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Acesso à informação deve incluir dados da segurança pública, defendem debatedores

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Elaine Menke/Câmara dos Deputados
Homenagem aos dez anos da Lei de Acesso à Informação. Dep. Padre João PT-MG; Dep. Reginaldo Lopes PT-MG; Cristiane Brum Bernardes - Representando o Compolítica e Doutora em Ciência Política pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Elen Geraldes - Professora associada do curso de Comunicação Organizacional da Faculdade de Comunicação da UnB; Rafaela Caetano - Membro da Intercom e Professora do Instituto Federal de Brasília (IFB). Doutora em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Marivaldo de Castro Pereira - Auditor Federal de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional
Audiência também debateu a ampliação da Lei de Acesso à Informação

A cultura da transparência criada pela Lei de Acesso à Informação (LAI), que completou dez anos de vigência nesta semana, precisa ser ampliada para incluir os dados da segurança pública, segundo participantes de reunião realizada nesta quarta-feira (18) pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara.

A LAI foi criada para garantir ao cidadão o acesso às informações detidas pelo poder público, sem necessidade de requerimentos.

O líder do PT, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), autor do projeto que deu origem à LAI, defendeu a aprovação de uma legislação exclusiva para a segurança pública com o objetivo de criar o que chamou de polícia cidadã. Ele lembrou que proposta nesse sentido já avançou na Câmara (PL 4894/16) e está pronta para ser votada pelo Plenário, entretanto sofre resistência do próprio setor.

“O grande dado da segurança pública é não ter dado, isso é inaceitável. Os estados que publicam dados, publicam dois itens de um cardápio de 30 itens”, reclamou o deputado. “É muito difícil publicamente um agente de segurança pública negar a transparência, apesar de não ajudar na mobilização política para aprovação”, acrescentou.

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Reginaldo Lopes também defendeu que a lei seja ampliada a todos órgãos e entidades que administrem dinheiro público. Ele citou o terceiro setor, organizações governamentais, bem como partidos políticos e times de futebol.

Uma lei que pegou
O deputado Rogério Correia (PT-MG), que solicitou a audiência, lembrou que a LAI foi uma lei “que pegou”. “A lei é de referência nacional, e a partir dela muitas coisas foram descobertas, mas muitas coisas ainda procuram se esconder. No entanto, com essa legislação, temos mais espaço para fazer com que se dê transparência às coisas no País”, disse.

Professora da Faculdade de Comunicação da UnB, Elen Geraldes concordou com o deputado e reforçou a necessidade de ampliar a proteção aos usuários da LAI. “Para que a pessoa não sinta nenhum constrangimento e, quem sabe, violência”, disse.  “Isso se aplica também à própria mídia que, muitas vezes, quando se sabe que é um profissional da imprensa, tem o acesso negado”, complementou.

Na visão de Elen Geraldes, a LAI precisa ser aplicada com mais rigor nas informações detidas pelo Judiciário e Legislativo porque, segundo ela, a lei hoje prioriza o Executivo. “É preciso abrir as portas e as janelas do Judiciário”, defendeu.

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Legislativo
A representante da Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política (Compolítica), Cristiane Brum, informou que a Câmara dos Deputados fez 420 mil atendimentos pela LAI em 10 anos. Desse total, 35% dizem respeito às matérias legislativas.

“Cada vez mais a informação deixa de ser apenas um direito para virar uma mercadoria muito valiosa com toda a digitalização dos processos sociais. Então nós sabemos o preço que a informação tem para nós cidadãos quando disponibilizamos as nossas informações”, disse a pesquisadora.

Durante a reunião, foi lançado o livro “10 Anos da Lei de Acesso à Informação: Limites, perspectivas e desafios”, que reúne artigos e entrevistas de mais de 80 autores sobre o tema, com a coordenação da professora Elen Geraldes.

Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Roberto Seabra

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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