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Agentes de vigilância sanitária pedem piso nacional; municípios preocupam-se com impacto financeiro

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Agentes de vigilância sanitária estiveram na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (18) para pedir apoio ao Projeto de Lei 1126/21, que garante piso salarial nacional de dois salários mínimos para a categoria. Esses profissionais atuam nos municípios para eliminar, diminuir ou prevenir riscos sanitários à saúde da população.

Eles participaram de audiência pública na Comissão de Saúde para discutir o projeto, que também equipara, para fins legais e de remuneração, as atividades desempenhadas por agentes de vigilância sanitária, agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias.  O presidente da Comissão, deputado Zé Vitor (PL-MG), que pediu o debate, informou que o texto substitutivo à proposta está prestes a ser votado na comissão.

Presidente da Associação Nacional dos Profissionais da Vigilância Sanitária nos Municípios Brasileiros (Unavisa), Odilon Bezerra dos Santos Filho destacou que vários profissionais têm de exercer outras atividades para complementar a renda e que a categoria trabalha com insalubridade. Na pandemia de Covid-19, por exemplo, quando outras categorias permaneceram em casa, os agentes sanitários continuaram exercendo atividades na rua.

“Nós estamos aqui para pedir aos senhores que olhem por esta categoria. Nós estamos dentro de um sistema, o SUS, somos essenciais, não estamos em extinção, promovemos arrecadação e estamos precisando do apoio dos senhores deputados e das senhoras deputadas e também do governo federal para que façam o que for possível pela nossa categoria”, disse.

Impacto sobre os municípios
Consultor de Saúde da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Denilson Magalhães afirmou que a entidade tem grande preocupação com os pisos salariais nacionais, pelo impacto que causam às prefeituras e pela sustentabilidade do pagamento. Ele ressaltou a dificuldade para operacionalizar, por exemplo, o piso da enfermagem, e disse que é necessário aporte financeiro da União para garantir o pagamento dos pisos aprovados.

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Denilson citou levantamento da confederação sobre o impacto dos pisos para os agentes de vigilância sanitária: “Encontramos 25 mil ocupações no País, a média nacional de salário é de R$ 2.130, estão presentes em 2.214 municípios, e a gente calculou o impacto em R$ 1,2 bi”, informou.

Segundo ele, a CNM não é contra valorizar os profissionais, mas pisos salariais interferem diretamente na autonomia dos municípios de poder estabelecer a remuneração dos seus servidores de acordo com a sua capacidade administrativa e econômica. “Então esta é nossa grande preocupação: nós nivelarmos a remuneração dos nossos servidores municipais por pisos salariais nacionais sem levar em conta as diferenças que existem entre os nossos municípios, que são muito marcantes mesmo e para cada região do Brasil existem diferenças muito grandes”, concluiu.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Debater o Projeto de Lei nº 1126 de 2021, que trata do piso salarial dos Agentes de Vigilância Sanitária. Diretor Jurídico - Associação dos Fiscais Estaduais de Vigilância Sanitária do Mato Grosso do Sul, Matheus Pirolo.
Matheus Pirolo defendeu um fundo municipal de vigilância sanitária

Fonte de recursos
Diretor Jurídico da Associação dos Fiscais Estaduais de Vigilância Sanitária do Mato Grosso do Sul, Matheus Pirolo disse que os dois salários mínimos previstos na proposta é o “mínimo do mínimo” que a categoria poderia pleitear, lembrando que a categoria não pode acumular cargos públicos, como outros profissionais da área da saúde. Conforme ele, em 80% dos municípios os profissionais recebem apenas um salário mínimo.

Ele sugere que a fonte de recursos para o pagamento do piso sejam taxas e multas arrecadadas pelos agentes, formando um fundo municipal de vigilância sanitária. Os agentes exercem auditoria e fiscalização sobre alimentos, medicamentos, dispositivos médicos, laboratórios clínicos, entre outros, aplicando taxas de fiscalização, de alvará sanitário e multas.

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Posição do governo
O representante do Ministério da Saúde Benedito Augusto de Oliveira destacou que num primeiro momento o órgão foi contrário ao projeto de lei, visto que já há os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às endemias para cumprir o mesmo papel na estrutura do Sistema Único de Saúde. Mas ele disse que o debate será retomado dentro do ministério. Este mês começam as reuniões da Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS, onde a discussão poderá ser promovida.

Ele ponderou que é necessário estudo técnico para avaliar se a fonte de recursos sugerida é suficiente para o pagamento do piso para todos os agentes de vigilância sanitária e manifestou preocupação de que não haja uma “fábrica de multas” para arrecadar os recursos necessários para os salários. Segundo ele, o projeto terá de apontar fontes claras para o financiamento do piso.

Visão dos deputados
O deputado Osmar Terra (MDB-RS) defendeu um plano de carreira nacional unificado para todo o setor público de saúde. Ele teme que a confusão atual em torno do pagamento do piso nacional de enfermagem seja utilizada como desculpa para não ser aprovado o piso dos agentes sanitários, o que considera um absurdo. “Vocês, fazendo bem feito o trabalho, diminuem muito a doença, o número de doentes, não só na prevenção, como na promoção da saúde”, avaliou.

A deputada Rosângela Moro (União-SP) considera as reivindicações da categoria  justas, já que a prevenção na saúde vai inclusive desonerar o sistema.

Reportagem – Lara Haje
Edição – Roberto Seabra

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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