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Especialistas defendem inclusão de questões de gênero na formação de peritos criminais

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POLITÍCA NACIONAL

Participantes de debate na Câmara dos Deputados sobre o papel da perícia na investigação dos crimes de feminicídio destacaram a importância de incluir o recorte de gênero nas políticas de segurança pública e na formação dos peritos.

A diretora da Divisão de Perícias Externas do Instituto de Criminalística do Distrito Federal, Beatriz Figueiredo, informou que o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking de países que mais matam mulheres de forma violenta no mundo. E, conforme a especialista, a morte nesses casos representa “a expressão final de um ciclo de violências típicas das sociedades machistas”.

“É imprescindível que os peritos estejam familiarizados com o tipo penal. Eles precisam saber o que é violência de gênero, o que é machismo estrutural, o que é misoginia [aversão a mulheres]”, disse. “Senão o profissional estará diante de uma série de vestígios, mas passará batido por eles.”

Política unificada
Para Beatriz Figueiredo, a formação sobre violência de gênero deve ser uma política pública unificada, proposta pelo governo federal. “É preciso que isso seja feito do alto para a base. Não é razoável esperar que cada estado adote as medidas que considerar importantes, tem que ser uma diretriz do Ministério da Justiça, do Ministério da Mulher, um trabalho em conjunto”, comentou.

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Feminicídio em alta
A diretora de Proteção e Direitos do Ministério das Mulheres, Aline Yamamoto, também ressaltou que o feminicídio representa a “ponta do iceberg” em uma cadeia de violência a que as mulheres estão submetidas.

A representante do Ministério das Mulheres lembrou que, no ano passado, o número de mortes violentas de mulheres cresceu 4,3%, na contramão dos demais homicídios, que tiveram queda de 4,8% no período. No total, o País registrou 3.858 assassinatos de mulheres. Desses, segundo disse, a “grande maioria” foi cometida por parceiros ou ex-parceiros.

Bruno Spada / Câmara dos Deputados
Audiência Pública - A importância da perícia criminal na investigação e prevenção dos crimes de feminicídio. Promotor de Justiça - Ministério Público, Raoni Parreira Maciel
Raoni Maciel: no DF, qualquer morte violenta de mulher é investigada como feminicídio

O homicídio é o ato de matar uma pessoa, independentemente de seu gênero. Já o feminicídio é um tipo de homicídio qualificado, cometido exclusivamente pelo fato de a vítima ser mulher.

Protocolo adotado no DF
De acordo com o promotor do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Raoni Parreira Maciel, 75% dos feminicídios registrados na capital do País ocorreram dentro de casa. Ainda segundo ele, das 87 denúncias recebidas no DF desde 2018, 67 já foram julgadas, com uma taxa de condenação de 92,5%.

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Conforme Raoni Maciel, o protocolo da Polícia Civil que prevê a investigação de qualquer morte violenta de mulher como feminicídio no Distrito Federal foi fundamental para a alta taxa de solução desse tipo de crime.

Delegada da Polícia Civil do DF, Viviane Bonato explicou que esse protocolo foi adotado porque, desde o início, a investigação do feminicídio é diferente da elucidação de outros homicídios.

“No feminicídio, a residência da vítima tem muita importância na elucidação do caso. Na casa dela, a gente encontra marcas da violência, que seriam vestígios de briga, fotos rasgadas, roupa queimada”, explicou. “Em geral, o feminicídio ocorre dentro de casa, mas o corpo é levado para outro lugar. Nesse local e no próprio corpo da vítima também encontramos marcas simbólicas da violência contra a mulher.”

A audiência pública foi realizada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, a pedido da deputada Erika Kokay (PT-DF).

Reportagem – Maria Neves
Edição – Marcelo Oliveira

Fonte: Câmara dos Deputados

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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