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Tiros mataram 1 por dia no Grande Rio em junho; relembre histórias de quem morreu

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Um levantamento do g1 a partir das notícias publicadas ao longo deste mês encontrou 72 baleados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, e 36 deles perderam a vida. Equivale a dizer que este junho teve 1 morte a tiros por dia. O número pode ser maior, pois historicamente nem todos os casos são notificados.

A maior parte dos óbitos, 29, ocorreu em apenas 1 semana, entre os dias 11 e 18 de junho — e o g1 já tinha detalhado em uma reportagem publicada no dia 19. Agora, a pesquisa incluiu os demais dias do mês.

Essa violência armada inclui assaltos, execuções, crimes políticos, balas perdidas, confrontos — envolvendo forças de segurança e/ou quadrilhas rivais — e discussões de trânsito.

g1 separa agora 8 episódios, que deixaram 10 óbitos, e conta um pouco sobre quem eram essas pessoas.

A jovem de 27 anos estava em um ponto de ônibus em um dos acessos à Linha Amarela quando um PM interveio em um assaltoEla morreu na hora. Foi no início da manhã do dia 18.

Deborah foi mãe em novembro do ano passado. A bebê completou 7 meses no dia 13, e fazia 1 mês que a jovem tinha voltado da licença-maternidade.

A vítima morava em Brás de Pina, na Zona Norte, e trabalhava na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, como chefe de faturamento. Todo dia, ela acordava cedo e pegava 2 ônibus — um deles na Saída 7 da Linha Amarela, em Higienópolis.

Quetilene Soares Souza

 

Quetilene Soares Souza, de 37 anos, morreu após ser baleada em tiroteio em Caxias — Foto: Reprodução

Quetilene Soares Souza, de 37 anos, morreu após ser baleada em tiroteio em Caxias — Foto: Reprodução

A mulher de 37 anos morreu após ser baleada no pescoço na comunidade do Dique, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no dia 20.

Ela era gerente comercial e tinha acabado de chegar do trabalho. Foi atingida por um tiro a menos de 400 metros de casa.

De acordo com a PM, policiais realizavam patrulhamento na região quando foram atacados. Testemunhas, no entanto, dizem que não havia confronto e acusam os PMs de ter atirado em Quetilene e de alterar a cena do crime.

A vítima deixa duas filhas, uma de 2 anos e outra de 7.

Pipito

 

Pipito, em foto recente; criminoso foi morto durante operação policial — Foto: Reprodução

Pipito, em foto recente; criminoso foi morto durante operação policial — Foto: Reprodução

Rui Paulo Gonçalves Estevão, o Pipito, era considerado um dos principais sucessores de Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, que se entregou à polícia no fim do ano passado.

Ele foi baleado em uma casa na Favela do Rodo, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, e levado ao Hospital Rocha Faria, onde já deu entrada morto. Além dele, outros 2 seguranças foram baleados.

Pipito, de 33 anos, dividia com Paulo Roberto Carvalho Martins, o PL, o espólio de Zinho após sua prisão. Ele conquistou a posição depois da morte de Matheus da Silva Rezende, de 25 anos, o Faustão. Na época, em retaliação, Pipito teria ordenado ataques a 35 ônibus na Zona Oeste do Rio.

De acordo a polícia, Pipito entrou para a milícia em 2017, quando o grupo paramilitar era chefiado por Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes.

Ele foi um dos homens de confiança de Wellington da Silva Braga, o Ecko, tio de Faustão, e chegou a ser preso em 2018 com duas pistolas em casa. Tinha antecedentes criminais por porte ilegal de arma de fogo, associação criminosa e extorsão.

Na denúncia da Operação Dinastia, do Ministério Público e da Polícia Federal, Pipito era tratado como chefe da milícia na comunidade de Antares, em Santa Cruz.

Leia Também:  Incêndio atinge garagem de ônibus de duas empresas em Petrópolis (RJ)

Jorge Henrique Galdino Cruz e Rafael Wolfgramm Dias

 

Jorge Henrique Galdino Cruz e Rafael Wolfgramm Dias — Foto: Reprodução

Jorge Henrique Galdino Cruz e Rafael Wolfgramm Dias — Foto: Reprodução

Os militares do Bope foram mobilizados para uma operação na Maré, no dia 11, a fim de capturar criminosos de outros estados escondidos no complexo. Galdino Cruz e Wolfgramm acabaram numa emboscada do tráfico.

Jorge Henrique Galdino Cruz, o sargento Jota, morreu logo após o disparo. Ele tinha 32 anos e deixa três filhos. Flamenguista de coração, o policial costumava postar fotos de momentos com a esposa e o filho caçula. Ele e a mulher eram casados desde 2012, quase o mesmo tempo que ele tinha na corporação, onde ingressou em 2011.

Rafael Wolfgramm Dias, também flamenguista, ficou quase 1 semana internado e morreu no dia 16. O policial era de Itaguaí, na Baixada Fluminense. Ele era casado e deixa um filho menor de idade.

Juliana Lira de Souza Silva, a Nega Juh, e Alexander de Souza Gomes

 

Juliana Lira de Souza Silva, a Nega Juh — Foto: Reprodução/ Redes sociais

Juliana Lira de Souza Silva, a Nega Juh — Foto: Reprodução/ Redes sociais

Mãe e filho que foram assassinados em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no dia15.

Testemunhas afirmaram que quatro homens encapuzados saíram de um carro preto e atiraram nos dois. Juliana estava sentada em um bar e Alexander a cerca de 6 metros da mãe, fazendo reparos em um veículo.

Nega Juh era pré-candidata a vereadora em Nova Iguaçu.

Antônio Gaspazianni Chaves

 

Empresário é morto com vários tiros nas esquinas das ruas Teodoro da Silva e Souza Franco, em Vila Isabel — Foto: Reprodução

Empresário é morto com vários tiros nas esquinas das ruas Teodoro da Silva e Souza Franco, em Vila Isabel — Foto: Reprodução

O empresário de 33 anos era dono do bar Parada Obrigatória, em Vila Isabel, e foi executado com pelo menos 20 tiros a poucos metros do estabelecimento no dia 9.

Máquinas de caça-níqueis que estavam no bar da vítima foram apreendidas e levadas para a delegacia.

Gaspazianni tinha acabado de deixar o seu bar, onde fez o recolhimento do dinheiro das maquininhas, de acordo com testemunhas, quando homens encapuzados abriram fogo contra ele.

g1 apurou que há 2 linhas investigadas pela Polícia Civil: o empresário foi morto ou porque ele estava envolvido numa disputa por pontos de exploração de máquinas de caça-níqueis ou porque vendia cigarros clandestinamente.

Mateus da Silva Ferreira

 

Influenciador morre baleado no Rio — Foto: Redes sociais

Influenciador morre baleado no Rio — Foto: Redes sociais

O jovem de 22 anos, morador da Muzema, era o Mateus Doido nas redes sociais e somou 70 mil seguidores com vídeos de manobras com moto.

Vizinhos contaram que ele foi baleado durante uma operação policial no dia 21. Mateus chegou a ser levado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas já chegou morto ao local, segundo a direção da unidade.

Segundo a namorada, policiais impediram o socorro a Mateus.

Lucas Murilo de Carvalho

 

Um dos jovens atingidos, Lucas Murilo Ferreira de Carvalho, foi baleado na cabeça em tentativa de assalto no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio — Foto: Reprodução

Um dos jovens atingidos, Lucas Murilo Ferreira de Carvalho, foi baleado na cabeça em tentativa de assalto no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio — Foto: Reprodução

Ele e um amigo voltavam do trabalho em um carro dirigido por um policial penal quando ladrões os abordaram. O motorista reagiu.

Lucas ficou internado em estado grave por uma semana, mas não resistiu e morreu nesta terça-feira (25).

O levantamento detalhado

Dia Fato Mortos Feridos
01/jun Homem é morto a tiros por policial penal em Todos os Santos, na Zona Norte 1 0
02/jun Torcedor do Flamengo é baleado em bar após jogo; carro passou atirando, dizem testemunhas 0 1
03/jun Motorista de aplicativo e passageira são baleados após entrarem em comunidade por engano em Brás de Pina 0 2
04/jun Morre motociclista baleado por policial militar na Cidade de Deus; PM alega que disparo foi acidental 1 0
05/jun Policial militar é baleado após reagir a assalto na Avenida Brasil 0 1
06/jun Suspeito é morto em tentativa de assalto na Avenida Brasil 1 0
07/jun Pipito, apontado como chefe da maior milícia do Rio, é morto pela polícia 1 2
07/jun Confronto com a polícia deixa quatro feridos na Freguesia 0 4
09/jun Dono de bar é morto com pelo menos 20 tiros em Vila Isabel 1 0
11/jun Seis morrem e 23 são presos em operação da PM na Maré; em represália, tráfico fecha 3 vias expressas 6 0
11/jun Protesto por morte de irmãos fecha BR-465 em Seropédica, na Baixada Fluminense 2 0
11/jun Jornalistas são feridos após carro de reportagem ser atacado a tiros em Belford Roxo, RJ 0 2
13/jun Criança de 12 anos é baleada durante confronto entre policiais e criminosos na Ilha do Governador 0 1
14/jun Motoqueiro escapa de ser baleado em tentativa de assalto por agenda que estava guardada em moto: ‘Agradecer a Deus’, diz vítima 0 1
14/jun Policial militar é baleado em São João de Meriti, RJ 0 1
15/jun Polícia Civil investiga morte de mãe e filho assassinados em Nova Iguaçu 2 0
17/jun Homem morre após ser atingido em tiroteio entre criminosos e PMs em Ramos 1 0
17/jun Menina de 5 anos é baleada e dois suspeitos morrem durante troca de tiros na Região Central do Rio 2 1
17/jun Policial militar morre baleado na cabeça após sofrer tentativa de assalto em Duque de Caxias 1 0
17/jun Homem é morto durante confronto entre policiais e bandidos no Engenho da Rainha 1 0
17/jun VÍDEO: policial à paisana reage a assalto na Taquara e mata um bandido e deixa outro ferido 1 1
18/jun Mulher é atingida por bala perdida no pescoço e fica em estado grave em São Gonçalo, no RJ 0 1
18/jun Jovens são baleados em tentativa de assalto no Recreio dos Bandeirantes 1 1
18/jun Duas pessoas morrem em tentativa de assalto na saída da Linha Amarela 2 1
19/jun Motociclista morre baleado na Gardênia; balas perdidas ferem mais 2 no Grande Rio 1 2
19/jun VÍDEO: PM reage a assalto em farmácia e mata bandido na Zona Oeste do Rio 1 0
20/jun Mulher morre após ser baleada no pescoço quando chegava do trabalho em Duque de Caxias 1 0
20/jun Comerciante é morto na porta de bar em Magé 1 0
21/jun Influenciador morre baleado na Muzema, Zona Oeste do Rio 2 0
21/jun Vídeo mostra tiroteio à luz do dia na Baixada Fluminense; moradores ficam na linha de tiro 1 1
22/jun Assessor da Prefeitura de Duque de Caxias é morto a tiros 1 0
23/jun Polícia investiga assassinato de filho de PM na Avenida Brasil 1 0
23/jun Após briga, sushiman é executado a tiros em Rio das Pedras 1 0
26/jun Confronto deixa seis pessoas feridas em Barros Filho 1 5
26/jun Jovem é baleado ao tentar fugir de assalto no Maracanã 0 1
27/jun Polícia investiga se disputa por herança motivou tentativa de homicídio na Zona Oeste 1 0
28/jun Moradores são baleados durante operação da Polícia Civil na Penha e no Alemão; 36 escolas fecham por segurança 1 3
28/jun Homem e mulher são alvo de pelo menos 20 tiros e saem andando 0 2
29/jun Frentista é baleado por cliente após discussão em posto de São Gonçalo 0 1
Total 72 baleados 37 mortos 35 feridos
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Prefeitura de SP constrói muro na Cracolândia para isolar área de usuários de drogas

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A Prefeitura de São Paulo ergueu um muro na Cracolândia, localizada no Centro da cidade, com cerca de 40 metros de extensão e 2,5 metros de altura, delimitando a área onde usuários de drogas se concentram. A estrutura foi construída na Rua General Couto Magalhães, próxima à Estação da Luz, complementada por gradis que cercam o entorno, formando um perímetro delimitado na Rua dos Protestantes, que se estende até a Rua dos Gusmões.

Segundo a administração municipal, o objetivo é garantir mais segurança às equipes de saúde e assistência social, melhorar o trânsito de veículos na região e aprimorar o atendimento aos usuários. Dados da Prefeitura indicam que, entre janeiro e dezembro de 2024, houve uma redução média de 73,14% no número de pessoas na área.

Críticas e denúncias

No entanto, a medida enfrenta críticas. Roberta Costa, representante do coletivo Craco Resiste, classifica a iniciativa como uma tentativa de “esconder” a Cracolândia dos olhos da cidade, comparando o local a um “campo de concentração”. Ela aponta que o muro limita a mobilidade dos usuários e dificulta a atuação de movimentos sociais que tentam oferecer apoio.

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“O muro não só encarcerou os usuários, mas também impediu iniciativas humanitárias. No Natal, por exemplo, fomos barrados ao tentar distribuir alimentos e arte”, afirma Roberta.

A ativista também denuncia a revista compulsória para entrada no espaço e relata o uso de spray de pimenta por agentes de segurança para manter as pessoas dentro do perímetro.

Impacto na cidade

Embora a concentração de pessoas na Cracolândia tenha diminuído, o número total de dependentes químicos não foi reduzido, como destaca Quirino Cordeiro, diretor do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas. Ele afirma que, em outras regiões, como a Avenida Jornalista Roberto Marinho (Zona Sul) e a Rua Doutor Avelino Chaves (Zona Oeste), surgiram novas aglomerações.

Custos e processo de construção

O muro foi construído pela empresa Kagimasua Construções Ltda., contratada após processo licitatório em fevereiro de 2024. A obra teve custo total de R$ 95 mil, incluindo demolição de estruturas existentes, remoção de entulho e construção da nova estrutura. A Prefeitura argumenta que o contrato seguiu todas as normas legais.

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Notas da Prefeitura

Em nota, a administração municipal justificou a construção do muro como substituição de um antigo tapume, visando à segurança de moradores, trabalhadores e transeuntes. Além disso, ressaltou os esforços para oferecer encaminhamentos e atendimentos sociais na área.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) reforçou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) atua na área com patrulhamento preventivo e apoio às equipes de saúde e assistência, investigando denúncias de condutas inadequadas.

A questão da Cracolândia permanece um desafio histórico para São Paulo, com soluções que, muitas vezes, dividem opiniões entre autoridades, moradores e ativistas.

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