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“Sem anistia”: manifestação em SP pede responsabilização de golpistas
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Em defesa da democracia e contra atos antidemocráticos ocorridos neste domingo (8) em Brasília, movimentos populares ocupam neste começo de noite a Avenida Paulista, em São Paulo. Eles pedem a punição dos invasores das sedes dos Três Poderes da República — Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF).
A principal frase de ordem ouvida no protesto é “sem anistia”, em referência à responsabilização dos que promoveram, incentivaram ou financiaram os atos na capital federal. Natália Szermeta, da coordenação nacional do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e presidente da Fundação Lauro Campos, avaliou como “necessárias e contundentes” as medidas adotadas até o momento pelos representantes dos Três Poderes. Os manifestantes também pedem a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Mais do que as respostas institucionais, o povo brasileiro, que elegeu Lula, precisa ir às ruas, se manifestar e garantir uma democracia viva e que respeite a liberdade de expressão das pessoas, sejam individualmente ou politicamente, seja de crítica ou de apoio ao governo, mas dentro do que é permitido na democracia brasileira”, disse à Agência Brasil.
As ações terroristas em Brasília levaram à depredação do patrimônio público e destruição de peças de incalculável valor cultural e histórico. Os participantes do ato na capital federal não aceitam o resultado das eleições de outubro, que conferiu a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pedem um golpe militar no país. Muitos deles estavam acampados desde o ano passado em frente a quartéis do Exército.
Os professores Flávio Batista, 41 anos, e Jussara Batista, 40 anos, vieram à Avenida Paulista com as duas filhas adolescentes e a sobrinha. “Precisamos nos posicionar sobre o absurdo que aconteceu ontem, mostrar que a maior parte da sociedade não é a favor daquilo. E mostrar para elas, que são jovens, para entender o valor do Estado Democrático de Direito”, disse Flávio.
Jussara é professora de História e diz não entender como é possível defender um estado ditatorial. “É importante dar referência para os adolescentes. Tudo o que vivemos na ditadura militar aqui no Brasil. Foi tanta luta para a conquista da democracia e ver movimentos que afrontam esse direito, de liberdade, de opinião, de participação política. Foi uma luta árdua e temos que continuar lutando.”
Entre os participantes do ato, estava a liderança indígena Sônia Ara Mirim, da Terra Indígena Jaraguá, na capital paulista. “Hoje era a posse de Sônia Guajajara, nossa ministra dos Povos Originários e infelizmente aconteceu tudo isso em Brasília. Estar aqui é uma forma de representar esses povos que foram massacrados pelo antigo governo [de Jair Bolsonaro]”, declarou.
Também participam da manifestação representantes de organizações e partidos políticos, parlamentares, movimentos sem-terra, de mulheres, da população negra, estudantil, entre outros. De acordo com os organizadores, o ato deve seguir em direção à Praça Roosevelt pela Rua Augusta.
Edição: Aline Leal
Fonte: EBC Geral


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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas
A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.
Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.
Críticas e denúncias
No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.
“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.
A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.
Impacto na cidade
Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.
Custos e processo de construção
O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.
Notas da Prefeitura
Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.
A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.
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