POLITÍCA NACIONAL
Preço das passagens é entrave ao desenvolvimento do turismo no Brasil, diz ministro
POLITÍCA NACIONAL
O ministro do Turismo, Celso Sabino, apresentou à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (23) a linha mestra do Plano Nacional de Desenvolvimento do Turismo, o qual, segundo ele, vem sendo discutido com diversos setores da sociedade e será apresentado até o final de setembro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Esse plano será construído com a participação do Congresso Nacional, dos secretários de Turismo de estados e municípios, de técnicos do ministério e, principalmente, de representantes do trade turístico, que são quem opera o turismo realmente na prática”, destacou Sabino, que participou como convidado de audiência pública na Comissão de Turismo.
Apontando o preço das passagens aéreas e a tímida divulgação de destinos nacionais como entraves ao desenvolvimento do turismo no Brasil, Sabino disse que o ministério estuda, juntamente com as companhias aéreas, formas de ampliar o número e a frequência de voos para destinos nacionais com preços mais baixos.
“O brasileiro não conhece o Brasil. O País tem uma média de 100 a 120 milhões de viagens internas por ano, mas há quem viaje duas ou mais vezes no ano, isso em um universo de cerca de 200 milhões de habitantes. Os Estados Unidos têm 350 milhões de habitantes e lá são cerca de 750 milhões de viagens/ano. É como se cada americano viajasse duas vezes por ano dentro do país. No Brasil, só a metade viaja”, exemplificou.
O deputado Bacelar (PV-BA) destacou que 230 milhões de chineses viajaram pelo país no dia 1º de maio, e defendeu incentivos ao turismo inter-regional. “Não podemos chegar a esse número, mas por que não incentivar o turismo inter-regional, o morador da Paraíba ou de Sergipe ir à Bahia e vice-versa?”, questionou.
Juntamente com o deputado Vermelho (PL-PR), Bacelar defendeu ainda legalização dos jogos de azar como fonte de recursos para o turismo.
Passagens Aéreas
Celso Sabino argumentou que uma das medidas que pode ter impacto no preço das passagens aéreas é tornar o País autossuficiente em querosene de aviação. Ele informou que o Brasil já produz 85% do combustível consumido, que representa cerca de 40% do preço da passagem.
“Nós estamos pedindo que as companhias aéreas abram o algoritmo que estabelece o cálculo das passagens, para que possamos apresentar ao governo uma garantia de que sermos autossuficientes em querosene, além de nos dar autonomia e independência, poderia fazer também com que o preço da passagem aérea baixe no Brasil”, disse o ministro.
De acordo com o ministro, outra meta a ser perseguida é a oferta de descontos em passagens e hospedagens para incentivar viagens por pessoas idosas e trabalhadores de baixa renda. “São programas relacionados à concessão de passagens a um custo muito reduzido, utilizando assentos ociosos, para atender a algumas categorias: trabalhadores de baixa renda que não viajaram nos últimos 12 meses ou que estão de férias e aposentados do INSS”, disse.
Novos destinos
Ainda segundo Sabino, as companhias têm assumido também o compromisso de aumentar o número de destinos cobertos no País, com perspectiva de 30 novos, além do aumento do número de voos para algumas cidades.
A vinda do ministro para apresentar planos e programas da pasta aos deputados foi proposta pelo deputado Keniston Braga (MDB-PA). “Quando o senhor nos apresenta um plano pensado e idealizado a partir das características de cada uma das nossas regiões vem também como uma ferramenta de auxílio à nossa atividade parlamentar”, disse.
O deputado Marx Beltrão (PP-AL), ex-ministro da pasta, também elogiou o planejamento, mas destacou a necessidade de orçamento para a execução. “Nos últimos anos, o orçamento chegou a praticamente zero. Não tem dinheiro nem para uma praça pública. Precisamos resolver isso na Comissão de Orçamento”, afirmou. Beltrão também defendeu a votação, pelo Senado, do projeto que legaliza cassinos no País.
Por fim, Sabino anunciou o Salão Nacional do Turismo, a ser realizado nos meses de dezembro, para divulgar todos os atrativos turísticos do Brasil em um só local. “Pretendemos receber turistas do Brasil e do mundo para visitação e conhecimento”, concluiu.
Nomeado ministro em julho deste ano, Sabino, que é deputado federal pelo União Brasil eleito pelo Pará, licenciou-se do mandato para substituir a ex-ministra e também deputada federal Daniela do Waguinho (União-RJ).
Reportagem – Murilo Souza
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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