POLITÍCA NACIONAL
Após Ato pela Terra, Pacheco promete cautela do Congresso na análise de propostas ambientais polêmicas
POLITÍCA NACIONAL

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometeu cautela na análise de cinco projetos de lei listados pelo “Movimento 342 Amazônia” como danosos aos interesses socioambientais. O compromisso foi feito nesta quarta-feira (9) durante o evento Ato pela Terra, que reuniu artistas e entidades da sociedade civil em Brasília.
O movimento chama de “pacote da destruição” as propostas que tratam de licenciamento ambiental (PL 3729/04); mudança nas regras de registro de agrotóxicos (PL 6299/02) e regularização fundiária (PL 2633/20), além de outros dois projetos ligados ao marco temporal (PL 490/07) e à exploração mineral (PL 191/20) em terras indígenas.
Alguns já foram aprovados na Câmara dos Deputados. Após se reunir com artistas e organizadores do Ato pela Terra, Rodrigo Pacheco garantiu que essas propostas não terão análise acelerada no Senado.
“É uma das mais belas manifestações da sociedade civil que este Congresso Nacional já viu. Nós vamos ter toda a cautela porque não podemos ser compreendidos – nem o Congresso Nacional nem o nosso país – como párias internacionais afastados da pauta do meio ambiente”, disse.
O cantor e compositor Caetano Veloso, porta-voz dos artistas durante o encontro, leu uma carta entregue a Pacheco e fez um apelo: “O desmatamento na Amazônia saiu do controle. A violência contra indígenas e outros povos tradicionais aumentou. Uma série de projetos de lei ora em pauta no Congresso Nacional pode tornar a situação ainda mais grave. Se aprovadas, podem permitir o desmatamento, o garimpo em terras indígenas e desproteger a floresta contra a grilagem”.
Pacheco assumiu o compromisso de que “nenhum desses projetos será diretamente pautado no Plenário do Senado Federal sem a apreciação e a tramitação devida no âmbito das comissões permanentes e temáticas da Casa”.
Ele ressaltou a necessidade de diálogo e de pontos de convergência para que tais propostas não sejam confundidas com grilagem de terra e “passe livre para o desmatamento e a violação ambiental”.

Terras indígenas
Coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR) fez avaliação positiva da pressão do Ato pela Terra e espera reflexos também na Câmara, a fim de impedir a votação acelerada do projeto de lei do Executivo que libera a exploração mineral em terras indígenas.
“Nós temos que ter esperança: pelo menos, o que ele [Pacheco] apresentou de compromisso tem que ser o normal. Que não se tenha medo de um debate lá dentro das terras indígenas e que se abra a Casa para uma discussão mais transparente, participativa e sem a pressão do agronegócio e daqueles que só têm cobiça nas terras indígenas”, disse a deputada.
Joenia prevê novos protestos durante o Abril Indígena, com várias manifestações em Brasília. Coordenador do Fórum Nacional Permanente em Defesa da Amazônia, o deputado Airton Faleiro (PT-PA) rebateu os argumentos governistas de que a liberação dessa exploração mineral seria necessária diante dos reflexos da guerra entre Rússia e Ucrânia na importação de fertilizantes agrícolas por parte do Brasil.
“Está comprovado que 85% do que se refere aos fertilizantes estão fora das terras indígenas. Não precisa de extração desse mineral em terras indígenas”, afirmou.
Txai Suruí – que foi a representante indígena do Brasil na COP-26, Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas – alertou deputados e senadores sobre o que seria a estratégia governista adotada neste ano. “Este ano vai ser o ano em que eles vão querer passar tudo o que ainda não foi passado: todos os projetos que atacam os nossos direitos e atacam as nossas vidas”, afirmou.
Artistas
Na reunião com Rodrigo Pacheco, vários artistas discursaram para pedir que os projetos de lei polêmicos sejam barrados, como foram os casos do cantor e compositor Seu Jorge. “Estou aqui como cidadão e peço que efetivamente barrem todos esses projetos que não têm a ver com o futuro do povo brasileiro”, afirmou.
A atriz Christiane Torloni citou personalidades defensoras do meio ambiente. “Eu gostaria de usar as palavras do Frans Krajcberg de que isso seria um ‘grito pela terra’. E também lembrar as palavras do Papa Francisco implorando para que nós cuidemos da nossa da casa comum.”
Já o cantor, compositor e escritor Chico Buarque de Hollanda conversou com a plateia por vídeo-mensagem: “Eu tenho certeza que, no Senado, vão impedir ou pelo menos adiar, o quanto for possível, a aprovação de um projeto dessa natureza, que é criminoso”.

Garimpo e prostituição
Vice-líder da Oposição na Câmara, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) reforçou o discurso contra a exploração mineral em terras indígenas, que está em análise pelos deputados neste momento.
“O projeto 191 leva a mineração para as terras indígenas. Nós já sabemos como é o garimpo: o garimpo é fome e prostituição para aqueles que veem a sua terra arrasada com a exploração. É isso que temos de evitar imediatamente”, disse a deputada.
Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) espera a retomada de diálogo após o Ato pela Terra. “A gente está muito preocupado com tudo isso. Eu acredito que é importantíssimo que a gente retome o diálogo e possa repensar esses projetos e essas matérias”, declarou.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Roberto Seabra


MATO GROSSO
Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix
O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.
Sensação de insegurança e repercussão negativa
Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.
Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.
Fake news e manipulação política
A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.
Compromisso com transparência
Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.
A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.
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