POLITÍCA NACIONAL
Entidades lamentam falta de regulamentação de atividades com balões ecológicos
POLITÍCA NACIONAL

Associações de praticantes do baloeirismo afirmaram nesta quinta-feira (10), em audiência pública na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, que a falta de regulamentação da atividade tem sido o principal entrave para a realização de eventos.
Ao contrário dos conhecidos balões de São João, que utilizam materiais inflamáveis e podem provocar incêndios e comprometer o tráfego aéreo, o baloeirismo envolve a fabricação e a soltura de balões artesanais de papel, que não são tripulados e não utilizam fogo.
“Não adianta ficar só dizendo que o balão é perigoso e não termos um caminho legal para essa prática”, disse o diretor-presidente da Sociedade Amigos do Balão (SAB), Marcos Real. “Hoje a nossa dificuldade maior é ter esse contato contínuo dentro da Aeronáutica para esclarecer, de fato, qual o verdadeiro risco da atividade em locais específicos, com todas as práticas corretas e dentro da segurança máxima”, acrescentou.
Segundo Marcos Real, o baloeiro “é um artesão do papel”. “É tudo feito com experimentação, de forma artesanal. A gente consegue controlar o voo do balão por meio de lastros [pesos], da metragem cúbica do balão, por cores, para que o sol não o aqueça muito e ele passe a voar muito longe”, disse. A associação Somos Arte, Papel e Cola (Sapec) também participou do debate.
O balão “ecológico” ou sem fogo é construído com material biodegradável e inflado com ar quente — geralmente por meio de maçarico —, mas não carrega bucha, cangalhas inflamáveis nem fogos de artifício. O que o mantém por mais tempo no ar, percorrendo distâncias maiores, é o fato de ter tons escuros na parte superior, fazendo o papel absorver o calor do sol e assim preservar o ar interno mais leve que o externo.
“Por isso a nossa discussão com relação ao balão sem fogo, que é a modalidade que não se confunde com balão com fogo, que é criminoso, que tem bucha, que causa incêndio e risco para a aviação”, afirmou o deputado Felício Laterça (PP-RJ), que propôs o debate sobre baloeirismo.
O deputado defende a aprovação, pelo Congresso Nacional, de projetos de lei que regulamentam a atividade com balões de papel, como o PL 6722/13, do deputado Hugo Leal (PSD-RJ).
Tráfego aéreo
Segundo a Aeronáutica, apesar de oferecer menos riscos do que o balão de fogo, o ecológico também representa perigo para o tráfego de aeronaves, uma vez que os balões não são detectados pelos radares e a identificação deve ser feita visualmente pelos pilotos.
Representando o Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica (Decea), o coronel Carlos Afonso da Conceição informou que o departamento deverá publicar uma norma relativa à prática do balão sem o uso do fogo para janeiro de 2023.
“O Decea deverá publicar uma circular de informação aeronáutica que vai estabelecer todos os procedimentos e regras e as condições para prática”, disse.
Até a publicação, no entanto, o coronel reiterou que os praticantes deverão continuar preenchendo uma ficha on-line para solicitar autorização para a atividade na área do espaço aéreo informado.
“Existe uma análise técnica desse pedido e, se realmente for viável o uso da área pretendida, se não houver outro evento no local, será dado parecer favorável. A preocupação do Decea é com a segurança dos voos”, concluiu.
Os balões sem fogo já são admitidos por leis municipais no Rio de Janeiro (Lei 5.511/12), em Niterói (Lei 92/12), em São Gonçalo (Lei 485/13) e em São João de Meriti (Lei 1.860/12), no estado do Rio de Janeiro; e em Cerro Azul (Lei 27/12), no Paraná.
Reportagem – Murilo Souza
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara dos Deputados Federais


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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