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Museu Nacional apresenta meteorito Santa Filomena
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Pesquisadores do Museu Nacional apresentaram na quinta-feira (13) o Santa Filomena, a primeira peça a ser incorporada à coleção de meteoritos da instituição após o incêndio de 2018.
Pesando cerca de 2,8 kg, o fragmento foi adquirido pelo Museu Nacional após uma chuva de meteoritos em 2020, sobre a cidade de Santa Filomena, em Pernambuco. A cidade foi literalmente “invadida” por dezenas de curiosos, pesquisadores e até caçadores do exterior atrás das pedras.
A pesquisadora do Museu Nacional/UFRJ, Maria Elizabeth Zucolotto, que é pioneira na pesquisa dos meteoritos, juntamente com Amanda Tosi, Diana Andrade e Sara Nunes, estavam entre as primeiras pessoas a chegar na cidade, as únicas representantes da ciência. Elas conseguiram obter as amostras estudadas.
De acordo com a professora Elizabeth Zucolotto, “dentre os diversos fragmentos caídos na cidade este foi o escolhido para compor a coleção do museu por apresentar características únicas. Entre elas, a presença de uma crosta de fusão fresca e depressões na superfície que parecem marcas de dedo, menos comuns de serem vistos em exemplares do tipo rochoso”. A professora destaca que o meteorito apresenta linhas de fluxo descendo pelas laterais, formadas em meteoritos que mantêm uma orientação bastante estável à medida que passam pela atmosfera.
Fóssil do sistema solar
O meteorito Santa Filomena, apresentado na quinta-feira (13), pode ser descrito como um “fóssil” do sistema solar, ou seja, trata-se de um fragmento de um asteroide com propriedades muito primitivas, que se formou bem no início da criação do Sistema Solar, tendo uma idade aproximada de 4,56 bilhões de anos, segundo explicou a pesquisadora Amanda Tosi.
“Podemos destacar que, desde então, não ocorreram mudanças físicas e químicas significativas em seus minerais, estando quase da mesma forma de sua formação há bilhões de anos”. Ela afirmou que um dos focos do trabalho publicado é sobre como alguns minerais ajudam a estimar o máximo de temperatura a que a rocha foi submetida, assim como a taxa de resfriamento do corpo asteroidal que deu origem ao meteorito. Dessa maneira, eles são vestígios de como era nosso sistema solar primordial e nos dão pistas de como os corpos planetários, asteroides e cometas se formaram.
Chuva de estrelas
Amanda Tosi explicou que o meteorito Santa Filomena pode ser classificado como um condrito, que são meteoritos rochosos comumente encontrados. “O que não é comum é o fato de partes desse meteorito terem atingido uma zona urbana, incluindo o pedaço relativamente grande recuperado para o Museu Nacional/UFRJ”.
Outro ponto de destaque, de acordo com a astrofísica e professora no Observatório do Valongo, Diana Andrade, é a possibilidade de documentar a passagem do meteoro por câmeras, o que viabilizou o estabelecimento de sua trajetória. Além de propiciar uma melhor noção de onde os pedaços caíram, pode ser comprovado que o meteorito Santa Filomena veio do cinturão dos asteroides, que fica entre Marte e Júpiter. Tal fato foi registrado pela primeira vez em uma queda de meteorito no Brasil.
As Meteoríticas
O nome do grupo surgiu quando Maria Elizabeth Zucolotto foi a campo, junto com as “marinheiras de primeira viagem” Amanda Tosi e Diana Andrade, quando caiu um meteorito na Bahia, no segundo semestre de 2017.
Na longa viagem que fizeram, as pesquisadoras criaram um grupo de trabalho para encontrar as “pedras que caem do céu”, atuando em todas as etapas da pesquisa, desde o trabalho de campo, passando pelo estudo em laboratório, e, sobretudo, na divulgação dessa ciência.
De acordo com a professora Beth, “as pesquisas sobre meteoritos são realizadas já há algum tempo, mas poucos são os que se dedicam a este ramo da ciência no Brasil, especialmente mulheres. Uma coisa é estar no laboratório e receber um pedaço de algum meteorito para fazer a análise, mas outra bem diferente é ir ao campo para prospectar e encontrar essas raras e importantes evidências do universo”. Ela afirmou que sempre procura incentivar novos pesquisadores a encontrar esses registros, o que é uma tarefa bastante árdua.
Publicação do estudo
O artigo foi publicado na Meteoritics & Planetary Science (MaPS), revista mensal internacional de ciência planetária publicada pela Meteoritical Society, uma organização acadêmica que promove pesquisa e educação em ciência planetária, após passar por um extenso estudo de mineralogia, química e petrografia para compreender os processos de formação e eventos ocorridos antes de chegar à Terra.
Reabertura do Museu Nacional
Segundo Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, apresentar uma peça como essa é muito importante para a pesquisa, para a história e para o acervo. A instituição conta com uma coleção de minerais de extrema relevância para a ciência.
“Esse trabalho, publicado em uma das principais revistas da área mostra, mais uma vez, que os profissionais do Museu Nacional continuam gerando pesquisa de qualidade e realizando parcerias, demonstrando que a instituição está mais viva do que nunca! A previsão é de abrir grande parte do Museu nos primeiros meses de 2026, exibindo peças de destaque como o meteorito Santa Filomena”, comemora o diretor Alexander Kellner.
Regulamentação de propriedade de meteoritos
Outro aspecto importante foi a discussão sobre quem deveria ser o dono de um meteorito. A corrida ao meteorito Santa Filomena abriu uma discussão que tramita no Congresso Nacional sobre a regulamentação da propriedade de meteoritos que caem em solo brasileiro.
Com a polêmica, a Sociedade Brasileira de Geologia entrou em ação e, com ajuda de cientistas e demais interessados, conseguiu propor um complemento ao projeto de lei, no qual se regula que 20% de um novo meteorito encontrado, respeitando-se o limite máximo de 1kg, deverá ser disponibilizado para a ciência e depositado em uma instituição científica.
Neste momento, esse projeto de lei segue tramitando no Congresso Nacional. De um lado, pesquisadores que relutam na venda e posse de meteoritos e, do outro, os que apoiam a regulamentação, que pode garantir mais meteoritos brasileiros para a pesquisa, uma vez que a lei prevê uma porcentagem da rocha para a ciência, liberando o restante para o comércio.
“A venda da propriedade dos meteoritos regulamentada por lei impossibilita que eles saiam do país ilegalmente e indica que haverá uma fiscalização suficiente para proibir o contrabando. Um exemplo que temos próximo de uma lei que proíbe a venda está na Argentina e, desde então, ‘praticamente não existe’ mais meteorito argentino, pois a maioria é tirada clandestinamente do país e vendida como se tivesse caído em outro lugar”, explicou Zucolotto.
Para mais informações sobre descobertas na pesquisa de meteoritos acesse o site.
*Estagiário sob supervisão de Akemi Nitahara
Fonte: EBC GERAL


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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