Search
Close this search box.
CUIABÁ

MATO GROSSO

Aprosoja-MT confirma perdas expressivas e baixa produtividade na safra 23/24

Publicados

MATO GROSSO

O presidente da Aprosoja-MT revela que há produtores colhendo menos de 10sc/ha e afirma que esta é ” A maior estiagem vivida pelos produtores em todos os tempos aqui em Mato Grosso“, afetando diretamente a produção no estado. Confira esta análise detalhada com Lucas Costa Beber.

Avaliação da Aprosoja-MT

A situação enfrentada pelos produtores de Mato Grosso na atual safra de grãos é preocupante, conforme temos divulgado aqui diariamente. Para entender melhor este cenário adverso, conversamos com o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber, que gravou um vídeo especial para os produtores que acompanham o Agronews.

A estiagem intensa torna esta a maior preocupação dos produtores, com impactos significativos nos resultados esperados para a próxima safra. Aperte o play no vídeo abaixo e confira a análise completa.

A maior estiagem da história de Mato Grosso

Lucas Costa Beber destaca que, desde o início do cultivo da soja, os produtores enfrentam a maior estiagem já vivida no estado. Os prejuízos são consideráveis, agravados pelo cenário de grãos com preços mais baixos. A relação custo-benefício torna-se desfavorável, colocando muitos produtores em uma posição desafiadora para atingir as metas de produtividade e cumprir contratos de venda e compromissos financeiros.

A maior estiagem vivida pelos produtores em todos os tempos aqui em Mato Grosso.“, afirma Lucas.

Para entender melhor tudo isso, veja abaixo algumas matérias publicadas aqui no Agronews que mostram essa realidade vivida pelos produtores mato-grossenses, que obrigou cerca de 1/3 dos municípios do estado a decretarem Situação de Emergência:

Perdas expressivas e desafios na produtividade

Estatísticas x Realidade

O presidente da Aprosoja Mato Grosso faz um contraponto importante em relação às estatísticas oficiais, reforçando a necessidade de comprovação da realidade vivida pelos agricultores. Lucas aponta que a pesquisa conduzida pela Aprosoja, com mais de 800 associados e dados relativos a mais de 900 propriedades, destaca uma média de 63 sacas por hectare no ano anterior, alinhada aos dados oficiais. Entretanto, a perda média de 21% indica uma realidade diferente da apresentada pelas estatísticas oficiais.

Leia Também:  Sema atende produtores de cinco municípios no Mutirão Ambiental em Sorriso

Os números do que a gente vê aí que está por vir não condizem com a realidade da Conab.“, diz o presidente.

Lucas Beber enfatiza a relevância da pesquisa realizada pela entidade, já que capturou dados representativos de cerca de 1,6 milhões de hectares, sendo que o estado produz um total de 12,2 milhões de hectares. Uma amostragem muito bem representada. Ele ainda destaca a importância de comprovar a severidade da seca, citando os decretos de estado de emergência emitidos por municípios em contato com as prefeituras. Contudo, destaca que é crucial que esses decretos se baseiem em laudos agronômicos feitos de maneira responsável para validação.

A orientação sempre é que o produtor procure antecipar as coisas, ou seja, sempre que vê que não vai conseguir colher para atingir os contratos, buscar fazer os laudos da lavoura.“, salienta.

Mudanças na metodologia da Conab

A Aprosoja-MT tem desempenhado um papel ativo, buscando mudanças na metodologia da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em suas análises. A pesquisa conduzida pela associação, percorrendo mais de 8.000 quilômetros no estado, mostrou a realidade das lavouras e revelou a discrepância entre os números apresentados oficialmente e a situação vivida pelos agricultores.

Temos pedido à Conab, principalmente, para mudar a metodologia em que é feito essas análises, porque não condiz com os números que a gente tem visto aí dos produtores também.

Temos pedido à Conab, principalmente, para mudar a metodologia em que é feito essas análises, porque não condiz com os números que a gente tem visto aí dos produtores também.

Projeções de mercado confiáveis

O presidente da Aprosoja destaca a necessidade de um preço justo para os produtores, ressaltando que a precificação justa depende de uma projeção de mercado mais confiável. A busca por uma análise mais sólida, que leve em conta as reais condições das lavouras, é crucial para equalizar os preços conforme a realidade da produção.

Leia Também:  Flamengo anuncia a contratação de Marinho, do Santos, seu primeiro reforço de 2022

O produtor precisa de um preço justo. E precificação justa se faz com uma projeção de mercado mais confiável.“, avalia Lucas.

Diante deste cenário desafiador, Lucas Beber oferece orientações cruciais para os produtores. Destaca a importância de documentar todas as comunicações e acordos com as empresas envolvidas, evitando surpresas no futuro. Recomenda que os produtores antecipem laudos da lavoura, formalizem acordos por e-mail e mantenham um registro detalhado de todas as negociações.

Não confio em conversa no boca a boca, conversa por telefone. É importante que fique registrado tudo o que é acordo, tudo o que é combinado com as empresas.“, alerta o presidente da entidade.

Desafios na segunda safra de milho

Além dos desafios na cultura da soja, Lucas Beber destaca a preocupação com a segunda safra de milho, uma cultura essencial para a renda dos produtores. O atraso no plantio, os replantes frequentes e a diminuição na janela de cultivo elevam a incerteza sobre a produtividade do milho. A falta de tecnologia adequada, seja em adubação ou qualidade de sementes, contribui para a redução na expectativa de colheita.

Não é irresponsabilidade falar que nós podemos ter aí, diante da safra boa de milho que foi o ano passado, esse ano ter uma safra em torno de 20% menor“, estima o presidente.

O depoimento de Lucas Costa Beber, que também é produtor e conhece bem a realidade do setor, oferece uma visão detalhada dos desafios enfrentados pelos produtores de Mato Grosso. A necessidade de comprovação da realidade vivida nas lavouras, a busca por preços justos e uma projeção de mercado mais confiável, além das orientações práticas para os agricultores, destaca a importância da solidariedade e da ação conjunta para superar os desafios enfrentados pelo setor agropecuário.

O comprometimento da Aprosoja Mato Grosso em mediar mudanças e representar os interesses dos produtores é evidente, reforçando a importância de uma abordagem colaborativa para enfrentar os desafios iminentes na agricultura do estado.

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

MATO GROSSO

Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

Publicados

em

Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).

O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior ­- índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).

A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.

No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.

Leia Também:  Sema atende produtores de cinco municípios no Mutirão Ambiental em Sorriso

A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.

Dificuldades

As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.

As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).

Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.

Leia Também:  Programa Vigia Mais MT entrega 210 câmeras para municípios e instituições não governamentais

Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.

“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.

Dados da pesquisa

O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA