POLITÍCA NACIONAL
Juristas recomendam elaboração de plano de parto por gestantes
POLITÍCA NACIONAL
Juristas ouvidos em audiência pública realizada na terça-feira (16) pela Comissão Especial de Violência Obstétrica e Morte Materna da Câmara dos Deputados recomendaram às gestantes a elaboração de um plano de parto, como forma de assegurar a autonomia delas durante a gravidez e o nascimento do bebê.
A coordenadora do Núcleo Especializado no Direito da Mulher da Defensoria Pública de São Paulo, Tatiana Fortes, disse que as gestantes têm o direito de serem amplamente informadas sobre questões de saúde para que tenham a possibilidade de fazer escolhas. Segundo ela, no cenário de violência obstétrica, é comum a realização de um pré-natal em que as mulheres não recebem informações e, quando recebem, são humilhadas e julgadas por suas escolhas, ou até mesmo têm suas decisões negadas.
Tatiana Fortes explicou que o plano de parto é um recurso que mostra, com antecedência, as alternativas da gestante e dá autonomia para que ela planeje, por meio de orientações médicas, como quer o parto.
“A gente sabe que existem emergências médicas e situações que fogem do planejamento, mas outras são previsíveis, podem ser planejadas, e têm que ser explicadas à mulher para ela tomar decisões e fazer as escolhas que julgar mais importantes”, afirmou.

A presidente do Nascer Direito, coletivo de enfrentamento à violência obstétrica, Ruth Rodrigues, defendeu que, mesmo havendo a necessidade de realizar algum procedimento médico durante o parto, é necessário consentimento. A advogada disse que muitas mulheres recebem cortes na região períneo, a episiotomia, e não são avisadas.
De acordo com ela, o plano de parto é uma diretiva antecipada de vontade, ou seja, indica antecipadamente como uma pessoa quer ser tratada no momento em que estiver incapacitada de se manifestar e de dar consentimento.
A advogada Ruth Rodrigues orienta que as gestantes entreguem o plano de parto no momento em que forem internadas e que escrevam, no Termo de Consentimento Livre, que o plano está em anexo, para que caso sofram algum tipo de violência possam usar o prontuário como prova num possível processo.
“O erro médico é uma conduta que deveria ter sido feita e não foi feita com a devida perícia e cuidado. A violência obstétrica é uma conduta que não deveria ser feita. Já temos evidências, e nem precisava de evidência, de que não se deve xingar mulher que está parindo”, esclareceu.
Conscientização
Para a deputada Delegada Katarina (PSD-SE), não é necessário criar novas leis para criminalizar a violência obstétrica, já que os crimes de agressão física e verbal, por exemplo, têm previsão legal. Mas é essencial que as mulheres saibam o que é esse tipo violência e de que modo ela ocorre.
“É necessária a conscientização sobre violência obstétrica, de como pode ser aplicada, e como a tipificação dessa violência se dá dentro do arcabouço jurídico, daquilo que nós já temos enquanto legislação criminal”, afirmou.
Para ela, tanto o operador do direito quanto as mulheres precisam entender o que é violência obstétrica e se apoderar disso.
A doula Letícia Benevides, que atua em regiões da periferia do estado de São Paulo, destacou que os índices de morte materna são maiores entre as mulheres negras e que o racismo contribui com a negação da autonomia da mulher. Letícia, que é preta, relatou que, durante o nascimento da filha, ouviu que não precisava receber analgesia, sendo comum que corpos pretos sejam tidos como mais fortes.
Reportagem – Amanda Aragão
Edição – Rachel Librelon
Fonte: Câmara dos Deputados


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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