POLITÍCA NACIONAL
Política de direitos da pessoa idosa precisa garantir autonomia e perspectiva de futuro, defende ministro
POLITÍCA NACIONAL
Para assegurar os direitos de pessoas com 60 anos ou mais, o Brasil precisa construir uma política nacional da pessoa idosa, defende o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. A base para a elaboração dessa política, de acordo com o ministro, consta na Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos. O decreto (PDC 863/17) que ratifica o tratado está pronto para ser votado pelo Plenário da Câmara desde 2017.
Na concepção de Sílvio Almeida, que compareceu à Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa nesta quarta-feira (24), é necessário pensar a proposta com os mesmos pilares de toda política de direitos humanos – comunicação, educação, proteção e cidadania. Em articulação, essas quatro dimensões permitem que idosos tenham assegurada a sua humanidade, principalmente por contar com uma perspectiva de futuro, afirmou o ministro dos Direitos Humanos.
“A humanidade não se define só pelo passado, nem pelo presente, a humanidade se define pela possibilidade de ter um projeto, de ter futuro. Ser humano, portanto, é ter futuro. Ver a pessoa idosa como um ser que aprende, como um ser que planeja, como alguém que tem futuro”, disse o ministro. “Uma sociedade que não cuida das pessoas idosas é uma sociedade que mata o seu futuro.”
Na dimensão comunicacional da política para idosos, o objetivo é promover mudança na concepção do envelhecimento e da velhice, segundo Sílvio Almeida. Fazer a sociedade ver que “idosos existem e são valiosos”.
Educação
No que se refere à educação, Sílvio Almeida explicou que, além de conscientizar toda a sociedade sobre os direitos dos idosos, é preciso oferecer projetos educacionais para as pessoas mais velhas.
Segundo o secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, a população com idade acima de 60 anos tem defasagem escolar três vezes maior que a média da população. Apresenta, em média, cerca de quatro anos de escolaridade.
Uma dimensão importante nesse caso é a educação tecnológica. Alexandre da Silva ressaltou, inclusive, que a falta de habilidade de idosos com a tecnologia deve ser levada em consideração na elaboração dos serviços voltados a essa população. O excesso de digitalização pode significar uma barreira a mais no acesso a direitos.
Proteção
Com relação à proteção de pessoas idosas, Sílvio Almeida destacou que o grupo está mais exposto a riscos. Para ele, é preciso pensar quais são esses riscos e criar um sistema de proteção semelhante ao que já foi estruturado para crianças e mulheres.
E, para garantir a cidadania plena da população mais velha, faz-se necessário que o Estado entregue efetivamente os serviços de que essa população precisa, acrescentou o ministro.
Propostas
Quanto ao projeto que ratifica a Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos, o deputado Aliel Machado (PV-PR), que solicitou a audiência com Sílvio Almeida, se comprometeu a trabalhar pela aprovação. O parlamentar ainda defendeu duas outras propostas relacionadas a idosos em tramitação na Câmara.
“Tem dois outros projetos muito bons aqui. Um deles trata de mudança na Lei de Licitações, colocando como um dos critérios de desempate as empresas que potencializam um porcentual maior de contratação de pessoas idosas; o outro projeto já deu certo no Paraná: urnas eletrônicas nas casas de permanência, nos hospitais, nos lugares onde estão pessoas idosas, para poderem participar, de maneira cidadã, do processo eleitoral”, explicou o deputado.
Autonomia
Outra dimensão importante na garantia de uma velhice com qualidade, segundo o secretário Alexandre da Silva, é a autonomia da pessoa idosa em seu território. Para que isso seja possível, uma das ações que o Ministério dos Direitos Humanos está estruturando, segundo disse, é o Programa Envelhece Brasil, que visa entender as necessidades dos idosos para viverem com autonomia onde eles quiserem estar.
“A possibilidade de exercício da cidadania e o respeito aos direitos humanos poderão ser alcançados quando a pessoa puder escolher onde ela quer envelhecer. Que nós tenhamos cada vez mais serviços centrados na demanda da pessoa. Isso muda muito a lógica do que nós queremos fazer, entender o que a pessoa idosa quer, e nós buscarmos essa oferta vai ser um grande avanço das políticas públicas”, afirmou.
Políticas sobre envelhecimento, de acordo com Alexandre da Silva, também não podem desconsiderar as desigualdades sociais da população. Para o secretário de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, grupos em vulnerabilidade social – como mulheres, negros, população de rua, indígenas e LGBTQIA+ – precisam de ações específicas, porque já “vivem com iniquidade desde o pré-natal”. E provavelmente também serão idosos em vulnerabilidade.
Reportagem – Maria Neves
Edição – Pierre Triboli
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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