MATO GROSSO
Cardiologista alerta sobre cuidados com o coração após morte precoce de jovem em Cuiabá por AVC
MATO GROSSO
Nesta semana, a jovem Vanessa Batista dos Santos, de 24 anos, morreu enquanto se exercitava no Parque das Águas, em Cuiabá. A jovem teria sido vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), conforme apontou o laudo médico. No documento apresentado, o AVC teve uma causa biodinâmica, ou seja, uma morte de causa natural ou relacionada à doença. O laudo final da Perícia Técnica (Politec) deverá ficar pronto em 10 dias.
Em entrevista à imprensa, a mãe de Vanessa, Ana Paula Batista Benencase, 47 anos, confirmou o laudo e disse que a filha sempre gostou de praticar exercícios, como caminhadas e pular corda. Ana ainda disse que Vanessa sempre cuidou da saúde e não tinha histórico de doença. Era bastante rigorosa e sempre ia ao médico, quando tinha algum sintoma anormal.
O caso chamou atenção, pois quem tem problema no coração, principalmente relacionado ao infarto, costuma ter dúvidas sobre a questão dos exercícios físicos. O especialista em cardiologia Dr. Max Wagner de Lima explicou ao Cuiabá Notícias o que precisa ser feito para evitar situações como estas.
“Infelizmente essa semana tivemos jovem que veio a ter a perda da consciência, e consequentemente uma morte súbita. Interessante a gente ponderar neste caso que a atividade física não faz mal para ninguém, exercícios físicos só fazem bem. Existem momentos adequados para que a gente prescreve exercícios, a forma adequada a ser feita, os exames necessários para cada tipo de paciente antes de iniciar a atividade física. Nosso ponto número 1, é ser saudável, e com isso vem a atividade física. Então esse ponto deve ser frisado para que não pareça que fazer atividade física seja o que levou a morte daquela jovem”, explica o especialista.
O cardiologista alerta ainda que devemos manter nossa rotina de exames com nosso cardiologista, independente da idade, e que é essencial passar pelos exames antes de iniciar um exercício físico, por exemplo.
“O ideal é que todo mundo faça uma avaliação médica antes de iniciar as atividades físicas, seria o ideal. Se tiver uma oportunidade de avaliar como está sua saúde, discutir com médico, um profissional de educação física, qual a melhor atividade naquele momento posso fazer o exercício que eu quero, a progressão dessa atividade. Há mas e quem já treina? Também deveria passar por médico? Sim, se a pessoa já pratica atividade física não significa que ela não tenha problema, que seja mais raro, ou problema genético.
Uma das causas mais comum em mortes precoce por AVC, são de problemas relacionados à arritmia cardíaca graves, que geralmente não apresentam sintomas no dia-a-dia.
“Pacientes jovens como no caso de Vanessa, a maior causa de acontecer são problemas de arritmias cardíacas graves, que às vezes o paciente tem uma doença e não sabe. E essas doenças são silenciosas, que durante um pico de esforço o coração dela, entra em desbalanço elétrico e gera uma arritmia e leva a pessoa a falecer. Tem pacientes que têm morte súbita com menos de 35 anos, e o principal motivo não é infarto e sim arritmias graves, secundárias as vezes de doenças genéticas, sejam dos músculos do coração ou canais elétricos do coração, que são diferentes daqueles pacientes acima de 35 anos, que a maior causa é o infarto”, aponta.
O especialista alerta que, mesmo com hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e a prática regular de exercícios físicos, pessoas com pais, avós, tios ou outros parentes próximos que passaram por algum problema cardiovascular devem ficar atentas.
“Essas paradas cardíacas podem ser de doenças hereditárias, temos dois exemplos mais comum, o primeiro deles é quando a pessoa nasce com problemas genéticos, e com tempo o músculo do coração vai ficando grosso e por ser hereditário não vai dar sintomas, não vai ter dor no peito, falta de ar. Que pode ser descoberta em consulta de rotina, ou quando um familiar tiver, nesse caso nós orientamos a todo parentesco de primeiro grau que faça uma investigação mais detalhada. A outra doença, por exemplo, são pacientes que nascem com artérias que nutrem o coração com trajetos diferentes, chamadas “anômalas de coronárias”, que também não apresentam sintomas no dia-a-dia. Essas doenças geralmente aparecem em um check-up”.
O cardiologista reforça que, mesmo, quem tem problema no coração deve, ou alguma patologia, deve sim praticar atividades físicas. Mas, é importante ter um acompanhamento médico constante, para avaliar as condições de saúde de cada paciente.
“Existem pouquíssimas doenças em que a gente vai falar que o paciente não pode fazer atividade física. Existe inclusive uma tabela, no caso se ele não pode fazer corrida, pode praticar um a yoga que também é uma atividade física. A ideia é que a gente sempre mantenha o paciente em movimento, de qualquer que seja a forma, se não pode fazer o máxima, fazemos o mínimo, como por exemplo, um paciente em tratamento de quimioterapia a gente sabe que ele consegue praticar exercícios físicos com frequência, mas se ele aperta um bolinha de tênis na mão, para fazer com que a frequência do coração fique mais alta, ele já tem benefício no tratamento. O que vai valer é individualização, a gente entender que cada pessoa, cada momento, cada história que ela traz na sua família, vai ter um exame adequado, tipo de exercício, a forma que vai começar as atividades físicas”, explica o médico.
O especialista recomenda, que pessoas que tenham familiares com históricos de morte súbita ou AVC, devem procurar um cardiologista, pois eles podem ter alguma doença genética.
“Os exames, por mais modernos que sejam, não previnem o que vai acontecer em nossas vidas, mas é capaz de diminuir qualquer risco”, recomenda.
Como prevenir
A primeira medida é fazer o check-up com o cardiologista. Isso pode ajudar a prevenir a maioria dos casos. Outra maneira, é adotar hábitos saudáveis, evitar o consumo de drogas ilícitas, moderar o consumo de álcool e ter uma alimentação saudável.
“Para a gente manter nossa saúde cardiovascular em dias, alguns pilares são fundamentais. Primeiro deles, atividade física, temos as principais diretrizes, sejam elas as brasileiras, europeias ou americanas relacionadas a cardiologia e a prevenção de doenças. Coloca-se ali que devemos fazer entre 150 a 300 minutos de atividade física por semana, dívidas em exercícios aeróbicos e musculação, existe uma forma ideal de ser prescrito. Número dois, reduzir ao máximo possível o consumo de sal, sódio , isso ajuda a gente a construir nossa saúde cardiovascular, manter nosso peso em dias e dentro da normalidade, ou seja, evitar obesidade, não fumar nenhum tipo cigarro, muito menos aqueles chamados eletrônicos, uso excessivo de bebidas alcoólicas, o ideal seria não beber”,
Faça check up com regularidade, vá a seu médico de confiança de tempos em tempos conforme ele determinar. Se houver casos de mortes súbitas na família, principalmente em pessoas com menos de 40 anos, deve-se ser ainda mais cuidadoso na avaliação.
“Esses são pilares fundamentais para a gente construir uma saúde cardiovascular, e diminuir as chances de se ter um evento cardíaco de qualquer natureza, um infarto ou um derrame”, finaliza.


MATO GROSSO
Mais de 17,6 mil pessoas com deficiência comandam negócios próprios em Mato Grosso

Cerca de 17,6 mil pessoas com deficiência (PCD) têm o próprio negócio em Mato Grosso, segundo pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Mato Grosso (Sebrae/MT). O levantamento, realizado neste ano, mostra que esses empreendedores representam 3,6% do total de empresários mato-grossenses, com predominância de pessoas com limitações motora (36,7%), visual (34%) e auditiva (29,3%).
O estudo aponta que os empreendedores PCD apresentam elevado nível de escolaridade: 46,9% concluíram o ensino médio e 38,1% têm ensino superior - índice superior à média estadual. A faixa etária predominante está entre 35 e 44 anos (39,5%), seguida por 45 a 54 (22,4%). O grupo é formado majoritariamente por homens (57%). No recorte racial, há equilíbrio entre pardos (36,7%) e brancos (34%), seguidos por pretos (19%).
A maioria é casada (57,1%) e tem filhos (91,2%), o que reforça a importância da renda do próprio negócio para a estrutura familiar.
No campo econômico, os empresários com algum tipo de limitação atuam em diversos setores. O comércio concentra 31,3% dos negócios, seguido por serviços (25,2%), indústria (21,8%) e tecnologia (14,3%). Moda (17,7%), cosméticos (15%) e alimentação (14,3%) estão entre os principais segmentos.
A formalização é alta: 85,7% possuem CNPJ, sendo a maioria registrada como microempresa (48,4%) ou empresa de pequeno porte (32,5%). Além disso, 70% atuam há mais de três anos e quase metade emprega de dois a cinco colaboradores, o que demonstra maturidade e estrutura consolidada.
Dificuldades
As motivações que levam pessoas com deficiência a empreender mesclam necessidade e realização pessoal. Para 40,8%, a decisão está ligada à necessidade financeira, enquanto 34% enxergam oportunidades de mercado e 32% buscam autonomia. A frustração com o mercado de trabalho tradicional (23,1%) e o desejo de realizar um sonho (15%) também aparecem com destaque.
As mulheres tendem a empreender mais por necessidade (54%), enquanto os homens se movem principalmente pela percepção de oportunidade (48,8%).
Na jornada empreendedora, os desafios enfrentados são múltiplas e revelam tanto desafios estruturais quanto específicos. Burocracia (44%), concorrência acirrada (39%) e falta de capital inicial (33%) estão entre as principais dificuldades. Além disso, 21% relataram barreiras diretamente ligadas à deficiência, como acessibilidade e preconceito, e 22% mencionaram dificuldades para equilibrar a vida pessoal e profissional.
Entre as mulheres, questões de gênero e maternidade ganham relevância, enquanto os homens apontam custos e juros elevados como maiores obstáculos.
“O Sebrae apoia todos os empreendedores, porque acredita que o empreendedorismo é um caminho de inclusão e autonomia para todas as pessoas, independentemente de suas condições. Quando um empreendedor PCD empreende, ela inspira e transforma o seu entorno”, afirma Liliane Moreira, analista técnica do Sebrae/MT. “A inclusão produtiva das pessoas com deficiência é uma questão de equidade e também de fortalecimento da economia, pois amplia talentos, gera inovação e promove uma sociedade mais justa”.
Dados da pesquisa
O levantamento foi realizado entre 3 e 31 de janeiro de 2025, por meio de entrevistas telefônicas, com 147 empreendedores (formais e informais) que possuam alguma deficiência no estado de Mato Grosso. O estudo apresenta uma taxa de confiança de 95% e margem de erro de 4%.
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