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Brasil precisa incentivar criação de Reservas Particulares de Patrimônio Natural, dizem especialistas

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POLITÍCA NACIONAL

O Brasil conta hoje com mais de 530 mil hectares de áreas ambientais protegidas em Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN). De acordo com participantes de debate na Câmara dos Deputados, no entanto, esse número poderia ser muito maior se fossem implementadas políticas públicas de incentivo.

O País poderá chegar a 5 milhões de hectares conservados em propriedades privadas se houver incentivo, avaliou o representante da Confederação Nacional das RPPN Jorge Velloso. O tema foi discutido em audiência pública realizada nesta quinta-feira (26) pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

“Se a gente tiver política de fortalecimento, de reconhecimento e de fomento, certamente vamos ter ainda mais resultados para mostrar para o mundo, porque hoje o Brasil já é o maior case de conservação privada do mundo. É, sim, a hora de o Brasil, da iniciativa privada brasileira e do governo brasileiro reconhecerem que é necessário investir na conservação da biodiversidade”, disse Jorge Velloso.

Entre os benefícios defendidos pelos especialistas estão medidas como incentivos fiscais, linhas de crédito especiais para criação e manutenção das unidades de conservação e um fundo público de financiamento da atividade.

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Atualmente, segundo o especialista em direito ambiental e tributário Alexandre Janólio, os proprietários de reservas recebem apenas a isenção do Imposto Territorial Rural (ITR). Em contrapartida, ao criar uma reserva particular, o dono do terreno garante a preservação ambiental de forma permanente. Pela lei, o processo não pode ser revertido. As únicas atividades permitidas nas áreas preservadas são turismo, educação ambiental e pesquisa.

Para o deputado Welter (PT-PR), é preciso compensar o proprietário, que tem perda econômica com a criação de uma unidade de conservação, mas garante a preservação de espécies da fauna e da flora. “Compensar um produtor que tem uma área é uma política salutar, porque, se a gente pensar na lógica econômica, quem oferece deixa de ter renda em cima daquele espaço”, afirmou.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Reservas Particulares de Patrimônio Natural. Biológo em Ecologia Universidade Estadual de Campinas - Universidade Estadual de Campinas, Erich Fischer
Erich Fischer: a legislação deveria incentivar também a restauração de áreas degradadas

Áreas degradadas
Na opinião do doutor em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas Erich Fischer, a legislação deveria incentivar também a restauração de áreas degradadas para que se tornem unidades de conservação.

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Áreas degradadas são aquelas que perderam as características naturais, como pastagens, por exemplo. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, o país perdeu 96 milhões de hectares de vegetação nativa entre 1985 e 2022.

O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, considera a ideia louvável. Ele ressaltou, inclusive, que o Brasil tem uma meta de restauração de 12 milhões de hectares degradados.

Autora do pedido para a realização do debate, a deputada Camila Jara (PT-MS) é relatora de um projeto que prevê incentivos para as Reservas Particulares de Patrimônio Natural (PL 784/19). Ela disse que é fundamental encontrar formas de estimular a criação de mais unidades. “A gente sabe que, na nossa pauta econômica, um dos principais ativos que o nosso País tem, que é o nosso maior patrimônio, é a riqueza ambiental”, ressaltou.

Reportagem – Maria Neves
Edição – Pierre Triboli

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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