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ESTUPROS EM MT

Delegada: troca de mensagens de pastor com criança é chocante

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MATO GROSSO

costumada com casos de embrulhar o estômago na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cáceres, a delegada Paula Gomes Araújo revelou ter ficado especialmente chocada com o estupro de uma menina de 10 anos, que era tratada pelo abusador como sua “namorada”.

O que mais me chocou foi ele tratar uma menina como se ela fosse uma mulher, como se tivessem um namoro mesmo. Isso não pode ser banalizado

 

Por pequenas quantias, de R$ 10 e R$ 20, o pastor evangélico Idamir Fidélis Pereira, de 55 anos, estuprava a menina em sua casa.

 

Uma vizinha, desconfiada das “visitas frequentes”, flagrou o crime na sexta-feira (6) passada e filmou o religioso enquanto ele ainda estava trancado com a criança dentro de casa. Ele aparece na filmagem arrumando a calça e colocando o cinto.

 

Para a delegada, o mais chocante no caso, além do crime, foi o teor das mensagens trocadas entre o pastor e a menina, em especial o tratamento que ele tinha com ela.

 

 

“Na Delegacia da Mulher tem muito estupro de vulnerável. Tenho uma cabeça boa, mas esse caso me chocou por envolver uma criança de 10 anos. O que mais me chocou foi a troca de mensagens”, afirmou a delegada.

 

Segundo Araújo, além de pedir fotos íntimas à menina, o pastor a chamava de amor. “Ele pedia fotos dela de calcinha: ‘Meu amor, tira foto’, ele dizia. O que mais me chocou foi ele tratar uma menina como se ela fosse uma mulher, como se tivessem um namoro mesmo. Isso não pode ser banalizado”, explicou.

 

Entre as fotos armazenadas no celular do pastor havia as que ele pedia que a menina mandasse, as que ele tirava dela em sua casa e até uma dos dois se beijando na boca.

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O inquérito policial, segundo a delegada, reúne provas robustas capazes de responsabilizar o religioso pelo crime de estupro, além do artigo 240 do Estatuto da Criança e do Adolescente.

 

“Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente”, diz trecho do estatuto. A pena é de reclusão de quatro a 8 anos, e multa.

 

Em depoimento à Polícia o pastor confessou ter cometido o crime, mas disse ter tido o “consentimento” da mãe e da criança para isso. “Falou que a mãe sabia que ele tinha esse ‘relacionamento’ com a menina, que a mãe consentia”, explicou a delegada.

Reprodução

Idamir Fidélis Pereira

Flagra feito por vizinha após pastor cometer crime

 

A mãe negou saber dos abusos, disse ter pensado que a filha ia para a casa do pastor apenas para pegar o dinheiro dado em forma de “ajuda”.

 

As investigações, no entanto, apontam que a mãe tinha conhecimento do crime. Ela está presa e responderá por estupro na forma de omissão.

 

Comprava doces

 

Nas mensagens trocadas o pastor oferecia em média de R$ 10 a R$ 20 para cada “visita” da menina.

 

“Conseguimos com testemunhas que ela comprava muita bala e chiclete em um mercadinho na rua deles. Ele se aproveitou da situação econômica precária da criança e ludibriou a mãe para compactuar com tudo isso. Ela também vai responder”, disse a delegada.

 

As investigações apontam que o crime acontecia há meses. “Os vizinhos estão achando que desde o início do ano esse pastor estava com atitude suspeita. Estamos investigando ainda”, disse.

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Crime gravado

 

Uma vizinha desconfiada das movimentações na casa flagrou o crime e registrou o pastor saindo da residência com a menina.

 

Na imagem ela chega chamando-o e ele responde de dentro da casa. Ao se aproximar mais, ela pergunta: “Cadê a menina que estava com o senhor aqui dentro?”.

 

“Ela está ali dentro”, responde o pastor.

 

A mulher retruca novamente. “O que ela estava fazendo trancada ali dentro?”.

 

“Ela veio buscar o dinheiro para a mãe dela da…”, diz o pastor sem terminar a frase.

Falou que a mãe sabia que ele tinha esse ‘relacionamento’ com a menina, que a mãe consentia

 

“Ah, toda vez ela vem buscar o dinheiro aqui?”, questiona mais uma vez a mulher.

 

“Não, só quando deve”, responde o pastor.

 

A mulher alerta que já chamou a Polícia e ordena que ele, nem a criança saiam dali até a chegada das autoridades.

 

Enquanto isso o pastor arruma a calça e coloca um cinto.

 

“Porque o senhor está arrumando a roupa? Eu vim aqui e a porta estava fechada. […] Já chamei a Polícia e o Conselho Tutelar, faz dias que eu tô sondando o senhor”, disse a mulher.

 

Segundo a delegada, o vídeo foi fundamental para a prisão em flagrante do pastor.

 

“Serviu como prova, a gente já agradeceu ela, a parabenizamos pela atitude corajosa de ter pego esse pastor em flagrante”, afirmou a delegada.

 

O indiciamento do pastor e da mãe da vítima deve ser encaminhado à justiça nesta segunda-feira (16).

 

“Já foram ouvidas algumas testemunhas, a menor já foi ouvida, estou aguardando o laudo pericial. Já temos bastante elementos, conseguimos recuperar algumas imagens, fotos do celular dele”.

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Débora Guerra defende saúde como eixo da sustentabilidade na Amazônia: “A formação médica precisa estar enraizada no território”

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Com a proximidade da COP 30, a Amazônia se torna, mais do que nunca, protagonista nos debates globais sobre clima, sustentabilidade e justiça social. Para Débora Guerra, CEO da Trivento Educação, instituição presente há mais de oito anos em Altamira (PA), esse cenário exige um novo olhar sobre a formação médica. “A saúde precisa ser compreendida como parte do ecossistema amazônico, e não apenas como um serviço”, afirma.

Débora destaca que a Trivento atua com um currículo médico voltado para as especificidades da região. “Trabalhamos com temas como doenças tropicais, saúde indígena, medicina de emergência e telemedicina. A ideia é que o estudante compreenda a realidade da Amazônia e atue dentro dela, criando vínculos com a população e enfrentando os desafios locais com conhecimento e sensibilidade cultural”, ressalta.

Para além da formação acadêmica, a proposta da Trivento busca consolidar programas de residência e estágios na própria região, incentivando os futuros médicos a permanecerem no território após a graduação. “A carência de profissionais especializados é um problema histórico em cidades como Altamira e em todo o Xingu. Formar médicos que compreendam as condições de vida locais é estratégico para transformar esse cenário”, enfatiza Guerra.

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Débora também defende o incentivo à interdisciplinaridade e ao trabalho em rede, fundamentais para o atendimento em áreas de difícil acesso. “O médico amazônico muitas vezes atua em contextos extremos, com poucos recursos e em articulação com equipes multiprofissionais. Por isso, nossa formação é integral, adaptada às realidades e aliada a políticas de valorização profissional”, explica.

Em diálogo com a COP 30, Débora propõe uma agenda que reconheça a saúde como parte essencial das dinâmicas socioambientais. “A saúde é determinante e consequência do meio ambiente. A degradação ambiental impacta diretamente a vida de indígenas, ribeirinhos e populações vulneráveis”, diz. A proposta da Trivento inclui investir em pesquisas interdisciplinares, com base científica robusta, e defender políticas públicas que integrem saúde, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

Entre as propostas, estão a ampliação do uso de energias renováveis, a telemedicina como ponte entre Altamira e grandes centros médicos, e modelos de atenção primária que respeitem o contexto cultural e territorial. “Não é apenas sobre levar atendimento, mas sobre como esse atendimento se dá, com respeito ao modo de vida local e menor impacto ambiental”, ressalta.

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Débora reforça que a Amazônia precisa ser ouvida nos fóruns multilaterais. “A perspectiva amazônica tem que ser reconhecida como central no debate global sobre saúde e clima. E isso só é possível com protagonismo das comunidades locais, que carregam saberes fundamentais para a construção de soluções sustentáveis”, pontua.

A formação médica contextualizada é um passo decisivo rumo a um futuro em que saúde, ambiente e justiça social caminhem juntos. “A Amazônia não é um obstáculo, é uma potência. E formar médicos que enxerguem isso é transformar o cuidado em instrumento de desenvolvimento”, finaliza.

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