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POLITÍCA NACIONAL

Especialistas divergem sobre como melhorar formação de motoristas e impulsionar setor de transportes

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POLITÍCA NACIONAL

Vinícius Loures/Câmara dos Deeputados
Reunião Extraordinária - Audiência Pública – semipresencial - Revisão do Processo de Formação de Condutores. Christian Anderson Riger - ANALISTA PLENO DA GERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO SEST SENAT (SERVIÇO SOCIAL DO TRANSPORTE E SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO TRANSPORTE)
Christian Riger: País teve uma perda de mais de 1 milhão de motoristas

Especialistas que participaram de debate na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados discordaram sobre as formas de impulsionar a formação de motoristas profissionais no país. O debate, que ocorreu nesta terça-feira (13), reuniu executivos do Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat), que oferece cursos de aperfeiçoamento para motoristas; da Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto) e da Associação de Autoescolas e Centro de Formação de Condutores.

A oferta de motoristas habilitados na categoria C (transporte de cargas) caiu 18,97% desde 2015 no país (uma perda de mais de 1 milhão de motoristas),  segundo levantamento do representante do Sest/Senat, Christian Riger.

“A falta desses motoristas profissionais gera rotatividade nas empresas o que gera um custo considerável, e isso afeta a economia como um todo, considerando principalmente o setor de transporte”, salientou Riger. Um setor que, segundo ele, gerou 100 mil novos postos de trabalho em 2022.

Ainda conforme dados do Sest/Senat, em 2020, a maioria dos habilitados com a categoria C estava na faixa dos 50 a 60 anos, o que aponta para o déficit de motoristas jovens no mercado.

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Custo e tempo
Uma das razões para o baixo atrativo pela carreira, observou o executivo, é o custo para tirar a habilitação (a primeira habilitação custa R$ 2.500 e a troca de categoria R$ 2.900), além do tempo gasto para habilitar-se (um ano e meio em média para chegar à categoria C), o que corresponde ao tempo dispendido em um curso técnico.

Como medida para reduzir os preços e ampliar a oferta de cursos a Sest/Senat defende que lhe seja atribuída a competência pela formação direta de condutores, e não apenas a participação em cursos para condutores já habilitados.

Vinícius Loures/Câmara dos Deeputados
Reunião Extraordinária - Audiência Pública – semipresencial - Revisão do Processo de Formação de Condutores. Magnelson Carlos de Souza - PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO NACIONAL DAS AUTOESCOLAS E CENTROS DE FORMAÇÃO DE CONDUTORES - FENEAUTO
Magnelson: solução é levar a educação de trânsito para a escola

No entanto, o representante da Feneauto, que representa mais de 14 mil autoescolas, Magnelson Carlos de Souza, discorda dessa demanda. Segundo ele, a entrada da Sest/Senat no mercado representaria uma “concorrência desleal”.

Souza, por sua vez, acredita que a solução é levar a educação de trânsito, hoje restrita às 28 mil salas especializadas, para o ensino fundamental, médio e superior.

“Não foi aprovado aquilo que está no Código de Trânsito Brasileiro que é levar a educação de trânsito às escolas de ensino fundamental, médio e superior. Infelizmente o MEC não entendeu dessa maneira, não criou uma disciplina e trata isso de maneira transversal, o que é um equívoco”, sustentou.

Vinícius Loures/Câmara dos Deeputados
Reunião Extraordinária - Audiência Pública – semipresencial - Revisão do Processo de Formação de Condutores. Dep. Zé Neto (PT - BA)
O deputado Zé Neto defendeu uma escola pública de trânsito

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Reforma na legislação
Nesse ponto, o deputado Zé Neto (PT-BA), que solicitou o debate, defendeu uma reforma na legislação. “Se você não tem obrigatoriedade, vai virar um caos, porque o Sest-Senat não tem condições de atender o país inteiro, e não é essa sua função”, reforçou. O parlamentar acredita que a formação de condutores pode ser aplicada por uma escola pública de trânsito, proposta que é estudada pelo governo baiano.

Em nome dos centros de formação de condutores, Etevaldo Lima da Silva defendeu a desburocratização do processo de ensino, mas fez a ressalva que o aprimoramento dos cursos não pode ser feito por meio do sistema EaD (Educação a Distância). “O EAD não cabe no nosso processo de primeira habilitação”, reiterou.

Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Roberto Seabra

Fonte: Câmara dos Deputados Federais

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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