebe a apresentação do monólogo de Cristine Sobral Esperando Zumbi, às 21h. Em seguida, o grupo Afoxé Ogum Pá, apresenta o show Cortejo, às 22h30.
A programação de domingo começa com duas rodas de conversa, conduzidas pela idealizadora da mostra Edymara Diniz e pelo ator e dramaturgo Jonathan Andrade, coordenador de produção do evento.
A primeira roda será às 9h30, sobre o ensino de teatro em comunidades negras rurais. A segunda começa às 14h e o tema será Teatro Negro e Ancestralidade: Entre Áfricas e Brasis.
À noite, a Cia. Trotamundus de Teatro encerra as atividades da mostra, às 20h, com o espetáculo O Dia em que Explodiu Mabata Bata, baseado em um conto do escritor moçambicano Mia Couto. A apresentação será na Praça Diogo Telles Cavalcante.
Clique aqui para acessar a programação completa da mostra.
Formação
Desde sua primeira edição, a mostra conta com uma ação formativa para quilombolas da região na área da produção cultural.
Vinte e um jovens kalungas atuam como estagiários durante todas as etapas do evento: pré-produção, durante a mostra e pós-evento. Os jovens recebem uma bolsa no valor de R$ 500.
Kalunga
O território Quilombo Kalunga foi reconhecido em 2021 pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o primeiro Território e Área Conservada por Comunidades Indígenas e Locais (Ticca) do Brasil, é o maior território quilombola do país, e abrange três municípios goianos na região da Chapada dos Veadeiros: Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás.
Edição: Denise Griesinger


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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