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Observatório parlamentar entrega relatórios sobre situação de direitos humanos no Brasil

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Fruto de uma parceria entre a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, o observatório parlamentar responsável por analisar recomendações dos países-membros sobre temas como meio ambiente, saneamento e violações de direitos humanos fez a entrega simbólica dos relatórios em sessão solene no Plenário, nesta quarta-feira (16).

Os relatórios trazem o resultado da avaliação da situação dos direitos humanos no País. A partir de 242 recomendações feitas por países-membros da ONU dentro de um mecanismo chamado de Revisão Periódica Universal (RPU), o observatório parlamentar, criado em 2020, se debruçou sobre os temas propostos.

Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
Apresentação dos Resultados do Observatório Parlamentar da Revisão Periódica Universal. Dep. Carlos Veras PT-PE; Dep. Joenia Wapichana REDE-RR
Deputados Carlos Veras e Joênia Wapichana

No ano passado, foram realizadas 26 audiências públicas, com cerca de 300 representantes da sociedade civil, governo e organismos internacionais. Agora estão sendo finalizados os relatórios com as conclusões destas discussões, que incluem uma avaliação do cumprimento das recomendações feitas pelos diversos países.

Continuação do trabalho
Na solenidade, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Carlos Veras (PT-PE) destacou que não existia um mecanismo oficial para fazer esse acompanhamento e lembrou que a parceria com a ONU foi renovada. O parlamentar explicou como o trabalho do observatório vai continuar.

“Ao longo de 2022, daremos seguimento às recomendações que demandam atuação do Poder Legislativo. No próximo período, também serão estruturados painéis de dados com indicadores estatísticos voltados a respaldar a atuação legislativa e que possibilitarão a construção de políticas públicas que dialoguem com as recomendações do Sistema ONU”, disse.

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O representante regional do Alto Comissariado das Nações Unidas para a América do Sul, Jan Jarab, elogiou a mobilização feita durante as audiências públicas e lembrou que a legislação brasileira deve estar em sintonia com as leis internacionais. Também enfatizou a importância da destinação de recursos para melhorar as políticas de direitos humanos no país.

“Sem orçamento dificilmente as ações podem ser implementadas com sucesso e, infelizmente, observamos uma baixa implementação do orçamento em várias oportunidades, dentre elas nas ações de enfrentamento ao racismo”.

Os relatórios foram entregues a representantes das Nações Unidas e do Poder Executivo. Segundo o deputado Carlos Veras, a ideia é que o governo considere a avaliação feita pelo Observatório Parlamentar para a elaboração do relatório oficial sobre as recomendações feitas pelos países-membros da ONU.

Governo
Secretária Nacional de Proteção Global do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, Mariana Neris afirmou que o Estado está comprometido com as recomendações e que muitas foram incorporadas, em 2020, ao planejamento estratégico do governo. Ela apontou avanços em áreas como o combate à violência doméstica e ao racismo e afirmou que o relatório nacional será enviado à ONU em agosto, após consulta pública.

“Atualmente, estamos na fase de consulta aos órgãos parceiros, que já são 25, e será submetido à consulta pública, entre maio e junho. Temos tido muita receptividade, inclusive desta casa”, salientou.

Críticas
Representantes da sociedade civil relataram dificuldades no enfrentamento de problemas como a desigualdade de gênero e o racismo. Denildo Rodrigues, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conac), expôs as barreiras tanto na zona urbana quanto nas áreas rurais.

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“No campo, há um genocídio estimulado, inclusive por parte de quem deveria proteger os nossos povos, as comunidades quilombolas, povos e comunidades tradicionais, agricultores familiares e camponeses. Na cidade, uma violência pela falta de educação, acesso à saúde, à água, pela condição econômica na qual a população se encontra, na sua maioria a população negra”.

Deputados de vários partidos de oposição fizeram críticas ao governo sobre temas como as políticas para as mulheres e para a população LGBTQIA+. Joenia Wapichana (Rede-RR) citou a morte de crianças Yanomami por conta do garimpo ilegal e a violência contra as mulheres indígenas, entre outros problemas.

“A sociedade brasileira precisa cobrar que essas recomendações não sejam feitas apenas de discursos de dizer que estamos disponíveis a ouvir, mas que estaremos disponíveis a aplicar as recomendações para que acabe com esse retrocesso e salve a vida dos povos indígenas”.

A coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil, Silvia Rucks, informou que o Brasil passará, em novembro, pelo quarto ciclo da Revisão Periódica Universal (RPU), junto com outros 13 países. Na avaliação desta etapa, serão observadas a implantação de recomendações anteriores e a evolução da situação dos direitos humanos no país desde a última revisão, em 2017.

Reportagem – Claudio Ferreira
Edição – Ana Chalub

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GERAL

Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.

A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.

O que é essa tarifa e como funciona?

A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.

Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.

Exemplo simples: 

Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:

  • Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.

  • Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.

  • Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.

  • Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.

  • Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.

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Como isso afeta o Brasil?

A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:

  • Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.

  • Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.

  • Perda de mercado para concorrentes de outros países.

  • Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).

  • Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.

 

Quais produtos serão mais afetados?

A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:

  • Carnes bovina, suína e de frango

  • Café

  • Suco de laranja

  • Soja e derivados

  • Minério de ferro e aço

  • Aeronaves e peças da Embraer

  • Cosméticos e produtos farmacêuticos

  • Celulose, madeira e papel

Brasil pode retaliar?

O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.

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E o consumidor brasileiro, será afetado?

Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.

O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).

A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.

O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.

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