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Combate ao discurso de ódio é fundamental para enfrentar a violência contra mulheres, defende ministra

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Ao apresentar os programas do ministério na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, afirmou que as duas principais linhas de trabalho do órgão serão o enfrentamento à misoginia e às desigualdades estruturais enfrentadas pelas mulheres no Brasil. Para isso, na opinião da ministra, é fundamental enfrentar a propagação de discursos de ódio, principalmente nas redes sociais.

Segundo Cida Gonçalves, o ministério detectou que 80 canais de Youtube e 20 perfis na rede Tik Tok que divulgam os chamados “conteúdos masculinistas” contam com mais de 8 milhões de seguidores e quase meio bilhão de visualizações. Esses canais divulgam discursos sobre uma pretensa supremacia masculina, com consequente desvalorização das mulheres.

Para a ministra, essa ideologia está na origem do aumento das diversas formas de violência contra mulheres e meninas.

“Esse debate tem que ser o debate raiz de todas as questões, porque é a misoginia, é o ódio às mulheres que as coloca na condição de desigualdade, que as coloca na situação de violência, que as coloca na violência sexual, nos estupros, na questão do feminicídio efetivamente”, ressaltou.

Ela citou que os números do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram aumento do feminicídio e da violência contra as mulheres. “A violência sexual aumentou em quase 30%, e se a gente for verificar o período dos aumentos com o período desses grupos masculinistas, nós vamos descobrir que, efetivamente, uma coisa está vinculada a outra.”

Cida Gonçalves mostrou dados do Monitor da Violência, segundo os quais, enquanto o número de homicídios teve “queda histórica”, os feminicídios aumentaram 5% de 2021 para 2022. Hoje, a cada seis horas uma mulher é assassinada, afirmou. O número de estupros também cresceu 12,5% no período.

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Financiamento
Uma das formas de combater os discursos de ódio na internet, na opinião de Cida Gonçalves, é retirar o financiamento dessas redes.

“Nós precisamos evitar a monetarização do ódio contra as mulheres. Eles não podem lucrar em cima de cada mulher morta, eles não podem lucrar em cima de cada violação sexual que meninas e mulheres estão sofrendo. Nós precisamos pensar, deputadas, em uma legislação que não permita isso”, pediu.

Atendimento precário
Mesmo diante da violência crescente, a estrutura do Estado para atender às mulheres é precária, conforme a ministra. Em todo o País são apenas 11 Casas da Mulher Brasileira, lugares destinados a acolher vítimas de violência doméstica. O Brasil também conta somente com 510 delegacias da mulher e 165 juizados especializados.

Para a deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), uma das autoras do pedido para a realização da audiência com a ministra, esses números são assustadores.

“Eu fiquei muito assustada com os dados dos equipamentos de defesa da mulher no Brasil. Acho que nenhuma de nós tinha a dimensão da precariedade. Quando você diz que há 40 núcleos da defensoria pública, significa dizer que não abrange nem os 49 municípios que o País tem com mais de 500 mil habitantes. E aí fico mais assustada quando apenas 287 municípios têm centro de referência ou centro especializado”, disse.

Renato Araújo/Câmara dos Deputados
Planos e agenda estratégica do ministério.
Reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher

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Na opinião da deputada, isso significa que o Estado terá de montar a mesma estrutura que criou para o Sistema Único de Assistência Social para garantir atendimento especializado às mulheres. No caso da assistência social, o atendimento aos cidadãos ocorre nos centros de referência, presentes em 5.128 municípios, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social.

Desigualdades
Cida Gonçalves também apresentou dados relativos às desigualdades enfrentadas pelas mulheres. Além de receber remuneração, em média, 22% inferior à dos homens pelo mesmo trabalho, o público feminino responde por 54% das pessoas desocupadas. E, quando encontram trabalho, 49% das mulheres permanecem na informalidade. Se for uma mulher negra, o abismo se torna ainda mais profundo – ela recebe menos da metade do que é pago a um homem branco.

Uma das formas de combater essas desigualdades, de acordo com a ministra, é o aumento da participação das mulheres na política. Cida Gonçalves lembrou que, nas últimas eleições, elas ocuparam menos de 18% das vagas na Câmara e somente um pouco mais de 12% no Senado. No Executivo, a situação é ainda pior: mulheres ocupam somente 12% das prefeituras e dois governos estaduais.

Reportagem – Maria Neves
Edição – Ana Chalub

Fonte: Câmara dos Deputados

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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