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Obras inéditas mostram o Afeganistão pelas lentes de Arthur Omar

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A exposição Retorno à Imagem: Afeganistão, em cartaz na Galeria Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro, até 20 de novembro, apresenta obras inéditas do fotógrafo Arthur Omar, baseadas na viagem feita por ele àquele país, há 20 anos. A entrada é gratuita e a classificação é livre.

Em 2002, o videoartista viajou para o Afeganistão a convite da Bienal de São Paulo, cujo tema era As Cidades. Lá, ele fotografou cenas do cotidiano, além de homens, mulheres, crianças e cidades. Depois de serem apresentadas na Bienal, as fotos deram origem ao livro Viagem ao Afeganistão, em 2010, com prefácio do filósofo italiano Antonio Negri.

Nessa nova mostra, o artista não voltou ao Afeganistão. “Voltei às imagens. O que a gente vê lá é um trabalho experimental que eu realizei, a partir das fotos que estão no livro, utilizando um processo de sobreimpressão. Em cada imagem, você tem, no mínimo, duas ou três páginas ou imagens superpostas umas sobre as outras. Às vezes, é uma mesma imagem que aparece impressa sobre imagens diferentes, criando sensações, estéticas e percepções diferentes. Essa é a ideia da exposição”, contou Omar.

Segundo ele, o intuito é produzir ou extrair sentidos, significados, experiências perceptivas novas para o espectador, que não estão no livro e, em princípio, nas imagens originais captadas por ele no Afeganistão.

“É um trabalho artístico, estético, de produção por multiplicação de significados. Tenho visto que os espectadores ficam bastante impressionados com o resultado. Eu proporciono a eles uma experiência sobre a imagem em geral bem nova, bem original e diferente”, reiterou.

Debates e visitas

O fotógrafo e videoartista Arthur Omar realiza a exposição Retorno à Imagem: Afeganistão, no Sesc Copacabana, com sobreposições de imagens de sua viagem ao país 20 anos atrás. O fotógrafo e videoartista Arthur Omar realiza a exposição Retorno à Imagem: Afeganistão, no Sesc Copacabana, com sobreposições de imagens de sua viagem ao país 20 anos atrás.

O fotógrafo e videoartista Arthur Omar realiza a exposição Retorno à Imagem: Afeganistão, no Sesc Copacabana, com sobreposições de imagens de sua viagem ao país 20 anos atrás. – Fernando Frazão/Agência Brasil

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A exposição oferece debates virtuais e visitas guiadas pelo próprio Arthur Omar. Neste sábado (29), por exemplo, o fotógrafo estará na Galeria Sesc Copacabana, para levar os visitantes a conhecer detalhes das obras expostas, às 16h. Estão programadas visitas guiadas também nos dias 5 de novembro, às 16h, e no dia 20, às 17h. Elas podem ser agendadas pela internet.

O ciclo de debates Geopolítica das Imagens tem mesas temáticas relacionando a obra de Arthur Omar com as transformações no campo das imagens e discutindo a relação entre estética, ética e política e questões do presente. Os debates são virtuais, com transmissão pelo canal do Sesc Rio.

A programação prevê, no dia 1º de novembro, às 14h30, o debate Uma Vigília Imagética e, no dia 8, A Imagem Pulsátil. Corpos, Rostos e Paisagens. Omar participará e poderá responder às perguntas dos interessados.

Guerra

O fotógrafo e videoartista Arthur Omar realiza a exposição Retorno à Imagem: Afeganistão, no Sesc Copacabana, com sobreposições de imagens de sua viagem ao país 20 anos atrás. O fotógrafo e videoartista Arthur Omar realiza a exposição Retorno à Imagem: Afeganistão, no Sesc Copacabana, com sobreposições de imagens de sua viagem ao país 20 anos atrás.

O fotógrafo e videoartista Arthur Omar realiza a exposição Retorno à Imagem: Afeganistão, no Sesc Copacabana, com sobreposições de imagens de sua viagem ao país 20 anos atrás. – Fernando Frazão/Agência Brasil

Em janeiro de 2002, quando esteve no Afeganistão, Omar encontrou um país no final da guerra deflagrada após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, que mataram mais de 3 mil pessoas e eram atribuídos ao líder terrorista Osama Bin Laden, da Al-Qaeda. Os Estados Unidos, apoiados por outros países, como França e Inglaterra, queriam destruir a Al-Qaeda e remover do poder o regime Talibã, que dera apoio a Bin Laden.

“Era um momento difícil e o Afeganistão estava no centro dos acontecimentos”, lembrou Omar. “As coisas no Afeganistão estavam se abrindo, mas isso não significava que havia liberdades. Na rua, as mulheres andavam todas de burka”.

O fotógrafo lembrou de um episódio com o guia de viagem que, na ocasião, disse que a esposa não usava burka. Omar perguntou então como ela saía de casa e ouviu do guia que “ela não saía”.

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A burka, ou burca, também chamada de chadri ou paranja na Ásia Central, é uma veste feminina que cobre todo o corpo.

Arthur Omar afirma que, com a presença das tropas estrangeiras no país, houve um processo de abertura e as mulheres passaram a estudar e a desempenhar papéis políticos ao longo dos anos. Entretanto, com o retorno ao poder do regime Talibã, ocorreu um retrocesso e o país está isolado.

O artista

O fotógrafo e videoartista Arthur Omar realiza a exposição Retorno à Imagem: Afeganistão, no Sesc Copacabana, com sobreposições de imagens de sua viagem ao país 20 anos atrás. O fotógrafo e videoartista Arthur Omar realiza a exposição Retorno à Imagem: Afeganistão, no Sesc Copacabana, com sobreposições de imagens de sua viagem ao país 20 anos atrás.

O fotógrafo e videoartista Arthur Omar realiza a exposição Retorno à Imagem: Afeganistão, no Sesc Copacabana, com sobreposições de imagens de sua viagem ao país 20 anos atrás. – Fernando Frazão/Agência Brasil

Arthur Omar é um artista múltiplo, cineasta, fotógrafo, artista plástico, videoartista e ensaísta. Seu trabalho alia inovação tecnológica, experimentação com as linguagens e uma grande intensidade dramática.  Uma grande retrospectiva de sua obra foi apresentada no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa), em 1999, com seu conjunto de curtas-metragens experimentais e vídeos, assim como no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro e de São Paulo, em 2001.

Omar apresentou obras nas Bienais de São Paulo de 1998 e 2002; Bienal do Mercosul, em 1999; e Bienais de Havana e de Valência, em 2000. Realizou as exposições Zooprismas, premiada em 2006, como a Melhor Exposição do Ano pelo Jornal O Globo; e Outras Portas da Percepção, em 2016, ambas no Oi Futuro. Em 2018, realizou uma grande exposição de fotografias A Origem do Rosto, no Sesc Consolação, em São Paulo. Em 2019, participou da 14ª Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba.

Edição: Lílian Beraldo

Fonte: EBC Geral

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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