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Eletricitários pedem apoio de deputados para barrar privatização da Eletrobras, em análise no TCU

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Billy Boss/Câmara dos Deputados
Várias pessoas estão sentadas num plenário com computadores em cima da mesa e um telão ao fundo
Convidados apresentaram demandas aos deputados contra a privatização da estatal

Riscos de aumento na conta de luz e de perda da soberania hidroenergética do País estão entre os argumentos contra a privatização da Eletrobras que eletricitários e urbanitários apresentaram nesta quarta-feira (11) à Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia da Câmara dos Deputados.

As mudanças na empresa (Lei 14.182/21) foram aprovadas pela Câmara e pelo Senado no ano passado, mas ainda estão em análise no Tribunal de Contas da União (TCU) quanto aos aspectos de modelagem do processo de capitalização da empresa.

A coordenadora do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Fabíola Antezana, reclamou que o tema passou pelo Congresso por meio de medida provisória (MP 1031/21) sem debate público, durante a pandemia de Covid-19. Agora, ela espera reverter a “privatização” no TCU. Fabíola avalia que a demissão do presidente de Furnas, Clóvis Torres, e a exoneração do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, recentemente anunciadas, também têm relação direta com pendências relativas à Eletrobras.

“Ao nosso ver, a saída do presidente de Furnas está diretamente ligada ao escândalo de Santo Antônio (usina hidrelétrica): uma empresa privada que teve aporte do governo federal inclusive para a sua concretude”, disse Fabíola, lembrando que o CNE já tinha reclamado da falta de transparência nesse processo de privatização da Eletrobras.

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“Quanto à exoneração do ministro Bento, não teremos uma diminuição no preço dos combustíveis, porque a nossa política hoje é equivocada, atrelada aos preços internacionais, que é o que se tenta fazer também com a Eletrobras”, criticou.

Chuvas e mudanças climáticas
Ex-presidente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Vicente Andreu Guillo alertou que a privatização da Eletrobras representa a “desnacionalização do sistema hidroenergético” e o desmonte da coordenação nacional construída ao longo de décadas.

Guillo chamou a atenção para as séries históricas de vazões hidrográficas que ainda são levadas em conta nos documentos oficiais da privatização, sem considerar as mudanças climáticas que já alteram o padrão de chuvas do País.

“Para quem atua na economia brasileira, no setor energético e mesmo no setor de recursos hídricos, essa privatização é simplesmente apavorante”, afirmou. Ele explica que as mudanças climáticas têm como principal fator de mudança a alteração do ciclo hidrológico.

“Com essa profunda alteração do ciclo hidrológico, a gente tem uma situação em que o passado não explica nem garante mais as condições de operação do futuro. Isso significa incerteza, e incerteza é risco. E o risco, para quem comprar a Eletrobras, vai significar necessariamente tarifas muito mais caras para o Brasil”, advertiu.

Concentração de mercado
Vicente Guillo ainda lembrou o alerta de entidades empresariais, como a  Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), quanto ao elevado poder de mercado da Eletrobras, sobretudo diante das demais empresas privadas que já atuam no setor.

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Para o presidente da Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (Frune), “a privatização da Eletrobras é um crime de lesa-pátria”. Já o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto de Sergipe (Sindisan-SE) apresentou uma série de impactos da privatização nas contas de luz, na produção industrial, no turismo e na demissão de vários funcionários.

O presidente do sindicato, Sílvio Ricardo de Sá sintetizou a reclamação. “Nunca água e energia estiveram tão unidos, tão juntos por um único objetivo: não à privatização.”

A pedido da deputada Vivi Reis (Psol-PA), o organizador do debate, deputado João Daniel (PT-SE), se comprometeu a enviar os dados técnicos do debate na Câmara para subsidiar a análise do TCU.

“Esse não é um debate em que a sociedade brasileira possa ficar de fora. Há uma ameaça real de privatização de uma das empresas mais importantes para a soberania nacional. É nesse sentido que achamos esse debate fundamental para sensibilizarmos aqueles que ainda podem impedir esse grande retrocesso para o Brasil”, disse Daniel.

O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, foi convidado para o debate na Câmara, mas não compareceu.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Natalia Doederlein

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Governo Lula cede à pressão e revoga norma de monitoramento do Pix

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O governo federal anunciou, nesta terça-feira (15), a revogação da norma da Receita Federal que ampliava o monitoramento das movimentações financeiras, incluindo transações realizadas via Pix. A decisão foi confirmada pelo secretário da Receita, Robison Barreirinhas, após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

A medida, que inicialmente previa que operadoras de cartões de crédito, fintechs e carteiras digitais informassem à Receita transações acima de R$ 5 mil mensais realizadas por pessoas físicas, gerou uma onda de críticas e pânico na população. Essa ampliação do monitoramento, que antes era restrito aos bancos tradicionais, foi vista como uma ameaça à privacidade financeira e desencadeou reações negativas em massa, especialmente nas redes sociais.

Sensação de insegurança e repercussão negativa

Segundo Barreirinhas, a norma foi alvo de distorções que acabaram gerando um clima de insegurança. Para evitar maiores danos, o governo optou por revogar a medida. “Houve um grande mal-entendido que prejudicou a confiança da população, algo que nunca foi a intenção da Receita Federal”, explicou o secretário.

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Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo editará uma medida provisória (MP) com o objetivo de assegurar a gratuidade e o sigilo do Pix. “Queremos garantir que o Pix continue sendo um instrumento acessível e confiável, sem qualquer tipo de taxação ou diferenciação de taxas em relação a pagamentos em dinheiro”, afirmou Haddad.

Fake news e manipulação política

A decisão também foi motivada pela disseminação de informações falsas que alimentaram a desconfiança pública. Um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) alertando para uma suposta taxação futura do Pix viralizou nas redes sociais, pressionando ainda mais o governo. Haddad criticou a postura de políticos que, segundo ele, agiram de forma irresponsável para manipular a opinião pública e ampliar a insatisfação.

Compromisso com transparência

Apesar da revogação, Haddad reiterou que o governo continuará trabalhando para regulamentar o sistema financeiro, promovendo segurança e transparência, mas sem prejudicar trabalhadores informais ou pequenos empreendedores. “O governo está atento à necessidade de modernizar a regulamentação sem colocar em risco o bem-estar da população”, concluiu.

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A revogação da norma marca um recuo significativo do governo Lula, que decidiu agir rapidamente para conter os danos políticos e restaurar a confiança pública em um dos sistemas financeiros mais utilizados e valorizados pelos brasileiros.

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