POLITÍCA NACIONAL
Movimentos sociais denunciam o racismo na primeira infância
POLITÍCA NACIONAL
Representantes de várias organizações da sociedade civil denunciaram, na Câmara dos Deputados, o racismo contra crianças negras e indígenas. A audiência pública na Comissão de Direitos Humanos nesta quinta-feira (29) mostrou que preconceitos e discriminações enfrentados desde a primeira infância, que vai até os seis anos de idade, continuam a provocar reflexos na vida adulta.
Coordenadora do programa de educação do Geledés Instituto da Mulher Negra, Suelaine Carneiro ressaltou a necessidade de “desconstruir indiferenças” e enfrentar a permanente desigualdade em relação a acesso a serviços de saúde, creche, pré-escola, saneamento básico e condições adequadas de moradia.
“Compreendemos que abordar os efeitos socioeconômicos e psicossociais do racismo desde a primeira infância possibilita alterar as relações sociais, assim como as práticas nos serviços e equipamentos públicos, de forma que os serviços prestados atendam as necessidade e especificidades das famílias negras e indígenas”, apontou.
Integrante da Ação de Mulheres pela Equidade (AME), Damiana Neto afirmou que, muitas vezes, o ambiente escolar é palco de linguagens verbais e não-verbais preconceituosas e estigmatizantes. Em vez de espaço acolhedor, a escola tem sido “espaço adoecedor”, segundo ela.
“A AME tem a proposta de trabalhar com as violações das infâncias negras e indígenas, a partir da concepção de que é obrigatório que a gente ocupe o Parlamento para combinar as nossas demandas e exigir desse Estado políticas públicas que reconheçam que infâncias de crianças negras e indígenas passam por violações que vão desencadear um processo de adoecimento em toda a vida adulta”.
Rosijane Tukano é dirigente do Makira-E’TA, a Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas, e reforçou a necessidade de mudança no ambiente escolar.
“Que a gente possa criar um espaço seguro para eles, um espaço de acolhimento, um espaço de direitos realmente realizados”.
A pesquisadora do Instituto Alana Letícia Silva mostrou que o impacto negativo do racismo vai além das crianças negras e indígenas.
“A gente está falando aqui de crianças negras, mas é importante olhar para os impactos do racismo também nas crianças brancas, que passam a ter a subjetividade moldada a partir de uma lógica de superioridade e são impedidas de conviver e aprender com a potência da diversidade nas relações humanas”, ponderou.
Proposta
Representantes dos Ministérios da Educação, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos mostraram programas ligados a diretrizes previstas no marco legal da primeira infância (Lei 13.257/16), no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) e na Convenção Internacional dos Direitos das Crianças. Organizadora do debate, a deputada Erika Kokay (PT-DF) anunciou que, a partir das denúncias e sugestões apresentadas, vai elaborar um projeto de lei de enfrentamento ao racismo na primeira infância.
“Que a gente discuta um conjunto de políticas públicas de educação, cultura, saúde, assistência… É para a gente discutir o enfrentamento ao racismo em um caráter estruturante”, afirmou.
Entre as sugestões apresentadas estão o reforço do ensino etnorracial, com ênfase no ambiente escolar como espaço de acolhimento.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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