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SP: empregados da ViaQuatro protestam contra demissão de funcionários

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Um grupo de trabalhadores da Via Quatro, que pertence ao grupo CCR – empresa brasileira de concessão de infraestrutura, transportes e serviços – (o mesmo da Via Mobilidade), protestou nesta quarta-feira (19), na capital paulista, contra a demissão de 140 trabalhadores do setor de limpeza, a maioria mulheres. Segundo os trabalhadores, a demissão ocorreu no último sábado (15), de surpresa, durante uma reunião no turno da noite, e nem mesmo situações de estabilidade, como doenças graves, acidentes de trabalho e gestantes, foram respeitadas. Os funcionários também reclamaram que eram submetidos a más condições de trabalho, com jornadas extensas, baixos salários, assédio moral, humilhação e racismo.

“A empresa não garantiu nada, nenhuma continuidade do plano de saúde. Deixaram as pessoas a ver navios depois de elas garantirem um serviço essencial, já que elas são os responsáveis pela limpeza dos trens e das estações. Essas trabalhadoras eram contratadas diretamente pela CCR e nós sempre defendemos esse tipo de contratação porque a limpeza também é um serviço essencial para o funcionamento do Metrô”, disse a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa.

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A líder de higiene Maria de Oliveira, de 54 anos, estava há um ano para se aposentar. Depois de quase sete anos de trabalho na concessionária, disse estar decepcionada porque a demissão veio de surpresa e mal comunicada, após muitos anos de dedicação. “Fiquei sabendo pouco antes de chegar para trabalhar no meu turno que é das 21h às 6h15 da manhã. Se não olhasse no grupo, teria continuado a trabalhar sem saber que estava sendo demitida. Foi muita falta de consideração com os trabalhadores, porque olha aí o que a gente ganhou”, lamentou.

A também líder de higiene, Adriana Aparecida dos Santos de Souza, tinha seis anos de casa e considerou que a empresa não levou em conta a situação dos empregados e os demitiu friamente sem nenhum aviso anterior. Segundo ela, uma de suas funcionárias que foi demitida está grávida e ao saber da situação, a empresa se apressou para recontratá-la. “Os papéis dela já estavam assinados como o de nós todos. Depois de duas horas alguém comunicou para o chefe que ela era gestante. Ela foi chamada para uma sala, assinou um pedido de desculpa da empresa e foi readmitida”, contou.

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Por meio de nota, a ViaQuatro informou que desde 15 de julho, a empresa GPS passou a ser responsável pelo serviço de higiene das estações, após terceirização do serviço. Com isso, segue os procedimentos de todas as empresas públicas e privadas do setor metroferroviário do estado de São Paulo.

Segundo a concessionária, o processo foi conduzido de maneira transparente e cuidadosa junto aos 131 colaboradores envolvidos, que agora passam por avaliação para possível contratação pela nova empresa. “A ViaQuatro agradece aos profissionais por suas contribuições e reforça o seu compromisso com a excelência na prestação de serviço aos seus clientes”, diz em nota.

Fonte: EBC GERAL

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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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