POLITÍCA NACIONAL
Especialistas recomendam mais investimentos em educação infantil para combater pobreza
POLITÍCA NACIONAL

Especialistas em educação recomendaram a priorização da educação para crianças de até seis anos como forma de combater a pobreza e melhorar a produtividade econômica do Brasil. De acordo com os participantes de audiência promovida pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (20), o País precisa investir mais em acesso a creches, ampliar programas sociais já existentes e fazer um trabalho conjunto com a participação dos governos federal, estaduais e municipais.
Segundo cálculos do pesquisador do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Naercio Menezes, seria necessário investir R$ 400 por criança para diminuir a pobreza entre os cidadãos de até seis anos de idade, em um total de R$ 80 bilhões por ano.
“Esse custo engloba programas existentes. Não seria um novo programa, mas reformulações de programas que já existem, como o Auxílio Brasil, de forma a aumentar a transferência de renda para as famílias com crianças”, defendeu Menezes. “Quando a família tiver criança pequena, de zero a seis anos, ela receberia um valor maior, até atingir R$ 400 por criança.”
Na avaliação da CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, Mariana Luz, o financiamento pode ser um primeiro passo. Só que o mais importante, para ela, é a colaboração entre União, estados e municípios, em que a União ofereça não só a oportunidade de financiamento, mas participe da implementação de uma etapa da educação que é de responsabilidade dos municípios.
Creche
Conforme o Plano Nacional de Educação (PNE), pelo menos 50% da população de zero a três anos de idade deve ter uma vaga assegurada em creche até 2024. No entanto, um estudo da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal mostrou que as crianças que mais precisam de creche ainda têm pouco acesso ao serviço.
O estudo se baseou no Índice de Necessidade de Creche 2018-2020 e Estimativas de Frequência: Insumos para a Focalização de Políticas Públicas, realizado pela fundação.
Segundo o indicador, o número de crianças que precisam ser atendidas cresce ano a ano. Em 2018, 40,6% das crianças de até três anos estavam em grupos vulneráveis que mais precisavam das vagas. Em 2019, a porcentagem passou para 42,4%.
“Essa ferramenta olha para essa questão. Ela também mostra que muitas vezes a meta de 50% não é suficiente para um determinado município”, avaliou Mariana Luz. “Quando a gente tem metas nacionais em um país do tamanho do Brasil, com a desigualdade que a gente tem, a gente vai precisar entender de forma mais cuidadosa qual é a realidade de cada município.”
No Brasil, a creche não é uma etapa obrigatória. A educação é obrigatória apenas a partir dos quatro anos de idade, mas o Estado deve garantir vagas para todos que desejarem.

Importância
Naercio Menezes e Mariana Luz responderam a questionamentos do deputado Kim Kataguiri (União-SP), que se mostrou preocupado com o financiamento da educação infantil e com formas de participação da União para melhorar a qualidade do ensino infantil.
“De quem é a responsabilidade por essas deficiências? É problema de financiamento ou de gestão? O que a União poderia fazer para auxiliar os municípios na gestão da educação infantil?”, questionou Kataguiri.
Na audiência, a presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação do Paraná, Marcia Baldini, destacou a importância social da educação infantil, o que faz dela uma política necessária no Brasil.
“Ao mesmo tempo em que a criança está no seu meio, na escola, isso também oportuniza às mães que possam desenvolver seu trabalho. Isso impacta na questão social e econômica do País, do estado e do município”, afirmou.
Além disso, uma criança que frequenta creche tem mais possibilidade de continuidade nos estudos e de sucesso profissional.
Naercio Menezes acrescentou que os investimentos na primeira infância são os que têm maior retorno na sociedade. “Eles evitam gastos futuros, aumentam a produtividade, aumentam a arrecadação de impostos. Então, o País tem que fazer de tudo para salvar as crianças, principalmente aquelas nascidas nas famílias mais pobres.”
Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Roberto Seabra


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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