POLITÍCA NACIONAL
Sindicatos e especialistas em direito defendem negociação coletiva como solução para jornada de caminhoneiros
POLITÍCA NACIONAL
Especialistas em Direito do Trabalho e sindicatos de trabalhadores e de empresas do transporte rodoviário de cargas defenderam nesta terça-feira (24), na Câmara dos Deputados, a negociação coletiva como solução para pontos polêmicos da jornada de trabalho do motorista profissional. Eles participaram do 3º Seminário Trabalhista do Transporte Rodoviário de Cargas, que debateu a reforma sindical e as negociações coletivas no setor.
O pano de fundo das discussões foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que, em julho deste ano, declarou inconstitucionais 11 pontos da Lei dos Caminhoneiros, relacionados à jornada de trabalho, a pausas para descanso e ao repouso semanal dos motoristas. A ação foi proposta pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes (CNTT).
Valdir Pestana, que representou a entidade no seminário, criticou o Congresso pela aprovação da lei, em 2015. “Quando nós temos a capacidade de negociar (o setor laboral e o setor empresarial), nós queremos não ser tutelados por quem não sabe o que está acontecendo na base. Às vezes, esta Casa de leis, sem saber, nos dá um prejuízo muito grande”, afirmou.
Pestana relatou ainda que a confederação está pedindo ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação no STF, que as conclusões do processo abram margem para solução por negociação coletiva. “Estamos pedindo para que nos deixem negociar sem tirar aquilo que é o direito sagrado do motorista, o descanso”, conclui Pestana.
O seminário foi proposto pelos deputados Rafael Prudente (MDB-DF) e Helena Lima (MDB-RR) e realizado pelas comissões de Trabalho e de Viação e Transportes da Câmara.
Retrocessos
Procurador do Trabalho, Paulo Almeida de Moraes lembrou que a limitação de jornada para motoristas profissionais foi criada em 2012 pela Lei 12.619, como resultado do entendimento entre empresas e motoristas, mas, segundo ele, três anos depois, a Lei 13.103 trouxe uma série de retrocessos, como a autorização para que motoristas rodem por até 12 horas sem pausa.
Ele destacou que, na decisão pela inconstitucionalidade de pontos da lei, Alexandre de Moraes conclui que as 12 horas até podem acontecer, mas como exceção. “Mas elas acontecem de modo rotineiro e isso gera um passivo. Então, sob o ponto de vista econômico, nós temos uma discussão de meio trilhão de reais. E, do ponto de vista humanitário, é fácil levantar: temos dezenas, senão milhares, de mortes nesse período em razão de fadiga desnecessária que poderia ter sido evitada’, disse o procurador.
Em reposta ao assessor jurídico da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística Narciso Figueirôa Junior, o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região Celso Ricardo de Oliveira afirmou ser possível que acordos coletivos decidam sobre pontos declarados inconstitucionais pelo STF.
Oliveira citou como exemplo lei do setor portuário que autoriza até a redução do período de descanso por meio de acordo ou convenção coletiva. “Eu entendo que dentro de uma interpretação lógico-sistemática é perfeitamente razoável estender as negociações coletivas para esses tópicos”, disse.
“É um absurdo a gente chegar em pleno século 21, quando nós deveríamos estar discutindo a questão da representatividade internacional e da validade de acordos e de marcos globais dentro do nosso País, e nós estarmos discutindo se a negociação coletiva tem validade ou não e se ela é constitucional ou não”, acrescentou Thereza Christina Nahas, juíza no mesmo tribunal.
Imposto sindical
Thereza Nahas defendeu ainda que os sindicatos decidam como devem se manter. “Os poderes Legislativo, Executivo ou Judiciário não devem dizer ao sindicato qual o valor da ‘mesada’ que eles vão receber e de quem. Eles têm que ter autonomia e amadurecimento suficientes, ou seja, nós temos que confiar nos sindicatos, o que não acontece hoje.”
Também participaram do seminário representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, da Confederação Nacional do Transporte, da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado de São Paulo e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística.
Reportagem – Murilo Souza
Edição – Ana Chalub
Fonte: Câmara dos Deputados
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
-
Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
-
Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
-
Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
-
Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
-
Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
-
Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
-
Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
-
Perda de mercado para concorrentes de outros países.
-
Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
-
Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
-
Carnes bovina, suína e de frango
-
Café
-
Suco de laranja
-
Soja e derivados
-
Minério de ferro e aço
-
Aeronaves e peças da Embraer
-
Cosméticos e produtos farmacêuticos
-
Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
-
MATO GROSSO3 dias atrásVila Bela da Santíssima Trindade recebe primeiro evento itinerante de afroturismo de MT
-
MATO GROSSO3 dias atrásAACCMT lança campanha para arrecadar alimentos e presentes para crianças em tratamento contra o câncer
-
MATO GROSSO3 dias atrásGrupo Petrópolis lança o ReCiclo, veículo elétrico que visa ampliar a margem de reciclagem de garrafas de vidro
-
MATO GROSSO2 dias atrásGoverno Federal publica decreto que atende pedido da Acrismat e flexibiliza contratação de veterinários para inspeção em frigoríficos
-
MATO GROSSO2 dias atrásFrederico Tannure Filho é reeleito presidente da Acrismat para o triênio 2026–2028
-
MATO GROSSO1 dia atrásAtletas de Mato Grosso e de Rondônia disputam o cinturão do MT Warriors; confira o card completo
-
MATO GROSSO5 horas atrásLojas Bebel apresenta sua primeira coleção de fabricação própria regional no Cuiabá Fashion Week
-
ARTIGOS5 horas atrásO avanço dos condomínios tipo clube em Cuiabá