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Especialistas defendem mais diversidade em currículos de educação física

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POLITÍCA NACIONAL

Especialistas em educação física defenderam nesta quarta-feira (28) a diferença entre o esporte de alto rendimento e as atividades físicas desempenhadas nas escolas. Eles participaram de debate sobre o tema na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados e argumentaram que a transferência dos padrões rígidos dos esportes competitivos para o ambiente escolar limita as opções de atividades corporais disponíveis aos alunos, conforme suas aptidões e interesses.

Ainda que tenham origens semelhantes e usem o movimento como uma forma de expressão, essas atividades são totalmente distintas, explicou o professor da Universidade de São Paulo (USP) Walter Roberto Correia. Ele acredita que a atividade física não pode ser analisada pelo senso comum dos esportes clássicos, como basquete, vôlei e futebol, os quais estão vinculados à noção de vencedores e perdedores. “A educação física nos últimos 40 anos teve uma renovação da sua perspectiva para práticas corporais”, disse.

A educação física é um dos componentes curriculares mais tradicionais da escola e, atualmente, é obrigatória no currículo da educação básica. A disciplina pode incluir um conjunto de atividades corporais, como dança, lutas, práticas circenses, entre outras.

O pesquisador da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) Roberto Gimenez elogiou currículos voltados para a perspectiva cultural em que o espaço da aula de educação física é um espaço de apropriação da cultura. “Tem sido mais interessante para acolher crianças e jovens com deficiência”, defendeu.

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Gimenez alertou para o risco de usar jargões como “esporte melhora rendimento escolar” ou “esporte diminui violência”, os quais, segundo ele, podem ser válidos ou não, a deperder do contexto. Ele explicou que a relação entre esporte e melhoria na saúde depende do tempo que o aluno dedica à atividade. “A gente quer defender que o esporte e a educação física podem tudo, mas a gente corre o risco de cair na séria armadilha de, se não atender a alguns requisitos, isso cai por terra”, disse.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Diferenciação entre educação física escolar e esporte competitivo. Professor e pesquisador - Universidade Cidade de São Paulo, Roberto Gimenez
Paulo Roberto Gimenez elogiou currículos voltados para a perspectiva cultural

O professor Daniel Carreira Filho, editor da Revista Brasileira de Educação Física Escolar, também é contrário a que seja aplicado nas escolas um padrão esportivo rígido. Conforme ele, essa prática massifica as aptidões e interesses dos alunos, além de contribuir para a “elitização” da atividade física.

“Educação física escolar é tudo, mas esporte ela não é. Há uma necessidade de transformação didático-pedagógica nas escolas, sob pena de não atendermos as pessoas, sob pena de estarmos oferecendo algo de maneira equivocada”, disse. “Nós deixamos o esporte institucionalizado invadir o ambiente escolar, sem a necessária transformação”, complementou.

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Por sua vez, a secretária do Conselho Federal de Educação Física (Confef), Elizabeth Laurindo, esclareceu que a instituição não interfere no currículo das escolas e reforçou que a atividade física pode diminuir os efeitos nocivos de hábitos que comprometem a saúde física e mental de jovens, como o uso intensivo de telas. “Na educação física as crianças conseguem interagir, trocar ideias com os professores, expondo seus sentimentos, suas emoções e suas ansiedades”, completou.

O deputado Delegado da Cunha (PP-SP), um dos que solicitou a audiência, concordou com a necessidade de diferenciar o esporte de alto rendimento e a educação física. Ele informou que vai propor audiência conjunta sobre o tema com a Comissão de Educação da Câmara. “Para que a gente possa começar a construir uma política de Estado em relação à educação física”, disse o parlamentar.

Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Geórgia Moraes

Fonte: Câmara dos Deputados

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MATO GROSSO

Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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