POLITÍCA NACIONAL
Procuradoria da Mulher da Câmara quer apoiar leis que promovam empreendedorismo feminino
POLITÍCA NACIONAL
A procuradora da Mulher na Câmara dos Deputados, Soraya Santos (PL-RJ), afirmou que considera importante apoiar leis que promovam o empreendedorismo feminino, além de políticas para capacitar as mulheres para esses empreendimentos e formalizá-las. “A gente tem que garantir a dignidade da mulher no seu sustento, então o empreendedorismo é uma pauta fundamental para a Procuradoria da Mulher quando se pensa na dignidade da mulher”, disse.
A declaração foi dada no 6º Fórum Brasileiro de Microempreendedorismo, promovido pela organização social Aliança Empreendedora, com o apoio da Secretaria da Mulher da Câmara.
Soraya Santos chamou atenção para algumas dificuldades enfrentadas hoje: “Por que a tomada de empréstimo pelas mulheres é mais difícil do que para os homens? Isso é de fundamental importância. Por que os impostos que envolvem produtos femininos são mais caros do que os masculinos? Isso não tem o menor sentido, nós somos as maiores consumidoras”, disse.
Presidente da Aliança Empreendedora, Cristina Filizzola salientou que o microempreendedorismo é fundamental para o crescimento econômico e social do País. Segundo ela, a organização já apoiou mais de 200 mil empreendedores desde 2005, e e as mulheres enfrentam mais dificuldades do que os homens para empreender. Ela ressalta que essas dificuldades variam conforme o tipo de empreendimento, a região do País, raça e etnia, se a mulher é mãe ou não, entre outros fatores, e que as soluções devem ser customizadas.
CEO da Plataforma PretaHub e presidente do Instituto Feira Preta, Adriana Barbosa destacou que a população negra feminina no Brasil é sobretudo empreendedora, mas tem mais dificuldade de acessar crédito. “Não tem como avançar em nenhum tipo de política sem fazer o recorte racial”, afirmou. “O processo de desigualdade no Brasil tem a ver com raça, e todas as políticas que são criadas no Brasil precisam fazer esse tipo de intersecção”, frisou.
Estratégia do governo
Assessora e coordenadora da Estratégia Nacional de Empreendedorismo Feminino, chamada de Elas Empreendem, Larissa Alfino destacou que a estratégia foi lançada há dois meses pelo governo federal. Segundo ela, o plano vem sendo desenhado desde 2021 e nasceu como resposta às demandas das mais 10 milhões de empreendedoras existentes no Brasil. O foco do Elas Empreendem serão as mulheres inscritas no CadÚnico, o cadastro dos programas sociais do governo, e a principal preocupação será viabilizar o microcrédito para essas mulheres.
O decreto que criou a estratégia cria também o Comitê de Empreendedorismo Feminino, de caráter consultivo, com a finalidade de propor, monitorar, avaliar e articular a implementação do Elas Empreendem. O grupo será composto por representantes dos ministérios do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, que o coordenará; das Mulheres; da Igualdade Racial; entre outros, além de representantes do Banco do Brasil, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Caixa Econômica Federal, do Sebrae e organizações da sociedade civil.
Rede de apoio
A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) acredita que o melhor programa social é o empreendedorismo, que, na sua visão, daria autonomia e voz para as mulheres.
Adriana Rodrigues, da Rede Mulher Empreendedora, lembrou, por sua vez, da importância de creches e escolas em tempo integral para os filhos das mulheres empreendedoras. “A mulher não pode se desenvolver no trabalho, no empreendimento, se não tiver uma rede de apoio”, disse, lembrando que as mulheres dedicam muitas horas do dia aos trabalhos domésticos e à rede de cuidado.
Já a deputada Delegada Ione (Avante-MG) destacou a importância do empreendedorismo feminino para livrar a mulher de situações de violência doméstica. “Muitas mulheres que sofrem de violência doméstica, quando não são dependentes de uma forma psicológica, são dependentes financeiramente”, apontou. “Quando se fala em empreendedorismo, você está dando uma porta de saída para essa mulher”, acrescentou.
Impacto na economia
Mauro Oddo, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ressaltou que metade dos trabalhadores do País são informais. “O trabalhador informal é ou um autônomo, um microempreendedor ou um empregado sem carteira assinada, e a grande massa de empregados sem carteira assinada está em micro ou pequenas empresas, com baixíssima renda”, mostrou. “Na verdade, quando a gente fala em micro ou pequena empresa, a gente está falando de ¾ da força de trabalho deste País”, completou.
De acordo com o pesquisador, 30% do PIB é produzido pelas micro ou pequenas empresas formais. As estimativas são de que em torno de 20% seja produzido pelas micro ou pequenas empresas informais, o que significa que mais de 50% do PIB brasileiro vem desse setor. Na visão dele, as microempresas devem estar no centro de um projeto de desenvolvimento econômico para o País.
Reportagem – Lara Haje
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados


GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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