POLITÍCA NACIONAL
Deputados pedem cancelamento licença para mineração na Serra do Curral, em BH
POLITÍCA NACIONAL

Deputados e especialistas ambientais pediram nesta terça-feira (17) o cancelamento da licença ambiental que libera a criação de complexo minerador na Serra do Curral, na região metropolitana de Belo Horizonte. Eles participaram de debate conjunto das comissões de Legislação Participativa e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara.
Na reunião, foi reiterada a cobrança de explicações à Agencia Nacional de Mineração (ANM) sobre o voto favorável dado ao projeto da empresa Taquaril Mineração S.A (Tamisa). A ANM é responsável por fiscalizar o setor e recolher royalties da produção mineral. Ontem, a agência foi intimada pela justiça federal a explicar seu parecer sobre o empreendimento em até 5 dias. A Justiça atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Apesar de envolver a supressão de vegetação acima de 3 hectares, foi dispensado o parecer do Ibama. Outros órgãos, como a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), que atua no abastecimento hídrico; e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), responsável pela gestão do patrimônio cultural; bem como a comunidade quilombola situada a 3 quilômetros do empreendimento, também não foram ouvidos.
A representante da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, Flávia Mourão do Amaral, alertou para risco de desabastecimento de água da região metropolitana de Belo Horizonte com o avanço do projeto. Seu órgão, ligado ao Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM), foi contrário à proposta da Taquaril. “Não só pela questão da alimentação dos aquíferos, mas principalmente por conta da adutora que passa ali e que abastece 70% de BH e 40% da região metropolitana”. Flávia Mourão vê risco de rompimento da adutora em função do grande tráfego de veículos. “Vamos ter um grande estrago na região metropolitana, sem falar nos deslizamentos”, disse a profissional.
Outra preocupação é com a população que vive no entorno da área de mineração (BH e Sabará), mas não foi consultada. Fernanda Mourão acrescentou que os conselhos consultivos do Parque Estadual da Baleia e do Parque Estadual do Rola Moça, unidades de conservação ambiental próximos à Serra do Curral, também se posicionaram contrários à licença.
O Procurador da República, Carlos Bruno Ferreira da Silva, que atua na área ambiental, avalia que houve desrespeito à legislação. Ele criticou o fato de o parecer do Ibama não ter sido considerado neste caso. “Não tenho dúvidas de que a Lei da Mata Atlântica exige (parecer) em casos de exploração desse bioma dentro da região metropolitana. Para isso, basta haver desmatamento de mais de três hectares e, nesse caso, há um desmatamento de mais de 100 hectares”, ressaltou.

Aprovação na madrugada
O deputado Rogério Correia (PT-MG) informou que a permissão foi aprovada às pressas e sem consulta aos demais envolvidos. “Fomos surpreendidos com uma reunião do Copam que foi até a madrugada, houve um piquete da sociedade civil para tentar impedir a aprovação, uma mobilização, passeatas, manifestação nas redes sociais, mas, mesmo assim, o órgão por sua maioria resolveu aprovar”, disse.
Ele não vê a iniciativa como estratégica para a economia do estado, uma vez que representaria 4% do que é minerado hoje pela Vale. Correia disse ainda que esse seria o primeiro empreendimento minerário da Taquaril, empresa ligada à construtora Cowan responsável pelo Viaduto dos Guararapes, que caiu em 2014 na capital mineira.
O deputado Padre João (PT-MG) também criticou a forma com que foi aprovada a permissão. “É um complexo que atinge todos os municípios da região metropolitana, que coloca em risco a garantia de vida e de sobrevivência das pessoas”, disse. “Não é à toa que foi na calada da noite essa aprovação e é lamentável a postura de determinados segmentos ao aprovar uma barbaridade dessas”, completou.
Licença ambiental
O diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Victor Bicca, esclareceu que estão sendo discutidos o licenciamento prévio e o início da primeira fase do empreendimento minerário. “Ninguém está falando em operação ainda”, disse.
Ele explicou que a iniciativa de mineração na Serra do Curral tem origem em uma série de estudos técnicos ambientais feitos pela Secretaria de Estado de Meio-Ambiente (Semad) que começaram na década de 60. O papel da ANM, segundo Victor Bicca, é comparar o resultado dos estudos com a proposta de aproveitamento da área. “Havendo esse alinhamento técnico, nós acompanhamos o posicionamento da Semad”, enfatizou.
Nessa mesma linha, a subsecretária de Regularização Ambiental de Minas Gerais, Anna Carolina Dal Pozzolo, afirmou que o processo de licenciamento foi feito de forma correta e íntegra, com respeito às normas vigentes. Ela informou ainda que o órgão contou com o endosso do Instituto Estadual de Florestas, que fez três vistorias no local. “Nós temos segurança que dentro da parte técnica, dentro das normas vigentes, foi feito o melhor trabalho”, sustentou.
O deputado Júlio Delgado (PV-MG) alertou para o crescimento da indústria mineradora na região. “É importante lembrar que, neste momento, estão sendo colocados, fracionadamente, outros 12 requerimentos de concessão de títulos de exploração mineral na Serra do Curral”, informou. Para ele, assim, passa-se a falsa ideia de que não há grandes empreendimentos sendo autorizados, quando na realidade a somatória de vários pequenos projetos é significativa.
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Geórgia Moraes
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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