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Parada LGBTI+ do Rio prepara volta após pandemia e dificuldades
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Depois de dificuldades financeiras e dois anos de pandemia, a Parada LGBTI+ de Copacabana, no Rio de Janeiro, voltará a colorir a orla do bairro carioca em 27 de novembro deste ano, anunciou nesta semana o Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBTI+, organizador do evento. Presidente da entidade, Cláudio Nascimento destaca que o evento terá um papel especial neste ano para lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis e intersexuais, já que a pandemia foi um período de acirramento de violências e aumento das desigualdades.

“Mesmo nos momentos de discussão da insegurança alimentar, acabávamos no fim da fila. Entendemos que agora é um momento estratégico e importantíssimo para trabalhar a questão da saúde mental e da inclusão da população LGBTI+, e de retomada e ocupação das ruas, porque isso fortalece a autoestima de um coletivo e de cada indivíduo que vai estar no evento”.
Além de anunciar a data da 27ª edição da parada neste ano, o Grupo Arco-Íris divulgou que, em 2023, a 28ª edição será em 24 de setembro. Nascimento explica que a ideia é gerar mais credibilidade e permitir que a população, os turistas e a indústria do turismo se programem, já que as últimas edições da parada, em 2017, 2018 e 2019, enfrentaram dificuldades financeiras causadas pelo corte do patrocínio e do apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro.
“A gente passou por quatro anos de muitas dificuldades. O evento foi muito fragilizado por essa postura institucional”, disse Cláudio. “Isso impediu que a parada crescesse muito mais. Uma parada com todas as dificuldades do governo anterior levava 1,2 milhão de pessoas a Copacabana. Imagine um evento feito com antecedência, com estruturação bacana e envolvimento de diversos atores da sociedade”.
A programação da parada deste ano vai contar com atividades culturais ao longo do mês de novembro, como cinema, teatro e apresentações musicais, além de discussões sobre diversos temas, como economia, política e cultura. Entre as novidades, uma que ainda é mantida em segredo deve envolver a gigantesca bandeira arco-íris da parada, que tem 124 metros de comprimento por 10 de largura.
Além do apoio da prefeitura, Cláudio Nascimento já conversa com patrocinadores privados, mas afirma que as empresas cariocas precisam se envolver mais com a causa.
“Está na hora de as empresas no Rio de Janeiro atuarem mais próximas do evento, como já acontece em São Paulo há algum tempo”, disse. “Esse evento é importante para o enfrentamento da discriminação e para a construção de um novo marco civilizatório, em que as diferenças não sejam um instrumento para desigualdades, mas para ser celebradas como uma possibilidade plural das existências humanas. A diferença é potência, ela não pode ser conflito ou disputa”.
A reaproximação com a Parada LGBTI+ de Copacabana é um movimento para mostrar que a prefeitura se importa com a pauta, afirma o secretário municipal de turismo, Antônio Mariano, que destaca que o ato está no top 5 dos grandes eventos da cidade, ao lado do Réveillon, do Carnaval e do Rock in Rio. Com a antecedência para a organização do ato em 2023, ele acredita que haverá um número maior de turistas estrangeiros participando do evento.
“O Rio de Janeiro teve muitos turistas internos, do Brasil, do inicio do ano até agora. Com a redução das medidas sanitárias a nível global, a tendência é ter mais turistas estrangeiros. E esse turista não resolve pra onde vai tirar férias da noite para o dia”.
O secretário acrescenta que o Rio de Janeiro é reconhecido internacionalmente como um destino turístico que acolhe a diversidade, e por isso está na lista das cidades preferidas de turistas LGBTI+. A Parada LGBTI+ de Copacabana, por sua vez, também tem visibilidade internacional.
“O turista LGBT, em especial, é um turista que tem um potencial de gasto maior que o turista não LGBT, porque ele costuma ficar em lugares mais caros, ir a lugares mais caros, ter experiências mais caras, então, ele acaba girando mais essa roda”, disse. “Para nós, é importante nesse sentido também, além de ser reconhecido como uma cidade diversa e inclusiva, que respeita os outros”.
O coordenador da Coordenadoria Executiva da Diversidade Sexual (CEDS) da Prefeitura do Rio de Janeiro, Carlos Tufvesson, afirma que se reunirá com os órgãos municipais de diversas áreas para que seja definido como se dará a promoção de políticas públicas durante a parada.
“Posso adiantar que nossa gestão sempre viu a Parada como uma excelente aproximação dos serviços da Prefeitura Rio do cidadão e cidadã lá presente”, afirma ele, que afirma que a reaproximação com a parada faz parte da retomada do programa Rio Sem Preconceito. “Isso inclui o apoio e, mais do que isso, a participação dos órgãos da Prefeitura Rio atendendo os cidadãos e cidadãs na Parada LGBT do Rio”.
O coordenador da CEDS, lembra que a Parada LGBTI+ é um momento de luta contra o preconceito e a discriminação, e por um país mais igual em oportunidade para todos. “Acredito que, como vimos no Rock in Rio, na Parada teremos a volta do público presente”, disse.
Edição: Pedro Ivo de Oliveira
Fonte: EBC Geral
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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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