Search
Close this search box.
CUIABÁ

MATO GROSSO

Governo de Mato Grosso soluciona impasse e destrava compra da Rota do Oeste

Publicados

MATO GROSSO

O Governo de Mato Grosso conseguiu solucionar o impasse para a transferência do controle acionário da BR-163. Nesta segunda-feira (12.12), o Estado conseguiu destravar as negociações de dívidas com os bancos credores da Rota do Oeste, possibilitando, assim, que a transferência seja concretizada. A informação repercutiu na edição desta terça-feira (13.12) do jornal Valor Econômico.

A reportagem destaca que foi firmado acordo preliminar com os bancos para a renegociação de uma dívida de R$ 920 milhões contraída pela Rota do Oeste para a operação e as primeiras obras de duplicação no trecho mato-grossense da BR-163. A intenção inicial do Governo de Mato Grosso era quitar 40% da dívida, à vista, a fim de assumir a concessão da rodovia, por meio da MT Par. Após as negociações, a oferta inicial foi ampliada, resultando em um consenso com os bancos.

“Esta era a última pendência para assumirmos a concessão”, afirmou o governador Mauro Mendes à reportagem. 

Após o acordo preliminar, caberá aos bancos a formalização da negociação, por meio de trâmites internos. Após, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que já assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Rota do Oeste em outubro deste ano, também precisará formalizar a aprovação da transição. A expectativa é que o contrato seja firmado até o final de janeiro de 2023. 

Confira a reportagem no site do Valor Econômico ou a veja íntegra do texto abaixo:

O governo do Mato Grosso fechou um acordo preliminar para viabilizar a compra da Rota do Oeste, concessão da rodovia BR-163 controlada pela OTP (Odebrecht Transport), da Novonor (ex-Odebrecht). O Estado conseguiu destravar a negociação com os bancos credores da concessionária, os quais vinham resistindo ao corte da dívida, o que colocava a operação em risco.

“Nesta segunda-feira [12], tivemos a última rodada [de negociação] com os bancos, temos um e-mail formalizando. Agora haverá as devidas formalizações, os bancos precisam submeter o acordo a trâmites internos. Esta era a última pendência para assumirmos a concessão”, afirmou o governador reeleito do Estado, Mauro Mendes (União).

A expectativa de pessoas envolvidas na negociação é que o contrato seja firmado no fim de janeiro de 2023. O prazo máximo para a assinatura foi fixado em 15 de fevereiro. Segundo uma fonte, os documentos finais estão sendo elaborados e ainda há alguns detalhes que podem gerar alguma discussão.

O acordo preliminar, porém, já permite que o governo do Mato Grosso inclua a destinação de recursos ao projeto na Lei Orçamentária Anual de 2023, que deverá ser votada nesta semana. Essa era a principal preocupação dos envolvidos, que temiam que a negociação com os bancos se arrastasse demais, inviabilizando a previsão de verba na lei e colocando a aquisição em xeque.

Além dos bancos, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) ainda precisa formalizar sua aprovação, o que deverá ser feito nesta semana. Como o órgão apoiou a estruturação de toda a transação, não há expectativa de problemas nesta etapa.

O governo do Mato Grosso deverá comprar a Rota do Oeste por meio da estatal MTPar. A concessão será vendida pela Odebrecht Transport a um preço simbólico de R$ 1. O Estado vai injetar R$ 1,2 bilhão na concessionária, para viabilizar obras de duplicação da BR-163.

“É a rodovia mais importante do Estado, que corta cidades com 65% da população e por onde passa grande parte do escoamento de soja e da produção do agronegócio. Então a solução é extremamente importante”, diz Mendes.

A venda da concessionária privada a uma estatal é um modelo inédito no setor. A aquisição veio à tona em setembro, com a aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU). O arranjo prevê, além da transferência do controle, uma série de

flexibilizações contratuais. Por exemplo, caso todas as obras obrigatórias sejam executadas, os passivos regulatórios da Rota do Oeste serão extintos, e o contrato poderá ter uma prorrogação de prazo, de 2043 para 2048.

À época, acreditou-se que a etapa mais difícil – o aval do TCU – havia sido vencida. Porém, nos meses seguintes, os bancos credores da concessionária passaram a ser um entrave.

A dificuldade estava na renegociação da dívida de R$ 920 milhões da Rota do Oeste, que o governo terá que assumir a partir da compra. Para viabilizar a operação, o Estado precisaria promover um corte relevante do valor. Porém, a proposta inicial – o pagamento de 40% do montante antecipadamente – vinha sendo rechaçada por parte dos credores, principalmente o Itaú BBA, o Banco do Brasil e a Caixa.

Ao fim, o Estado ampliou a oferta – antecipando o pagamento de uma parcela de “earn-out”, ou seja, um valor que seria pago no futuro a depender do desempenho da concessionária – e conseguiu chegar a um consenso.

Procurado, o Itaú confirma que chegou a um acordo preliminar com o Estado. O Banco do Brasil disse que “não comenta negociações em andamento”. A Caixa também diz que não poderia se manifestar pois se trata de operação protegida por sigilo bancário.

A Rota do Oeste é uma das concessões fracassadas da chamada terceira rodada do governo de Dilma Rousseff. Dos 453,6 quilômetros de duplicação previstos, 26% foram executados. Diante da ameaça de caducidade e da dificuldade para vender o ativo a outro grupo privado, a empresa aderiu, no fim de 2021, à devolução amigável do contrato, com objetivo de fazer sua relicitação.

No entanto, a solução desagradou o Mato Grosso, já que a relicitação levaria anos, o que postergaria ainda mais os investimentos na BR-163. Como resposta, há cerca de um ano, o governo começou a negociar outra saída.

Para o Mato Grosso, o objetivo é tirar a duplicação do papel, mas não há uma intenção de operar a rodovia até o fim do prazo contratual, segundo o governador.

“Estamos entrando para resolver um problema que o mercado não foi capaz de solucionar. Porém, uma vez cumpridos os compromissos perante a ANTT e o TCU, estaremos aptos a deixar o controle da concessionária e devolvê-la ao mercado. Muito provavelmente é o que faremos, e iremos buscar recuperar os recursos aportados no projeto.”

Já do lado da Novonor, trata-se de mais um passo para extinguir a OTP, seu braço de concessões de transportes. A subsidiária ainda tem cerca de R$ 1 bilhão em dívidas corporativas. A ideia é quitar esses créditos por meio de participações minoritárias que a empresa ainda detém em algumas concessões (como Rota das Bandeiras e VLT Carioca) e de valores que ainda poderão ser recebidos de concessionárias vendidas no passado (por meio de earn-outs).

Fonte: GOV MT

COMENTE ABAIXO:
Leia Também:  Polícia Militar prende homem que agrediu companheira com uma cadeira em Jaciara
Propaganda

MATO GROSSO

Decisão do STJ obriga juízes do TJMT analisar essencialidade de grãos em RJ de produtores rurais

Publicados

em

O ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deu provimento ao recurso especial interposto por produtores rurais, e reformou acórdão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), obrigando os juízes a realizar novo julgamento sobre extraconcursalidade dos créditos e da essencialidade dos grãos no processo de recuperacional.

Os produtores entraram com recurso após o Juízo da 4ª Vara Cível da Comarca de Rondonópolis deferir a recuperação judicial dos recorrentes, mas considerar que o crédito executado era de natureza extraconcursal, pois decorria de contrato de Barter com emissão de Cédula de Produto Rural (CPR), não se submetendo aos efeitos da recuperação. Porém, no julgamento, o Tribunal afastou a essencialidade dos grãos sem justificar as razões de tal medida.

Em sua decisão, o ministro destacou que o acórdão do TJMT se limitou a afirmar a extraconcursalidade do crédito com base na natureza da CPR, proveniente de contrato de Barter, porém, sem discorrer sobre a exceção prevista no artigo 11 da Lei 8.929/1994.

Leia Também:  Seduc publica gabarito final do seletivo para ingresso nas 28 escolas estaduais militares em 2025

“Assim, não há elementos no acórdão que possam subsidiar, de forma concreta, a extraconcursalidade atribuída à CPR, muito menos a não essencialidade dos grãos para garantir o cumprimento do plano de recuperação”, diz trecho da decisão.

Operação Barter é uma operação financeira entre produtor rural e empresas de produtos utilizados no agronegócio, uma modalidade de crédito em que o pagamento ocorre de uma forma diferente do crédito convencional. Por meio de um acordo realizado antes da colheita, o produtor adquire insumos agrícolas e realiza o pagamento com os produtos que ele cultiva em sua lavoura. Isso quer dizer que não é preciso fazer o pagamento antecipado em dinheiro.

De acordo com o advogado do Grupo ERS e especialista em recuperação judicial, Allison Giuliano Franco e Sousa, a decisão traz mais segurança jurídica aos produtores rurais.

“Em um período em que os pedidos de recuperação judicial no campo crescem a cada novo levantamento divulgado, temos uma sinalização de um ministro do STJ que diz que o argumento dos produtores rurais para ficarem com os grãos, pois são bens essenciais para a manutenção da atividade é o suficiente. Com a decisão, o STJ obriga os juízes a se manifestarem sobre a essencialidade dos contratos de Barter, não podendo serem retirados imediatamente da recuperação judicial, isso traz mais segurança jurídica aos produtores”, explicou.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

CUIABÁ

VÁRZEA GRANDE

MATO GROSSO

POLÍCIA

MAIS LIDAS DA SEMANA