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Em debate sobre PEC, deputados divergem sobre anistia a partidos e elogiam cota para candidatos negros; acompanhe

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Deputados divergiram sobre o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 9/23, que está em análise neste momento no Plenário. Além de criar uma espécie de Refis (refinanciamento de dívidas) para partidos políticos, o texto mais recente da PEC exige a aplicação, a partir de 2026, da quantia que deixou de ser aplicada para fins de cumprimento da cota racial nas eleições anteriores.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou que a proposta busca regulamentar as cotas para raças e mulheres nas eleições de 2026 e as seguintes. “Esta Casa está construindo um texto para, ao invés de anistiar, entregar aos partidos o cumprimento dessas cotas”, explicou.

Para a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), no entanto, o objetivo da proposta sempre foi anistiar partidos políticos. “Partido político que deu R$ 5 em candidatura negra em 2022 vai ser imediatamente considerado cumprido o requisito da decisão do TSE que obriga a proporcionalidade de candidatos negros e negras acompanhada da proporcionalidade dos recursos”, afirmou.

Segundo ela, a proporcionalidade de mulheres no Parlamento só aumentou depois de os recursos do Fundo Partidário também serem proporcionais por decisão de 2018. Melchionna criticou o fato de esta já ser a quarta anistia a partidos políticos.

Já o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que a versão atual do texto não concede mais anistia ampla geral e irrestrita a partidos políticos. Ele defendeu a aprovação da PEC. “Escrever na Constituição Federal que candidaturas negras devem receber pelo menos 30% daquilo que será utilizado em financiamento eleitoral é uma conquista histórica de pretos e pretas que lutam por democracia no Brasil”, afirmou.

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Essa é a mesma opinião da deputada Dandara (PT-MG). Ela afirmou que a proposta agora garante que os partidos deverão pagar o que devem às candidaturas negras. “Financiamento das candidaturas negras, de mulheres e jovens negros, é um definidor. É determinante para conseguirmos chegar lá”, afirmou, ao citar sua trajetória como a vereadora mais votada na cidade de Uberlândia (MG).

Para o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), que fez a leitura do relatório em Plenário, não há anistia para partidos já que o texto prevê que todos os recursos não utilizados pelos partidos para candidaturas de pretos e pardos deverão ser usados nas quatro eleições após 2026. “Isso é uma fake news criada, não tem anistia.”

Risco
De acordo com o deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE), é um risco muito grande não ter garantias de quando os recursos de cotas não utilizados serão aplicados. “Vamos deixar na mão de pessoas brancas, homens, sobre o cumprimento ou não das cotas que reparam danos históricos no Brasil”, afirmou.

Autoanistia
Para a deputada Adriana Ventura (Novo-SP), a garantia de cotas para candidaturas negras é uma cortina de fumaça para aprovar anistiar geral para partidos, inclusive com programa de recuperação fiscal. “Quando você tem dinheiro público, pode fazer o que quer, faz lei e não cumpre lei, usa recurso público para se autoanistiar, acho que a Casa precisa repensar o que está votando”, afirmou.

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A proposta propõe a criação de uma espécie de Refis (refinanciamento de dívidas) para partidos políticos, seus institutos ou fundações a fim de regularizarem seus débitos com isenção dos juros e multas acumulados, aplicando-se apenas a correção monetária sobre os montantes originais. O parcelamento poderá ocorrer a qualquer tempo em até 180 meses, a critério do partido.

De acordo com o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), a PEC é inconstitucional e “antiética do ponto de vista da grandeza dos próprios partidos políticos”. “Ela é uma espécie de harakiri político da própria Câmara dos Deputados que depende dos partidos, da sua integridade, da sua doutrina e da sua ideologia”, afirmou, em relação à técnica de suicídio praticada por membros da classe guerreira japonesa.

Segundo ele, “a autoanistia não é defensável, não é adequada” e desmoraliza os próprios partidos políticos.

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Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Pierre Triboli

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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