POLITÍCA NACIONAL
Deputados elogiam defesa de Bolsonaro a vacinação e reforma tributária; para oposição, presidente está isolado
POLITÍCA NACIONAL

Deputados de vários partidos que participaram da sessão de abertura dos trabalhos legislativos nesta quarta-feira (2) elogiaram o discurso do presidente Jair Bolsonaro por causa da defesa da campanha de vacinação contra Covid-19 e do apoio a propostas econômicas em tramitação no Congresso, como a portabilidade da conta de luz (PL 1917/15), o novo Marco Legal das Garantias (PL 4188/21) e a reforma tributária (PEC 110/19). No entanto, deputados da oposição afirmaram que o presidente está isolado e não apresentou soluções para problemas importantes, como o aumento da inflação e do desemprego.
O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), avalia que o País já está aparelhado para combater a pandemia do novo coronavírus. “Não precisaremos tomar mais medidas emergenciais para controlar este novo episódio de contaminação da ômicron”, espera. Barros ponderou que a pandemia atrapalhou as reformas, a articulação política e a economia. “É um fator relevante a considerar na prestação de contas que o governo apresentou”, afirmou. Ricardo Barros considera possível votar a reforma tributária ainda neste semestre, caso a PEC 110 seja aprovada pelo Senado.
Já o líder do PT, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), criticou a reforma tributária. “A proposta não desloca a incidência dos tributos no Brasil para lucros e patrimônio. O sistema tributário se tornou uma máquina de produzir milhões de superprobres para gerar algumas centenas de milionários”, lamentou. Lopes observou que poucos deputados e senadores estiveram presentes na sessão de abertura. “Nos últimos 20 anos, foi a sessão com o menor prestígio. Do início ao fim, o presidente da República mostrou estar totalmente isolado”, analisou.
O vice-líder do governo no Congresso, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), destacou o esforço do governo na compra de vacinas contra Covid-19, que garantiu a aplicação de mais 400 milhões de doses. “O governo vai continuar com esta política de vacinação e assistência a estados e municípios. Vamos ultrapassar o momento da pandemia para um momento de desenvolvimento econômico e social com avanços importantes.”
Problemas reais
A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) afirmou que Bolsonaro fugiu dos problemas reais do Brasil. Ela lamentou que a mensagem presidencial não tratou do aumento do desemprego e da fome no Brasil. “O presidente não aponta saídas para a inflação, os juros altos, o aumento dos combustíveis”, criticou.
Bira do Pindaré (PSB-MA) foi na mesma linha e criticou a ausência desses temas no discurso do presidente. “Jair Bolsonaro esteve nesta Casa hoje mais uma vez com um discurso cínico, que ignora que o povo está desempregado e continua morrendo por causa da Covid. Ignora a destruição do meio ambiente e a destruição da economia com a inflação galopante que existe hoje no País”.
Em contraponto, o deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) afirmou que as medidas econômicas defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro deverão ajudar a economia a crescer, protegendo as camadas mais vulneráveis da população. “Acredito que a reforma tributária, a entrada do Brasil na OCDE e a melhora do ambiente de negócios, deixando nossa indústria mais competitiva, vão ter efeitos positivos na geração de emprego”, espera.
O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) lamentou a falta de menções de socorro a vítimas de enchentes no Nordeste e secas no Sul, além dos aposentados. “Estou aqui há 20 anos e nunca vi uma abertura do ano legislativo onde os discursos fossem tão simplistas. Foram 50 tons de cinza, muito amenos, embora tenham conteúdo”, criticou.
Liberdade de imprensa
Outro ponto do discurso aplaudido e comentado pelos parlamentares foi a crítica do presidente Jair Bolsonaro a propostas de regulação da mídia e da internet. Segundo Ricardo Barros, o presidente não quer “cercear o direito de opinião das pessoas”. “O presidente quer que as redes estejam em condições de transmitir sua mensagem para os eleitores. Obviamente, este combate às redes sociais e o bloqueio de contas ativismo político do Poder Judiciário, que tem de ser combatido de forma veemente”, afirmou.
Já o deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro não trouxe quase nenhuma mensagem à nação. “Fala em liberdade, mas é quem ataca cotidianamente desde primeiro dia de mandato setores da imprensa, perseguindo jornalistas”, criticou.
O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) disse que lhe agradaram as posições do presidente de compromisso com a democracia e com o respeito à Constituição. “Terminou inclusive, de forma improvisada, o seu pronunciamento dizendo que não podemos abrir mão do respeito aos direitos e à liberdade de cada cidadão e à liberdade de imprensa”, elogiou.
Reportagem – Francisco Brandão
Edição – Ana Chalub
GERAL
Trump assina tarifa de 50 % sobre todas as importações de produtos brasileiros para os Estados Unidos: confira como isso afeta o Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30) um decreto que impõe tarifa de 50% sobre todas as importações de produtos brasileiros que entram no território americano. A medida entra em vigor no dia 1º de agosto e já causa forte reação entre produtores, exportadores e autoridades brasileiras.
A nova tarifa, que dobra o custo para empresas americanas que compram produtos brasileiros, representa uma mudança radical nas relações comerciais entre os dois países. Antes da medida, a maior parte desses produtos era taxada em cerca de 10%, dependendo do setor.
O que é essa tarifa e como funciona?
A tarifa anunciada por Trump não afeta compras feitas por consumidores brasileiros, nem produtos adquiridos por sites internacionais. Ela vale exclusivamente para produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, ou seja, aqueles enviados por empresas do Brasil para serem vendidos no mercado americano.
Isso significa que, se uma empresa brasileira exporta carne, café, suco ou qualquer outro item, ele chegará aos EUA com 50% de imposto adicional cobrado pelo governo americano.
Exemplo simples:
Para entender como isso afeta na prática, veja o exemplo abaixo:
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Imagine que você é um produtor de suco no Brasil e exporta seu produto aos EUA por R$100 por litro.
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Antes da tarifa, o importador americano pagava esse valor e revendia com lucro no mercado local.
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Com a nova medida, o governo dos EUA aplica 50% de tarifa. Ou seja, seu suco agora custa R$150 para o importador.
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Esse aumento torna o produto muito mais caro nos EUA, podendo chegar ao consumidor final por R$180 ou mais.
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Resultado: o importador pode desistir de comprar de você e buscar outro fornecedor — como México, Colômbia ou Argentina — que não sofre com essa tarifa.
Como isso afeta o Brasil?
A imposição dessa tarifa tem impactos diretos e sérios para a economia brasileira, especialmente no agronegócio e na indústria de exportação. Veja os principais efeitos:
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Queda na competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano.
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Quebra ou renegociação de contratos internacionais já assinados.
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Perda de mercado para concorrentes de outros países.
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Redução nas exportações, com consequências econômicas e sociais no Brasil (queda de faturamento, demissões, retração de investimentos).
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Pressão sobre o governo brasileiro para reagir com medidas diplomáticas ou tarifas de retaliação.
Quais produtos serão mais afetados?
A medida de Trump atinge todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, mas os setores mais atingidos devem ser:
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Carnes bovina, suína e de frango
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Café
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Suco de laranja
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Soja e derivados
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Minério de ferro e aço
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Aeronaves e peças da Embraer
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Cosméticos e produtos farmacêuticos
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Celulose, madeira e papel
Brasil pode retaliar?
O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar medidas de retaliação com base na Lei de Reciprocidade Comercial, aprovada neste ano. A ideia é aplicar tarifas semelhantes sobre produtos americanos exportados ao Brasil, mas isso depende de negociações diplomáticas e análise de impacto.
E o consumidor brasileiro, será afetado?
Neste primeiro momento, não. A medida de Trump não se aplica a compras feitas por brasileiros em sites estrangeiros, nem muda os impostos cobrados sobre importações pessoais.
O impacto é sobre o mercado exportador brasileiro, que depende das compras feitas por empresas americanas. No médio e longo prazo, porém, se os exportadores perderem espaço nos EUA e tiverem que vender mais no Brasil, os preços internos podem oscilar, tanto para baixo (excesso de oferta) quanto para cima (reajustes para compensar perdas).
A tarifa de 50% imposta por Trump é uma medida com alto potencial de desequilibrar o comércio entre Brasil e Estados Unidos. Empresas brasileiras correm o risco de perder contratos, mercado e receita. A decisão política tem impacto direto na economia real — do produtor de suco ao exportador de carne.
O governo brasileiro já avalia uma resposta, enquanto produtores tentam entender como seguir competitivos em um cenário que muda de forma drástica.
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